Imagem Blog Piacere, Itália! Depois de passar um mês rodando a Toscana, Bárbara Ligero caiu de amores pela terra da bota e se matriculou em um curso de italiano. Atualmente, está aprendendo a gesticular com perfeição

Sem turistas, Veneza adia cobrança de taxa para 2021

A cobrança, que entraria em vigor em 1° de julho de 2020, foi adiada devido à pandemia de Covid-19. Porém, os preços ficarão ainda mais altos

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 31 out 2024, 12h04 - Publicado em 24 mar 2020, 14h08
Veneza, Vêneto, Itália
Piazza San Marco completamente vazia durante a quarentena imposta pela pandemia de Covid-19 (Marco di Lauro/Getty Images)
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A Prefeitura de Veneza decidiu adiar para 2021 o início da cobrança de uma taxa de entrada na cidade, que começaria a vigorar a partir de 1° de julho de 2020 e custaria até € 6 (equivalente a R$ 32 na cotação de hoje). A mudança de data se deve à pandemia de coronavírus, que zerou a presença de turistas em Veneza nas últimas semanas: “adiamos em um ano porque a taxa se tornou anacrônica”, disse o prefeito Luigi Brugnaro.

Dessa forma, a cobrança terá início em 1° de julho de 2021, mas com valores ajustados. Serão cobrados € 6 de turistas que visitarem a cidade em dias comuns, € 8 em dias de maior movimentação e € 10 em dias de movimento excepcional. Um calendário que indica qual o nível de lotação de cada dia será divulgado futuramente pela prefeitura.

Já os turistas que chegam em navios de cruzeiro pagarão uma tarifa fixa de € 7. Aqueles que forem pernoitar em Veneza estão isentos da taxa de entrada porque já pagam a “tassa di soggiorno”, que varia de € 1 a € 5 por dia.

Guerra contra o turismo

Até pouco tempo, o apelido “La Serenissima”, atribuído à Veneza, não fazia sentido algum. Com 24 milhões de visitantes a cada ano, a cidade aos poucos foi anunciando uma guerra contra o turismo de massa. A iniciativa partiu primeiro dos próprios moradores de Veneza, que em agosto de 2016 espalharam cartazes em inglês que diziam “turistas, vão embora! Vocês estão destruindo esse lugar”.

No ano seguinte, mais exatamente em maio de 2017, o governo local aprovou uma lei que proíbe a venda de kebabs e de pizza por pedaços, que eram justamente as opções gastronômicas mais baratas para os turistas. Em seguida, veio a multa para quem se sentasse em qualquer lugar fora dos bancos públicos, em vigor desde setembro de 2018.

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Por fim, em dezembro de 2018 foi anunciado que os turistas que não pernoitassem na cidade deveriam pagar uma taxa de entrada. A cobrança deveria começar em maio de 2019, mas acabou sendo adiada para julho de 2020 e agora será postergada novamente, mas em um contexto bem diferente.

Desde que a pandemia de coronavírus chegou à Itália, país que já tem um número de mortes causadas pela doença maior que o da China, Veneza está “Serenissima”: tão vazia que as águas de seus canais ficaram limpas e transparentes, a ponto de ser possível ver peixinhos nadando.

Na verdade, com a ausência total de turistas e com os moradores em quarentena, atrações turísticas de todo o país estão desertas e já se fala que o turismo da Itália pode regredir meio século.

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Ainda assim, o prefeito Luigi Brugnaro afirmou que “a ideia de limitar as entradas e aumentar a qualidade do turismo continua existindo, principalmente depois de termos visto as fotos das águas límpidas dos canais”.

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