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Azul e Gol anunciam acordo de compartilhamento de voos domésticos

Com a nova parceria, passageiro poderá comprar passagem pela Gol e voar pela Azul – e vice-versa. Acordo sinaliza possível fusão entre as empresas

Por Rebeca de Ávila
Atualizado em 24 Maio 2024, 15h37 - Publicado em 24 Maio 2024, 15h00

Na quinta-feira (23), as companhias aéreas Azul e Gol anunciaram um acordo de codeshare para conectar suas rotas domésticas a partir do final de junho. A parceria expande a oferta de voos com o compartilhamento das malhas aéreas. Na prática, os passageiros vão poder comprar passagens em uma empresa e viajar em aviões da outra.

O termo codeshare significa “compartilhamento de código”, em referência aos algarismos que identificam as companhias aéreas nas passagens. Quando você viaja em um voo com codeshare, o código da aérea onde você comprou a viagem é diferente do impresso no bilhete. A prática de codeshare é autorizada desde 1990 e tem supervisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O acordo entre Azul e Gol vale somente para rotas domésticas em que as aéreas não concorrem, ou seja, que são oferecidas apenas por uma das empresas. Assim, os trechos exclusivos de uma companhia estarão disponíveis para venda nos canais de ambas.

O comunicado oficial não detalha quais rotas serão compartilhadas, mas cita “mais de 150 destinos” e a criação de “2.700 oportunidades de viagens com apenas uma conexão”. O compartilhamento deve fazer com que as aéreas dominem 60% da oferta de assentos, segundo dados da Anac.

A parceria também abrange os programas de fidelidade Smiles, da Gol, e Azul Fidelidade, da Azul. Nos voos que fazem parte do acordo, os passageiros poderão acumular pontos ou milhas no programa em que preferirem.

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Com o acordo, o check-in e o despacho de bagagens deverá ser feito com a empresa que opera o voo, independentemente de quem tenha vendido a passagem. Já para remarcação e cancelamento, deve-se buscar os canais da aérea onde a passagem foi adquirida.

Possível fusão

Apesar de uma possível união entre as empresas não ser citada no comunicado oficial, o setor aéreo especula que o acordo de codeshare pode ser um passo em direção à fusão da Azul com a Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde janeiro de 2024.

Em março do mesmo ano, a Azul contratou dois bancos para analisar uma possível compra das operações da Gol. A fusão teria que ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que regula a concentração do mercado.

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