No alto de um morro abraçado pela Mata Atlântica, em Vila Velha, fica o Convento da Penha, um dos cartões-postais do Espírito Santo. A construção foi feita no século 16 para ser a casa da padroeira do Estado e, além de monumento religioso, se tornou um dos mais famosos pontos turísticos capixabas.
Sua história começa em 1568, quando o espanhol Frei Pedro Palácios fundou uma capela no alto do penhasco. Segundo o Convento da Penha, o cume foi escolhido para o projeto porque um quadro de Nossa Senhora das Alegrias trazido pelos jesuítas sumiu e apareceu misteriosamente no local em três momentos.
O Frei deixava a obra aos pés da montanha e, no dia seguinte, ela era encontrada no topo do morro entre duas palmeiras. Hoje, a pintura pode ser vista na parede à direita no interior da capela.
A imagem de Nossa Senhora das Alegrias passou a ser chamada de Nossa Senhora da Penha, em referência ao rochedo em que a capela foi construída. Mas antes mesmo de erguer esse altar, o Frei Pedro Palácios já tinha construído a Capelinha de São Francisco no sopé do penhasco, chamado de Campinho. O irmão faleceu ali em 1570, um dia depois da primeira Festa da Penha.
A Capela de Nossa Senhora da Penha erguida por Frei Padre Palácios foi a semente do atual convento, que já passou por reformas e ampliações. O destaque da construção é a Capela-Mor, com arquitetura rococó e muito dourado. Lá dentro, fica um altar decorado com peças em 19 tipos de mármore e, rodeada por anjos, uma imagem de madeira de Nossa Senhora da Penha, trazida de Portugal em 1569.
Além das capelas, o Convento da Penha inclui a Ladeira das Sete Voltas, um dos acessos ao conjunto, e a Gruta Frei Pedro Palácios, ao lado do pórtico azul de entrada – acredita-se que a gruta foi a primeira moradia do religioso quando ele desembarcou na capitania do Espírito Santo.
Dentro do Convento da Penha, as pinturas e esculturas sacras são um testemunho da história do estado. Do Brasil colonial, há também a memória da escravidão: na propriedade há uma antiga senzala. Os frades franciscanos que moravam no convento utilizaram amplamente a mão de obra escravizada na agricultura, na pesca e na construção da capela.
O complexo abriga um pequeno museu de 80 metros quadrados com peças sacras de mais de 500 anos, entre esculturas, pinturas, mobílias e objetos litúrgicos. Ao lado, a Sala dos Milagres exibe muletas, roupas, fotografias e outros objetos ofertados por fiéis como pagamento de promessas à Nossa Senhora da Penha.
Festa da PenhaA Festa da Penha é a terceira maior celebração religiosa do Brasil. A primeira comemoração ocorreu em 1570, um ano depois da capela receber de Portugal uma imagem da santa, e continua acontecendo oito dias depois do domingo de Páscoa. Todos os anos são celebradas missas no Campinho, além de romarias e shows. |
Como chegar ao Convento da Penha
De segunda a sexta-feira, é possível chegar de carro e parar no Campinho, que corresponde à área na base do penhasco. Já aos sábados e domingos, o estacionamento é exclusivo para quem for assistir à missa das 5h e fica fechado no restante do dia.
Em qualquer dia da semana, existe a possibilidade de subir de van (R$ 6 subida e descida e R$ 4 subida ou descida) ou ir a pé pela Ladeira da Penitência, também conhecida como Ladeira das Sete Voltas.
O caminho a pé é uma subida íngreme (afinal, o convento está a 154 metros de altitude) e irregular em razão do calçamento pé-de-moleque, feito pedra por pedra com trabalho escravo no século 17.
Ainda que seja ligeiramente penoso, o trajeto é bonito com curvas que serpenteiam pela vegetação da Mata Atlântica e passam por cruzes e pequenos altares com imagens.
Antes de chegar ao Convento da Penha propriamente dito, você deve alcançar o Campinho, onde há um estacionamento, a Capela de São Francisco de Assis e uma vista incrível de Vila Velha e Vitória. Também é por lá que é montado o terço gigante entre duas palmeiras centenárias, um dos cenários mais clicados durante a Festa da Penha.
Do Campinho, você sobe uma escadaria de 365 degraus até a capela principal, toda em branco e azul. Do alto da montanha, as vistas são ainda mais magníficas e incluem a Ponte Terceira, que liga Vila Velha e Vitória, o Morro do Moreno e a Fábrica da Garoto, outro atração do Espírito Santo.
As paisagens são capturadas em clássicas fotos da janela do Convento, sendo que algumas delas têm vista para trechos da Praia da Costa, a mais frequentada de Vila Velha, a três quilômetros do Centro.
Serviço
Convento da Penha
Quando? O portão de acesso ao Campinho está aberto de segunda a sábado, das 6h às 16h45; e aos domingos, das 4h às 16h45. Aos finais de semana, é preciso subir de van ou a pé: só são liberados os 50 primeiros automóveis das pessoas que forem assistir à missa das 5h. Confira os demais horários no site do Convento da Penha.
Quanto? Entrada gratuita.
Onde? R. Vasco Coutinho – Prainha, Vila Velha, Espírito Santo.
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