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As exposições permanentes do Museu da Língua Portuguesa

São três andares para explorar a diversidade linguística e riqueza cultural do português em pleno centro de São Paulo

Por Rebeca de Ávila
28 jul 2024, 10h00
Museu da Língua Portuguesa, São Paulo
Museu reabriu em 2021, após incêndio destruir o prédio seis anos antes (Ciete Silvério/Museu da Língua Portuguesa/Divulgação)
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O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado na Estação da Luz em São Paulo em 2006. O local escolhido para abrigar a instituição tem sua simbologia. Afinal, foi um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam ao Brasil no final do século 19 e muitos sotaques e culturas convivem lá até hoje.

O museu foi atingido por um incêndio de grandes proporções que engoliu seus três andares em 2015 e só voltou a receber visitantes seis anos depois, em 2021 mesmo ano em que o acervo da Cinemateca Brasileira, outro patrimônio brasileiro, foi atingido por chamas.

Para a reabertura, novas experiências interativas e audiovisuais foram criadas, mas o objetivo permanece o mesmo: revelar as particularidades do português brasileiro, demonstrar como nossa vida é influenciada pela linguagem e valorizar a riqueza cultural do idioma, de Portugal ao Timor Leste.

Confira abaixo todas as exposições permanentes do Museu da Língua Portuguesa:

3º ANDAR: LÍNGUA VIVA

O percurso sugerido pelo museu começa no terceiro andar, com a exposição de longa duração Língua Viva, que apresenta como o português do Brasil tem diferentes manifestações em conversas de rua, músicas, grafites, livros e rezas. A exposição está dividida entre as seguintes seções:

Falares

O português que falamos varia de acordo com a região brasileira em que vivemos. Aqui, vídeos de pessoas em tamanho real demonstram a riqueza linguística e a diversidade de sotaques, vocabulário e visões de mundo expressas pelo idioma. São dez telas de falantes de diferentes origens socioculturais e cantos do país.

Língua Solta

A instalação com grafite do artista de rua Daniel Melin preenche todo o corredor que leva ao auditório. A obra une imagens do coletivo Projetemos, que faz projeções luminosas pela cidade, e a obra de Rubens Gershman, “Lute”, originalmente colocada na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, durante a ditadura militar, em 1967.

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O que pode a língua?

O filme de Carlos Nader trata da complexidade de ações tidas como banais, como falar, escrever, entender e ler. Há uma rede de relações narrativas na concatenação de palavras e na forma como nos comunicamos uns com os outros. Para acessar o auditório, é preciso retirar uma senha com a equipe do museu.

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Praça da Língua

Para criar um planetário de palavras no teto do Museu, foram selecionados textos da literatura brasileira e trechos de música em um espetáculo de luz e som. A Praça da Língua também exige a retirada de uma senha para ser acessada.

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*Bônus: Terraço Paulo Mendes da Rocha

Desde a reabertura do museu, o Terraço da Estação da Luz não tem mais acesso restrito. De cima, o Centro de São Paulo e a Praça da Luz se estendem no horizonte e você pode chegar perto da histórica torre do relógio.

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2º ANDAR: VIAGENS DA LÍNGUA

No segundo andar, outra exposição de longa duração: Viagens da Língua faz um passeio por continentes e séculos através de objetos, textos, mapas animados, vídeos históricos e jogos, que revelam as transformações da língua portuguesa e seu parentesco com outros idiomas. As seções que fazem parte da mostra são:

Línguas do Mundo 

Como em uma floresta sonora, a instalação permite que os visitantes escutem áudios de 23 das mais de sete mil línguas existentes no mundo. Os idiomas escolhidos têm ligação com o Brasil por serem de povos originários ou terem sido trazidos ao país pela imigração. É preciso chegar perto das colunas, que parecem troncos de árvores, para ouvir as músicas, diálogos ou poemas.

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Laços de Família 

Um painel iluminado reconstrói a genealogia da língua portuguesa. A árvore genealógica parte do indo-europeu e se ramifica para vários outros idiomas, passando inclusive por línguas mortas, até chegar no português.

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Rua da Língua

Provérbios, pichações, propagandas, trechos de canções e outras manifestações urbanas cotidianas da língua portuguesa estão gravadas em uma tela de 106 metros de comprimento, que atravessa o museu de uma ponta a outra. Há fragmentos de poesia visual e sonora.

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Beco das Palavras

Mesas interativas com sensor de movimento criam um jogo para os visitantes juntarem sílabas “flutuantes”, formarem palavras e descobrirem sua origem. 

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Palavras Cruzadas

Assim como as outras línguas, o português do Brasil tem suas peculiaridades. Nessa seção, oito totens interativos explicam quais foram as influências e os povos que formaram o idioma brasileiro e revelam a origem de palavras que usamos todos os dias, mas que vieram de outras línguas, como tupinambá e francês.

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O Português do Brasil

A linha do tempo conta a história de modificações e criações pelas quais o português passou no território brasileiro, desde o latim até a chegada no país e as transformações com influências indígenas, africanas e de outros povos.

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Nós da Língua

No total, a língua portuguesa é falada em cinco continentes por 261 milhões de pessoas. Aqui, os visitantes acessam mapas, entrevistas, documentários e poemas de Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Macau, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países do mundo lusófono.

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Línguas do Cotidiano

Hora de sentar e assistir a vídeos em um miniauditório. As produções são originais da Grande Galeria do Museu da Língua Portuguesa e mostram a diversidade do português falado no Brasil.

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1º ANDAR

O primeiro piso do museu é dedicado às exposições temporárias: confira a programação no site.

Serviço

Quando? De terça-feira a domingo, das 9h às 16h30.

Quanto? R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Entrada gratuita aos sábados mediante emissão dos ingressos no Sympla, onde também é possível comprar os bilhetes para outros dias.

Onde? Praça da Luz, s/nº – Portão 1, São Paulo. O museu está no edifício da Estação da Luz, que atende as estações 1-Azul e 4-Amarela do metrô e 7-Rubi e 11-Coral da CPTM. O acesso dos visitantes é feito pelo Portão A, em frente à Pinacoteca.

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