Lugares para conhecer a história de ‘Ainda Estou Aqui’

Endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo que serviram de locação para o filme e que contam a história de Eunice Paiva

Por Rebeca de Ávila
Atualizado em 3 mar 2025, 01h30 - Publicado em 11 fev 2025, 18h00
Ainda Estou Aqui
O filme foi gravado em 16 bairros cariocas (Sony Pictures/Divulgação)
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Vencedor do Oscar na categoria Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, se tornou orgulho para os brasileiros. As câmeras do longa estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello percorreram 16 bairros do Rio de Janeiro para recriar o Brasil durante a ditadura militar, na década de 1970.

Com o sucesso do filme, os lugares por onde o elenco passou se tornaram pontos turísticos para fãs. Além dos cenários fictícios, endereços que fazem parte da história real de prisão e morte de Rubens Paiva e da luta de Eunice Paiva contra a ditadura também estão sendo mais visitados. 

Confira endereços para conhecer a história de Ainda Estou Aqui:

1. Café Manon 

A tradicional confeitaria, no centro do Rio de Janeiro, é o cenário de duas sequências emblemáticas no filme. Primeiro, quando Eunice e Rubens Paiva se divertem com os filhos e depois, após o desaparecimento do ex-deputado, em um momento emocionante quando Eunice observa as famílias ao redor sabendo que o marido não voltará.

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O Café Manon foi aberto em 1942 por uma família portuguesa, o que justifica a escolha da decoração do salão principal: o espaço remonta o navio Serpa, que fazia a travessia entre Lisboa e Buenos Aires com escala no Rio, entre 1940 e 1955. Agora, a clientela cativa divide espaço com os fãs curiosos. 

Além da decoração art-déco do espaço, a confeitaria é famosa pelo doce madrilenho, um pão que leva creme, açúcar de confeiteiro e goiabada. O status de ícone do centro carioca foi reforçado em 1993, quando o local foi tombado como patrimônio histórico. 

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Onde? Rua do Ouvidor, 187/189, Centro – Rio de Janeiro.

Quando? De segunda a sexta-feira, das 7h às 20h30, e aos sábados, das 8h às 16h.

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2. Casa da família Paiva

A casa original, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, foi demolida para dar lugar a um edifício na década de 1980. A semelhança com a residência de 600 m² no número 7 da Rua Roquete Pinto, no bairro da Urca, fez com ela fosse escolhida para o filme. O imóvel está à venda por US$ 3 milhões. Saiba mais sobre a casa aqui.

Onde? Rua Roquete Pinto, 7, Urca – Rio de Janeiro.

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Casa
Imóvel possui quatro quartos e uma piscina (Google Street View/Reprodução)

3. Instituto Municipal Nise da Silveira

O prédio simula o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para a gravação das cenas de prisão e interrogatório de Eunice Paiva e tortura dos presos políticos. 

O edifício real onde Rubens Paiva foi torturado até a morte está na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, e hoje abriga o 1º Batalhão de Polícia do Exército. Há um processo em tramitação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento do prédio desde 2013.

A expectativa é que o prédio seja enfim tombado em 2025 e se transforme em um centro de memória contra a ditadura, como ocorreu com o Deops, atual Memorial da Resistência, em São Paulo.

Onde? R. Ramiro Magalhães, 521, Engenho de Dentro – Rio de Janeiro.

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Instituto Municipal Nise da Silveira, Rio de Janeiro
O instituto foi inaugurado em 1852 como o primeiro hospital psiquiátrico do Brasil (Prefeitura do Rio/Divulgação)

4. Edifício Major Quedinho

O prédio na Bela Vista, em São Paulo, é um dos ícones do centro da cidade, perto do tradicional Bar do Estadão, e aparece no filme após a família sair do Rio de Janeiro. Quando Eunice Paiva se mudou, morou em Santos antes de se instalar na capital paulista, em 1974, onde viveu em três endereços: em um imóvel no bairro Paraíso; no Condomínio Rugendas, nos Jardins; e em uma casa em Perdizes.

Embora tenho sido utilizado para representar a mudança de endereço, o Edifício Major Quedinho não faz parte da lista de lares dos Paiva. O prédio de nove andares foi finalizada em 1953 e já apareceu em outros produções, como na novela Verdades Secretas, da TV Globo.

Onde? Rua Major Quedinho, 110, Bela Vista – São Paulo.

Edifício Major Quedinho, São Paulo
Mesmo que a família nunca tenha morado aqui, o prédio é clicado pelos curiosos por Ainda Estou Aqui (Google Maps/Reprodução)
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5. Busto de Rubens Paiva

Em 2014, o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro inaugurou um busto de Rubens Paiva em frente ao atual 1º Batalhão de Polícia do Exército, no bairro da Tijuca, onde o ex-deputado foi torturado e morto em janeiro de 1971, quando o local abrigava o DOI-Codi. O sucesso de bilheteria de Ainda Estou Aqui motivou os moradores da região a pedirem para que a escultura criada por Edgar Duvivier passe por revitalização, pois está manchada.

Onde? Praça Lamartine Babo, Tijuca – Rio de Janeiro.

Busto de Rubens Paiva, Rio de Janeiro
O busto foi instalado de costas para o 1º Batalhão de Polícia do Exército (Flávia Villela/Agência Brasil)

6. Túmulo de Eunice Paiva

Eunice Paiva faleceu em 13 de dezembro de 2018, após lutar contra a Doença de Alzheimer por 14 anos, e foi sepultada em uma capela azul no Cemitério do Araçá, em São Paulo. A lápide lembra que a advogada foi “exemplo para a família e para a democracia brasileira”.

Túmulo de Eunice Paiva, Cemitério do Araçá, São Paulo
Eunice Paiva se mudou com a família para São Paulo após o desaparecimento do marido (Paulo Pinto/Agência Brasil)
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O túmulo não aparece no filme, mas como a história está centrada na luta de Eunice Paiva contra a ditadura militar, o jazigo tem recebido mais visitas, especialmente após Fernanda Torres postá-lo em seu Instagram.

As visitas guiadas que ocorrem ao Cemitério do Araçá agora incluem uma parada à sepultura da advogada, como o tour gratuito do projeto O Que Te Assombra?. O próximo passeio acontece no dia 16 de fevereiro, domingo, com reserva de ingressos pelo site.

Onde? Av. Dr. Arnaldo, 666, Cerqueira César – São Paulo.

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