Lugares para conhecer a história de ‘Ainda Estou Aqui’
Endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo que serviram de locação para o filme e que contam a história de Eunice Paiva

Vencedor do Oscar na categoria Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, se tornou orgulho para os brasileiros. As câmeras do longa estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello percorreram 16 bairros do Rio de Janeiro para recriar o Brasil durante a ditadura militar, na década de 1970.
Com o sucesso do filme, os lugares por onde o elenco passou se tornaram pontos turísticos para fãs. Além dos cenários fictícios, endereços que fazem parte da história real de prisão e morte de Rubens Paiva e da luta de Eunice Paiva contra a ditadura também estão sendo mais visitados.
Confira endereços para conhecer a história de Ainda Estou Aqui:
1. Café Manon
A tradicional confeitaria, no centro do Rio de Janeiro, é o cenário de duas sequências emblemáticas no filme. Primeiro, quando Eunice e Rubens Paiva se divertem com os filhos e depois, após o desaparecimento do ex-deputado, em um momento emocionante quando Eunice observa as famílias ao redor sabendo que o marido não voltará.
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O Café Manon foi aberto em 1942 por uma família portuguesa, o que justifica a escolha da decoração do salão principal: o espaço remonta o navio Serpa, que fazia a travessia entre Lisboa e Buenos Aires com escala no Rio, entre 1940 e 1955. Agora, a clientela cativa divide espaço com os fãs curiosos.
Além da decoração art-déco do espaço, a confeitaria é famosa pelo doce madrilenho, um pão que leva creme, açúcar de confeiteiro e goiabada. O status de ícone do centro carioca foi reforçado em 1993, quando o local foi tombado como patrimônio histórico.
Onde? Rua do Ouvidor, 187/189, Centro – Rio de Janeiro.
Quando? De segunda a sexta-feira, das 7h às 20h30, e aos sábados, das 8h às 16h.
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2. Casa da família Paiva
A casa original, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, foi demolida para dar lugar a um edifício na década de 1980. A semelhança com a residência de 600 m² no número 7 da Rua Roquete Pinto, no bairro da Urca, fez com ela fosse escolhida para o filme. O imóvel está à venda por US$ 3 milhões. Saiba mais sobre a casa aqui.
Onde? Rua Roquete Pinto, 7, Urca – Rio de Janeiro.

3. Instituto Municipal Nise da Silveira
O prédio simula o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para a gravação das cenas de prisão e interrogatório de Eunice Paiva e tortura dos presos políticos.
O edifício real onde Rubens Paiva foi torturado até a morte está na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, e hoje abriga o 1º Batalhão de Polícia do Exército. Há um processo em tramitação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento do prédio desde 2013.
A expectativa é que o prédio seja enfim tombado em 2025 e se transforme em um centro de memória contra a ditadura, como ocorreu com o Deops, atual Memorial da Resistência, em São Paulo.
Onde? R. Ramiro Magalhães, 521, Engenho de Dentro – Rio de Janeiro.

4. Edifício Major Quedinho
O prédio na Bela Vista, em São Paulo, é um dos ícones do centro da cidade, perto do tradicional Bar do Estadão, e aparece no filme após a família sair do Rio de Janeiro. Quando Eunice Paiva se mudou, morou em Santos antes de se instalar na capital paulista, em 1974, onde viveu em três endereços: em um imóvel no bairro Paraíso; no Condomínio Rugendas, nos Jardins; e em uma casa em Perdizes.
Embora tenho sido utilizado para representar a mudança de endereço, o Edifício Major Quedinho não faz parte da lista de lares dos Paiva. O prédio de nove andares foi finalizada em 1953 e já apareceu em outros produções, como na novela Verdades Secretas, da TV Globo.
Onde? Rua Major Quedinho, 110, Bela Vista – São Paulo.

5. Busto de Rubens Paiva
Em 2014, o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro inaugurou um busto de Rubens Paiva em frente ao atual 1º Batalhão de Polícia do Exército, no bairro da Tijuca, onde o ex-deputado foi torturado e morto em janeiro de 1971, quando o local abrigava o DOI-Codi. O sucesso de bilheteria de Ainda Estou Aqui motivou os moradores da região a pedirem para que a escultura criada por Edgar Duvivier passe por revitalização, pois está manchada.
Onde? Praça Lamartine Babo, Tijuca – Rio de Janeiro.

6. Túmulo de Eunice Paiva
Eunice Paiva faleceu em 13 de dezembro de 2018, após lutar contra a Doença de Alzheimer por 14 anos, e foi sepultada em uma capela azul no Cemitério do Araçá, em São Paulo. A lápide lembra que a advogada foi “exemplo para a família e para a democracia brasileira”.

O túmulo não aparece no filme, mas como a história está centrada na luta de Eunice Paiva contra a ditadura militar, o jazigo tem recebido mais visitas, especialmente após Fernanda Torres postá-lo em seu Instagram.
As visitas guiadas que ocorrem ao Cemitério do Araçá agora incluem uma parada à sepultura da advogada, como o tour gratuito do projeto O Que Te Assombra?. O próximo passeio acontece no dia 16 de fevereiro, domingo, com reserva de ingressos pelo site.
Onde? Av. Dr. Arnaldo, 666, Cerqueira César – São Paulo.
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