A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, foi a primeira localidade brasileira a receber o título de Patrimônio Mundial, conferido pela Unesco em 1980. Isso se deve ao fato de que, além de ter sido um local de importância histórica durante o auge da mineração colonial no século 18, a cidade conseguiu manter as estruturas daquele período praticamente intactas.
Do alto dos montes que desenham a paisagem da cidade – imortalizados nas obras do pintor Alberto da Veiga Guignard – até as profundezas das minas espalhadas pela região, Ouro Preto preserva as casas, igrejas e o próprio desenho de um povoamento colonial.
Para chegar, os aeroportos mais próximos ficam na capital mineira, Belo Horizonte. De lá, a distância até a cidade é de 145 km. Do Rio de Janeiro são cerca de 400 km via BR-040. Dependendo da escolha, vale a pena passar antes ou depois por algumas cidades vizinhas que preservam histórias igualmente ricas, como Mariana e Congonhas.
Roteiro por Ouro Preto
No primeiro dia, não hesite em ir direto para o que interessa: a suntuosidade das igrejas do barroco mineiro. Visite a Capela de Nossa Senhora do Rosário de Padre Faria, a Paróquia e Santuário de Nossa Senhora da Conceição, a imperdível Igreja de São Francisco de Assis e a Igreja Matriz de Santa Efigênia. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Museu da Inconfidência ficam um ao lado do outro.
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Reserve um dia para se dedicar à visitação de minas enquanto alterna com outros passeios menos cansativos. O segundo ou último dia de viagem pode ser para percorrer a Mina do Veloso, a Mina Jeje e a Mina de Chico Rei. No mesmo dia, algumas opções de museus relaxantes para conhecer são o Museu Casa Guignard, o Museu Casa dos Contos e o Museu Boulieu. Também vale visitar pelo menos um dos mirantes da cidade, como o Mirante do Morro São Sebastião.
Por fim, visite a Igreja de São Francisco de Paula, a Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, terminando pelo Museu Municipal Casa dos Inconfidentes. Uma sugestão para acrescentar a algum dos dias do seu roteiro é o Passeio de Jardineira, um tour por vários pontos de interesse da cidade a bordo de um carro antigo. Os embarques acontecem no Largo de Coimbra, diariamente por volta das 9:40 da manhã, e o ingresso custa R$ 120,00.
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Considere que algumas igrejas e museus cobram ingressos, e nem todos permitem acesso com bolsas, mochilas, nem fotografar e filmar. A maioria das instituições está fechada durante as segundas-feiras, então verifique os horários de funcionamento com antecedência. Durante a viagem, escolha calçados confortáveis para as caminhadas, já que a cidade é muito íngreme.
Saiba mais sobre algumas das principais atrações de Ouro Preto.
Museu Aleijadinho e Igreja de São Francisco de Assis
O Museu Aleijadinho, criado em 1968, funciona em um circuito que abrange três igrejas de Ouro Preto: o Santuário Nossa Senhora da Conceição, a Igreja de São Francisco de Assis e a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. O ideal, portanto, é visitar todas elas, mas, caso não tenha tempo, a igreja indispensável é a de São Francisco de Assis, considerada a obra-prima de Aleijadinho e Mestre Ataíde.
A igreja é composta por algumas das obras de arte mais importantes do período colonial brasileiro e todo o projeto arquitetônico e decorativo da igreja foi elaborado por Aleijadinho, enquanto as pinturas – com destaque para o forro da nave – foram executadas por Ataíde. A igreja pode ser visitada de terça a domingo, das 8h30 a 12h e de 13h30 às 17h.
Endereço (Igreja de São Francisco de Assis): Largo de Coimbra, s/n – Centro.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Uma das igrejas imperdíveis em uma viagem à Ouro Preto é a de Nossa Senhora do Carmo, erguida no alto do Morro de Santa Quitéria. Construída durante o período conhecido como terceira fase do barroco, no final do século 18, sua ornamentação impressiona pelos painéis de azulejaria portuguesa e pinturas realizadas por Manoel Francisco Lisboa (pai de Aleijadinho), Mestre Ataíde, entre outros.
Em um casarão no adro da Igreja, funciona o Museu do Oratório, com um acervo composto por mais de 150 oratórios e imagens religiosas dos séculos 17 ao 20. O museu fecha apenas na terça-feira e nos outros dias funciona das 9h30 às 17h30. Os ingressos custam R$ 8,00 e a meia entrada para é R$ 4,00. A entrada é gratuita para estudantes e professores.
Endereço: Rua Costa Sena, 289.
Museu da Inconfidência
O local onde funcionou a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, antigo nome de Ouro Preto, abriga desde meados dos anos 1940 o Museu da Inconfidência. O espaço foi criado em um esforço do então presidente Getúlio Vargas para repatriar os restos mortais dos Inconfidentes, hoje depositados no local um panteão dedicado ao movimento.
No local é possível conhecer a história da Inconfidência Mineira e das mudanças sociais de Minas Gerais. O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 18h (acesso até às 17h), com entrada franca.
Endereço: Praça Tiradentes, 139.
Mina do Veloso, a Mina Jeje e a Mina de Chico Rei
A visitação às minas de Ouro Preto é um passeio interessante e extenuante. Os ambientes escavados por pessoas escravizadas durante o período colonial são uma oportunidade de reflexão sobre como se ergueram todas as estruturas da superfície e a história que contam. Falando em histórias, cada mina é repleta de lendas e anedotas que os guias adoram compartilhar.
O tamanho dos ambientes também impressiona: a mina do Chico Rei, por exemplo, possui 8 km² divididos em três níveis de profundidade, com 175 galerias abertas, enquanto a Mina do Veloso tem mais de 400 metros de galerias.
Museu Casa Guignard
Inaugurado em 1987, o Museu Casa Guignard funciona em um casarão construído no final do século 18 e reúne as obras de Alberto da Veiga Guignard, um dos maiores pintores brasileiros do século 20 e famoso por ter imortalizado a bela paisagem de Ouro Preto em suas obras. O museu funciona de terça à sexta, de 12h às 18h, e nos sábados e domingos, das 9h às 15h. Entrada franca.
Endereço: Rua Conde de Bobadela, 110.
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Museu Casa dos Contos
O Casa dos Contos, localizado no coração de Ouro Preto, é um museu cinquentenário que funciona em um casarão de mais de 200 anos. O museu possui um vasto acervo de documentos e objetos sobre a época do Ciclo do Ouro e é sede do CECO – Centro de Estudos do Ciclo do Ouro.
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No local também há uma casa de fundição que mostra como era o processo de cunhagem do ouro durante o período. O museu está aberto para visitação de terça à sábado, de 10h às 16h e domingo, de 10h às 14h.
Endereço: Rua São José, 12.
Igreja de São Francisco de Paula
Considerada a igreja mais alta de Ouro Preto, foi construída no alto de um morro com uma bela paisagem. Foi a última das construções do período colonial e por isso constitui um exemplo de rococó tardio.
No interior, a imagem de São Francisco de Paula que decora o altar é creditada a Aleijadinho. Do alto da ladeira no lado de fora da igreja é possível desfrutar de uma bela vista para toda a cidade. Nesta igreja não são permitidas fotografias.
Endereço: Rua Padre José Marcos Pena s/n (atrás da Rodoviária) – São Cristóvão.
Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Uma das igrejas mais impressionantes da cidade pela quantidade de ouro que cobre seus elementos decorativos, motivo que a faz uma das igrejas mais importantes do barroco mineiro.
Na cripta da basílica funciona o Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, com um acervo que contém 400 peças produzidas entre os séculos 17 e 19. O museu funciona de terça à domingo, das 9h às 10h45 e das 12h às 16h45.
Endereço: Praça Monsenhor Castilho Barbosa, 17 – Pilar.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
Construída em meados do século 18, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é considerada pelos especialistas como a expressão máxima do barroco colonial mineiro. A igreja tem um desenho elíptico (forma arredondada) e é decorada com entalhes, pinturas e douramentos.
Acredita-se que as imagens de São Benedito e Santo Antônio no local foram feitas pelo irmão mais velho de Aleijadinho, o padre Félix.
Endereço: Largo do Rosário, s/n – Rosário.
Museu Municipal Casa dos Inconfidentes
Nesta instituição no estilo casa-museu, o imóvel que no passado foi conhecido como Chácara dos Inconfidentes é conhecido por ter abrigado as reuniões dos mentores do movimento da Inconfidência Mineira. O local convida a um mergulho na história e na vida dos séculos 18 e 19, com o mobiliário original da residência e guias que te levam para explorar os detalhes do lugar.
O Museu funciona de segunda à sexta, das 10h às 15:30, com entrada franca.
Endereço: Rua Eng. Corrêa, s/n – Vila Aparecida.
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