No auge da arquitetura moderna no Brasil, durante os anos 1960, Oscar Niemeyer projetou um edifício em Curitiba com a finalidade de sediar um Instituto de Educação. A construção tinha uma característica especial: o segundo maior vão livre do Brasil, com 65 metros. A construção, que já era emblemática, ganhou o anexo popularmente chamado de Olho em 2002 e foi adaptada para se tornar o Museu Oscar Niemeyer, mais conhecido como MON.
Com 35 mil metros quadrados de área construída, o museu, que tem o apelido de “Museu do Olho” por causa do seu famoso prédio anexo, é considerado o maior da América Latina em extensão e tem um acervo composto por mais de 14 mil obras. Algumas particularidades interessantes do museu são a coleção de arte asiática, doada à instituição em 2018 pelo diplomata brasileiro Fausto Godoy, e a coleção de arte africana, estabelecida no mesmo ano a partir da doação da Coleção Ivani e Jorge Yunes, alguns dos maiores colecionadores de arte no Brasil.
A área externa da instituição possui um parque que compõe um projeto paisagístico idealizado por Roberto Burle Marx, com destaque para as obras desenhadas no piso de pedra portuguesa pelo artista. Do parque também se vê o Pátio das Esculturas, com obras de artistas como o ceramista pernambucano Francisco Brennand.
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Embora o museu seja famoso por seu vasto acervo e acessibilidade nas visitas presenciais, também vale conferir o que ele tem a oferecer para quem só pode conhecê-lo remotamente:
Exposições variadas para quem não pode ir a Curitiba
As expectativas dos visitantes ao visitar o Museu Oscar Niemeyer podem ser constantemente reformuladas. Isto porque no acervo do MON não se encontram apenas obras de arte nos formatos convencionais – a instituição também conta com coleções dedicadas ao design e à arquitetura. Quem quiser planejar melhor a sua visita, ou não puder ir à Curitiba, pode fazer um tour virtual pelas coleções disponibilizadas através do Google Arts&Culture.
Atualmente, o MON oferece 19 exposições virtuais, que incluem mostras de pinturas, esculturas e fotografias, entre outras manifestações artísticas. Em Geraldo Leão – Declaração de Princípios, por exemplo, é possível visualizar não apenas uma seleção de obras do pintor paranaense sob curadoria de Agnaldo Farias, mas também descrições e fotos de detalhes marcantes de algumas das peças expostas.
Já em África, Mãe de Todos Nós, é possível apreciar máscaras, esculturas e mapas das diferentes etnias que compõem o continente de onde vieram as peças em exposição – bem como explicações sobre seus significados e importância para o acervo.
Na seara da fotografia, aUnião Soviética através da câmera oferece uma coletânea de registros de diferentes autores – Viktor Akhlomov, Yuri Krivonossov, Antanas Sutkus, Vladimir Lagrange, Leonid Lazarev e Vladimir Bogdanov – entre os anos 1950 e 1980, com cliques do cotidiano do gigante vermelho entre o fim do stalinismo e o colapso do país.
Vale mergulhar na lista completa de exposições virtuais, que conta com 1.772 itens já disponibilizados online.
Na visita presencial, MON tem ações de acessibilidade para todos
Além de ser acessível à distância, o MON também é um dos museus pioneiros em ações que facilitam a inclusão na visita presencial. Desde 2019, funciona o Núcleo de Acesso e Participação (NAP), com uma equipe multidisciplinar que busca aumentar a acessibilidade às obras e atividades do museu.
Estão disponíveis diversos recursos e serviços para tornar a visita ao museu mais confortável e acessível para todos os públicos. Para pessoas com dificuldades motoras, cadeiras de rodas são oferecidas para empréstimo.
Para os autistas, o museu também disponibiliza protetores auriculares descartáveis para a minimização de ruídos. Há também uma Sala de Acomodação Sensorial. Todas as salas possuem os guias Narrativa Visual e Mapa Sensorial, indicando o que se pode esperar do conteúdo da visita e quais são os estímulos sensoriais de cada espaço.
Pessoas cegas ou com baixa visão podem desfrutar do espaço MON para Todos, com obras tridimensionais em tamanho original e em miniatura que podem ser manuseadas. Além disso, todos os visitantes podem retirar gratuitamente um Cordão de Girassóis, que sinaliza deficiências ocultas. Todos esses recursos podem ser solicitados na recepção do museu.
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Joana Vasconcelos no MONA artista portuguesa Joana Vasconcelos fica em cartaz até 29 de setembro no MON com a exposição “Extravagâncias”. A artista é conhecida por suas obras monumentais e instalações imersivas. “Extravagâncias” reúne obras com dimensões estratosféricas, como a “Valquíria Miss Dior” e a “Valquíria Matarazzo”, além de uma mostra de maquetes que permite explorar a ligação da arte com o espaço e a arquitetura (clique no vídeo abaixo para saber mais). Essa grandiosa exposição ocupa não só o Olho, os andares da torre e os espaços Araucária, como transformam, pela primeira vez, a rampa do Museu em um extraordinário espaço expositivo. A curadoria de Marc Pottier revela instalações e esculturas que extrapolam e invadem o espaço do Museu, dando um vislumbre da extensa trajetória profissional de Joana Vasconcelos, que, com humor e ironia, questiona o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva. Saiba mais
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Serviço
O Museu Oscar Niemeyer está localizado na Rua Marechal Hermes, 999, no Centro Cívico de Curitiba. A instituição abre de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada. Nas quartas-feiras a entrada é gratuita. Mais informações no site oficial.