Parque da Serra da Bocaina une natureza e história entre RJ e SP
Conservando trechos de Mata Atlântica integrados a trilhas históricas, parque famoso pelas variações de altitude reserva um trekking desafiador
Preservando áreas exuberantes de Mata Atlântica, o Parque Nacional da Serra da Bocaina foi criado em 1971 com uma dupla função: além de salvaguardar a natureza remanescente em um território muito deteriorado pela ação humana ao longo dos séculos, o espaço verde também serviria como um “escudo natural” em caso de catástrofe nas usinas nucleares de Angra, que estavam por ser inauguradas.
Felizmente, esse uso mais sombrio nunca foi necessário. E a Serra da Bocaina, com o passar do tempo, tornou-se um parque nacional que consistentemente aparece entre os cinco “Parnas” mais visitados do país, ano após ano – um paraíso para os amantes do trekking, mas que oferece bem mais do que isso. Com uma área que supera os 100 mil hectares protegidos, as opções do que fazer são tantas que é impossível abraçar tudo em uma única visita.
Atrativos do parque
As várias opções de trilha são um dos pontos que tornam o parque famoso. Adeptos do trekking e do mountain bike encontram alternativas variadas, desde trajetos curtos que podem ser percorridos em poucas horas até caminhos mais complexos que exigem dias para serem vencidos. Os mais longos obrigam a pernoitar no próprio parque, por vezes demandando acompanhamento de guia especializado.
De longe, o caminho mais cultuado do local – e um dos mais longos – é a Trilha do Ouro, que atrai tanto pela natureza quanto pela história envolvida no trecho. São mais de 70 km que saem do interior de São José do Barreiro, no lado paulista do parque, avançam pelas belezas da Serra da Bocaina (um destaque é a Cachoeira dos Veados) enquanto se desce para Mambucaba, praia entre Angra dos Reis e Paraty.
A pé, leva-se cerca de três dias para fazer o caminho, que emula a parte final da rota que era feita para levar até o mar o ouro extraído no interior de Minas Gerais.
Com grande variação de altitude, o parque também atrai pelas opções de quedas d’água para banhos e pelos picos para quem busca vistas panorâmicas e um trekking mais desafiador. O ponto culminante do parque é o pico do Tira Chapéu, que supera os 2 mil metros de altitude sobre o nível do mar.
Como visitar
O parque compreende grandes partes da serra litorânea entre Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e Ubatuba, em São Paulo. Quase metade da unidade de conservação fica no interior de Paraty, mas ao todo são seis municípios com parte do território compreendida neste Parna – além dos já citados, aparecem também os municípios de Areias, Cunha e São José do Barreiro, todos do lado paulista da divisa.
Há diferentes opções de acesso ao parque de acordo com o tipo de passeio que o visitante deseja fazer. A visita para a parte alta, por exemplo, só é iniciada pela portaria de São José do Barreiro.
Passeios de um único dia e a pé não demandam autorização prévia. Por outro lado, quem entra de carro ou pretende fazer pernoite – caso dos interessados na Trilha do Ouro – deve contatar o ICMBio anteriormente para emitir a autorização (é preciso enviar os dados pessoais, incluindo CPF e telefone de contato), com pelo menos três dias úteis de antecedência em relação à visita.
Informações adicionais, autorizações e detalhes sobre as condições do parque na época em que você pretende ir podem ser obtidas pelo e-mail parnaserradabocaina@icmbio.gov.br.
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