Parque do Tabuleiro abriga terceira maior queda d’água do Brasil
Localizado em área de Mata Atlântica e Cerrado, parque mineiro é ideal para quem procura abundância de nascentes e cursos d'água

Destino certeiro para quem quer conhecer diversas cachoeiras em um só local, que inclui a terceira maior queda d’água do Brasil, o Parque Natural Municipal do Tabuleiro é uma joia rara do ecoturismo, incrustado em área de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado. O parque fica no distrito de Tabuleiro do Mato Dentro, onde vivem cerca de 800 habitantes e está localizado a 15 km do município de Conceição do Mato Dentro – e a 180 km de Belo Horizonte.
A Cachoeira do Tabuleiro
O atrativo pelo qual o Tabuleiro é mais famoso é mesmo a cachoeira com que o parque compartilha o nome. Além de pegar pódio no ranking nacional, a Cachoeira do Tabuleiro tem a distinção de ser a mais alta de Minas Gerais: são 273 metros de queda livre, equivalente a um prédio de 91 andares.
Ela também é conhecida pelo apelido de “cachoeira do coração”, devido à característica do local onde a água do córrego – chamado Ribeirão do Campo – começa a cair: o lugar é um declive entre duas pedras multicoloridas que, vistas de longe, lembram um coração humano.

Como quase não bate sol na água do poço, de 20 metros de profundidade, ela exibe uma cor marrom escuro semelhante a caramelo. Hoje, por sinal, o poço só pode ser apreciado de longe, já que o local está interditado por questões de segurança. Visitantes podem se aventurar na parte baixa da cachoeira até o limite de 500 metros de distância do leito; já na parte alta, antes da queda d’água, a visita é liberada.
Em alguns pontos onde há pequenos poços é permitido o banho. Vale ir preparado para encarar águas frias, com temperaturas que não superam os 20 graus mesmo nos dias mais quentes.
Para quem vai ao local buscando ver a cachoeira, uma opção interessante é a Trilha do Mirante, relativamente curta, com 700 metros. Também é mais cômoda, já que o percurso inicia logo na entrada do parque.
Trilhas de longo percurso
Mas nem só trilhas curtas fazem parte dos trechos caminháveis pelo Parque do Tabuleiro. Um dos percursos mais desafiadores é a Rota das 10 Cachoeiras, que conta com 43,5 km para o caminho “rápido” e totaliza 91 km para explorar todas as quedas d’água do percurso.
Quem quer ter a experiência completa deve reservar pelo menos oito dias para fazer a trilha a pé, começando por Conceição do Mato Dentro, passando por várias cachoeiras que ficam ao redor e pelo Parque Estadual da Serra do Intendente, que abrange o próprio Tabuleiro.

Já a travessia Lapinha-Tabuleiro é também uma imersão cultural: a trilha parte do povoado de Lapinha da Serra e chega na parte alta da cachoeira. São 24 km, percorridos em dois ou três dias, conforme o ritmo e as condições meteorológicas no momento da expedição.
O diferencial é que na travessia se refaz os caminhos utilizados pelos antigos tropeiros. O pernoite é feito em pousadas simples, geridas por moradores, que também preparam as refeições.
Vale lembrar que são trilhas complexas que, pela duração, podem oferecer riscos. Por isso, é ideal contratar um guia para acompanhar essa empreitada.
Planejando a viagem
O distrito de Tabuleiro, onde fica o parque, não tem bancos nem farmácias, mas os estabelecimentos aceitam cartões e também PIX. O distrito conta com três restaurantes: o Rupestre, que serve pratos árabes, o Família e o das Irmãs Santos. Há também bares como o do Zé Antônio, o Dornelas, o Sempre Viva, o da Cici e também alguns mercadinhos, padaria e loja de roupas.
A visitação aos atrativos pode ser fechada dependendo das condições climáticas. No parque estadual da Serra do Intendente como um todo, há também risco de tromba d’água. Então, ao menor sinal de chuva na cabeceira do rio, busque imediatamente um lugar seguro longe do leito.
O parque municipal funciona entre segunda-feira e domingo, a partir das 8h, e o ingresso custa R$ 10 (dinheiro ou PIX). Saiba mais sobre o destino no Instagram da Associação Pró Turismo Tabuleiro e região.