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Rio de Janeiro: o fantástico Real Gabinete Português de Leitura

Eleito como uma das bibliotecas mais bonitas do mundo, o prédio no centro do Rio guarda obras raras e a arquitetura em estilo neomanuelino é um arraso

Por Clarice Sena
Atualizado em 26 jul 2024, 20h28 - Publicado em 26 jul 2024, 14h00
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Com visitação gratuita, Real Gabinete oferece imagens deslumbrantes mesmo para quem não pretende consultar os livros (CAU/RJ/Reprodução)
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No centro do Rio de Janeiro, o Real Gabinete Português de Leitura frequentemente figura nas listas de bibliotecas mais bonitas do mundo. Ricamente decorado, o espaço abriga mais de 350 mil livros, além de obras de arte e documentos históricos.

Sua história começa na primeira metade do século 19, quando imigrantes portugueses decidiram fundar uma biblioteca nos moldes dos “gabinetes de leitura” europeus que pudesse facilitar o acesso aos clássicos e, ao mesmo tempo, preservar a cultura de seu país no Brasil.

A biblioteca passou por algumas mudanças de sede até ocupar o prédio atual, que foi inaugurado em 1887 pela Princesa Isabel. O título de “Real” veio em 1906, concedido pelo Rei D. Carlos I de Portugal.

Arquitetura

Projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva e Castro, o prédio em estilo neomanuelino foi inspirado no lisboeta Mosteiro dos Jerônimos. O Gabinete encanta já do lado de fora pela decoração em pedra lioz, trazida de Portugal, e as esculturas na fachada, representando os navegadores portugueses Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama.

No interior, as paredes revestidas por 50 estantes recheadas de livros direcionam o olhar pelo pé-direito de cerca de 30 metros de altura. Lá no alto, uma claraboia é rodeada por medalhões com as figuras dos grandes navegadores portugueses, de Camões e de Minerva, a deusa romana da sabedoria, símbolo do Real Gabinete. 

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Edifício atual data do final do século 19 (Donatas Dabravolskas/Wikimedia Commons)

Acervo

A biblioteca guarda a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Dentre o acervo, encontram-se obras raras como um exemplar da primeira edição de Os Lusíadas de Camões e um manuscrito da comédia “Tu, só tu, puro amor” de Machado de Assis.

Outro destaque são os cerca de 4 mil volumes da antiga biblioteca do cronista João do Rio, que foram doados ao Gabinete pela sua mãe logo após sua repentina morte, em 1921.

Não custa dizer que não é possível retirar nenhuma obra publicada antes de 1950. Para pegar outros livros emprestado, é preciso virar sócio do Real Gabinete, pagando uma mensalidade de R$ 80, e ainda passar por um período de carência de seis meses, algo inviável para quem está apenas de passagem pelo Rio.

Além disso, mesmo os livros que não são considerados raros não podem ser pegos da estante para consulta: é preciso solicitar a obra que você deseja ver antes da visita, quando ela será disponibilizada por um funcionário.

De qualquer forma, há muito o que apreciar no principal Salão de Leitura. Há muitos bustos de figuras importantes, livros históricos expostos em vitrines e placas em homenagem a Machado de Assis e João do Rio, célebres escritores do Rio de Janeiro. 

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Antes ou depois de visitar o Real Gabinete, os turistas também podem aproveitar outros pontos de interesse próximos, como a Catedral Metropolitana e o Theatro Municipal. Ainda é possível seguir até a Praça XV e conhecer o Palácio Tiradentes e o Paço Imperial.

Serviço

O Real Gabinete Português de Leitura  tem entrada gratuita e está aberto à visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. Caso queira consultar livros no local, é preciso fazer um agendamento pelo site ou pelo e-mail biblioteca@realgabinete.com.br. Existe ainda a possibilidade de fazer uma visita virtual, que traz mais informações e curiosidades.

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