Dos trilhos ao turismo: Estação da Luz não é só local de passagem

Construída no século 19 e alvo de intervenções através das décadas, a estação reúne no entorno alguns dos centros culturais mais importantes de São Paulo

Por Clarice Sena
Atualizado em 22 jun 2024, 09h17 - Publicado em 20 jun 2024, 10h00
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Estação da Luz é inspirada em gares europeias e tem elementos que remetem a edifícios icônicos de Londres (Marcelo N Valente/Wikimedia Commons)
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Além das linhas de trem e metrô que seguem partindo do local, a Estação da Luz abriga muitas histórias que atravessam o século 20. Antes utilizada apenas para transportar cargas e passageiros, com o tempo o edifício histórico também se transformou em um dos marcos turísticos de São Paulo.

Grande parte dessa transformação se deve à abertura do Museu da Língua Portuguesa junto à Estação, uma obra de intervenção realizada entre 2000 e 2006. A inauguração viabilizou a utilização do prédio para um novo fim, mas não abriu mão das características preexistentes do lugar, o que ressignificou seu valor histórico e arquitetônico.

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Já a construção original, concluída no final do século 19, foi projeto do arquiteto inglês Charles Henry Driver, que mandou trazer da Inglaterra grande parte do material. A Estação da Luz é patrimônio nacional, tombado em 1976 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Modos de usar

A estação e o entorno requerem atenção dos visitantes e o principal alerta é evitar andar com celular na mão. Há um triste cenário de moradores de rua que vivem nas imediações da estação e também em barracas junto às grades que contornam o Parque da Luz, que por sinal é uma das áreas verdes mais bonitas de São Paulo. O parque está bem mantido e policiado, principalmente após a inauguração da Pina Contemporânea, galeria de arte “irmã” da Pinacoteca e cujo acesso se dá por dentro do parque. Junto ao Museu da Língua, no térreo ao lado da bilheteria, o Flor Café é um lugar dos mais agradáveis e, quando as janelas internas são abertas, é possível ver a gare da Estação da Luz.

 

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O que ver na Estação da Luz

Elementos decorativos: o projeto de Driver se baseou em edifícios ferroviários europeus, reunindo traços ecléticos da arquitetura inglesa do período. Além dos elementos decorativos no saguão de passageiros e na fachada, as torres paralelas em estilo gótico e a torre do relógio foram inspirados, respectivamente, na Abadia de Westminster e no Big Ben, em Londres.

A gare: uma das estruturas mais famosas e fotografadas da Luz é o vão suspenso da estação, uma grande estrutura metálica arqueada sobre as plataformas. À época de sua edificação, exigiu os melhores engenheiros e sistemas construtivos disponíveis para ser executado na forma típica das estações ferroviárias europeias.

Moderno brutalismo: a integração do terminal dos antigos trens com a estação Luz do metrô se iniciou em 1975. Já a integração da estação da Luz com a linha 4-Amarela, foi inaugurada no final de 2010. Em contraste com a arquitetura histórica da parte superior, o subterrâneo é marcado pelo estilo brutalista, com o uso de blocos massivos de concreto aparente, sem grandes ornamentações. Característico de edificações públicas por valorizar a funcionalidade, o brutalismo teve seu auge entre as décadas de 1950 e 1970.

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Entorno: através da Estação da Luz é possível acessar uma ampla variedade de importantes espaços culturais na região, como o já citado Museu da Língua Portuguesa, o lindíssimo Parque Jardim da Luz, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Pina Contemporânea, que estão localizados logo em frente. Em 2022 foi inaugurada uma passagem por dentro da estação que conecta a Luz ao Memorial da Resistência e à Sala Sâo Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e do Coro da Osesp.

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Como chegar na Estação da Luz

A Estação funciona todos os dias, das 04h40 à 0h, com acesso pela rua Mauá, pela Avenida Prestes Maia ou pela Praça da Luz. Usando o próprio modal ferroviário, é possível acessar a Luz pelas linhas 1-Azul e 4-Amarela do metrô, além das linhas 7-Rubi e 11-Coral da CPTM. Caso você chegue à estação de metrô pelas linhas Azul ou Amarela e quiser conhecer as plataformas do trem, não saia da estação e siga as placas que indiquem Jundiaí ou Expresso Aeroporto.  

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O vizinho Museu da Língua Portuguesa funciona de terça a domingo, das 9h às 16h30, com permanência até às 18h. Os ingressos custam R$ 24 (gratuito aos sábados). Crianças de até 7 anos e pessoas com deficiência não pagam. Saiba mais

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