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Guia de destino

Morro de São Paulo

Por Mirela Mazzola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO | set 2025

A exemplo das conterrâneas Trancoso e, mais recentemente, Caraíva, Morro de São Paulo já não tem mais o perfil de paraíso recôndito e nas últimas décadas tem se estabelecido como destino para as massas. 

Não faltam opções de hospedagem, restaurantes e lojas, sem falar da vida noturna que ferve a Segunda Praia. A partir da Terceira Praia, as enseadas vão ficando mais tranquilas e adequadas para quem quer apenas descansar com o pé na areia (o acesso até elas também complica).

Aliás, no Centro, a areia deixou de ser a via para carros e pedestres há algum tempo: a Rua Caminho da Praia ganhou calçamento e uma via paralela à orla melhorou o trânsito e tirou os veículos da areia. 

Para conhecer a Ilha de Boipeba, segredo ainda bem-guardado que abriga algumas das mais lindas praias do país, é possível embarcar em um passeio de lancha que dura o dia todo, chamado Volta à Ilha.

Para entrar em Morro, é preciso pagar a Tarifa por Uso do Patrimônio do Arquipélago (TUPA), que custa R$ 50 por pessoa. A cobrança é feita no momento da compra da passagem nos terminais de Salvador ou Valença, de onde partem as embarcações para lá (comprar a passagem online é bastante recomendável; nesse caso, a cobrança é feita na chegada à ilha). 

Por fim, duas dicas importantes: consulte os locais e a tábua de marés antes de qualquer passeio – assim, dá para se programar para ver as piscinas naturais – e leve dinheiro em espécie. Apesar da facilidade do PIX e de muitos estabelecimentos aceitarem cartões, só há caixas eletrônicos do Bradesco e do Banco do Brasil (que podem ficar desabastecidos na alta temporada).

QUANDO IR

Assim como na capital Salvador, abril, maio e junho são os meses mais chuvosos. No verão e em julho, espere mais movimento – nos feriados, o valor dos passeios pode subir. 

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ONDE FICAR

No Centro da vila, a Charme Pousada Boutique & Spa fica aninhada sobre um morro, íngreme e próximo do agito (e, ao mesmo tempo, longe do barulho da Segunda Praia). A sala de café tem vista para o mar, assim como algumas acomodações – as unidades, aliás, rodeiam a piscina cercada de verde.

A 100 metros da Praça Aureliano Lima, a Pousada Natureza também está distribuída em um terreno em declive – a piscina fica embaixo, com vista para o pôr do sol, e alguns quartos têm mezanino. Outra alternativa nessa área, a Passárgada Pousada e Restaurante tem uma charmosa piscina com borda infinita e vista para o mar. Alguns quartos têm ampla varanda com rede e hidromassagem.

Na maioria das vezes, ficar na Segunda Praia significa duas alternativas: curtir os luaus in loco com uma caminhada curta ou ouvir o barulho do quarto até altas horas. Na Villa Dos Graffitis, a atmosfera jovem se estende à decoração, com obras de street art na piscina e nos quartos (todos equipados com ar-condicionado e frigobar). Perto dali, a Pousada Borboleta tem unidades decoradas com tons claros e varanda com rede (algumas acomodam até quatro pessoas). 


À beira-mar, na Terceira Praia, a Pousada Minha Louca Paixão tem academia bem-equipada e duas belas piscinas (uma no jardim e outra elevada, com borda infinita), além de aulas de ioga incluídas na diária. Com apartamentos espalhados ao longo de um gostoso gramado, a Pousada Villa dos Corais fica em trecho privilegiado entre a Terceira e a Quarta praias – espreguiçadeiras são montadas em uma área boa para banho. O lazer inclui ainda piscina e quadra de tênis. Boa escolha para famílias com crianças, o Patachocas tem comodidades de resort, como quadra de tênis, recreação e aluguel de caiaques e bicicleta – o traslado até a vila é gratuito. 

Na tranquila Praia do Encanto, a Vila dos Orixás Boutique Hotel tem uma charmosa piscina cercada por verde e gazebos – na decoração dos quartos e áreas sociais reinam a madeira e as fibras naturais. 

Busque mais hotéis e pousasdas em Morro de São Paulo. Outra opção é reservar uma hospedagem pelo Airbnb, como essas casas.

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ONDE COMER

Como ocorre em muitos destinos litorâneos, em Morro é mais comum beliscar nas barracas de praia durante o dia e, depois, eleger um jantar mais robusto. Uma exceção é o restaurante Guido da Lagosta, na Praia de Cueira, em Boipeba, parada famosa para o almoço no passeio Volta à Ilha – o crustáceo é servido em mesas na areia, em versões grelhada, na manteiga e até no mel. 

Na vila, a oferta é variada, com restaurantes de pescados, carnes grelhadas e pizzas com mesas na calçada. Uma novidade é o Caju Restaurante, que tem um menu de culinária brasileira assinado pelo chef Ulle Matos, além de drinks autorais.

Algumas pousadas têm restaurantes abertos ao público, como a pé na areia Chez Max, que serve pizzas no forno a lenha e massas com vista para o mar e o Santa Villa da Pousada Via das Pedras, onde o destaque são os pescados.

Na pousada Minha Louca Paixãofoi aberta em agosto de 2024 uma filial do Boteco Português, que é um sucesso em Salvador. O restaurante possui vista para o mar e cardápio com clássicos da culinária portuguesa.

Na Pousada Villa dos Corais, a estrutura inclui o variado Corais Restaurante (na maré cheia não é possível chegar pela praia, pergunte sobre o traslado) e o Eskina Beach Bar, com serviço de praia e localização privilegiada, na divisa entre a Terceira e Quarta praias.

Na Segunda Praia, a Pousada e Restaurante Club do Balanço, serve moquecas e bobó de camarão há quase 30 anos. O menu do Andina Cozinha Latina, na Pousada Villa Dos Graffitis, lista pratos interessantes como o pastrami de cupim ao molho de cachaça com farofa de milho e creme de palmito e o atum selado com crosta de chá verde (só atende com reserva). 

Depois do jantar, a noite começa de fato para os mais animados, com os luaus ecléticos na Segunda Praia.

O QUE FAZER

Morro de São Paulo tem se consagrado como um destino que reúne o melhor de dois mundos para quem quer curtir bem umas férias à beira-mar: o vilarejo tem tanto praias paradisíacas de águas calmas quanto noites agitadas nos bares da Segunda Praia. Dedique-se a mergulhar em águas cristalinas e curtir as belezas naturais do arquipélago – e se houver tempo, é possível incluir uma esticada à vizinha Boipeba.

 

Praias

Mais próxima da vila, a Primeira Praia é menos frequentada e recebe famílias com crianças na faixa de areia estreita, com mar calmo. Ali também fica a chegada da tirolesa que parte do Farol do Morro.

A próxima enseada, a Segunda Praia, é a mais movimentada da ilha e ponto de encontro dos jovens e de quem curte o fervo – um deque separa bares e restaurantes da areia. À noite, os luaus com DJs pontuam a orla.

Separada da Segunda por um istmo, a Terceira Praia abriga pousadas, bares e restaurantes. As águas são calmas e boas para banho, mas a faixa de areia pode sumir dependendo da maré. Em frente, a ilhota de Caitá tem corais que podem ser percorridos com snorkel.

A menos de meia hora de caminhada dali (ou por acesso de carro pela estrada que sai da Segunda Praia), a Quarta Praia é ladeada por um belo coqueiral de quatro quilômetros de extensão. Bem mais deserta que as anteriores, é um pouco mais agitada no canto esquerdo, com restaurantes e piscinas naturais na maré baixa.

Continuação dessa, a Quinta Praia (também chamada de Praia do Encanto) é a mais distante do centro – o trajeto total leva duas horas, atravessa um manguezal e fica mais fácil na maré baixa – é possível chegar lá de charrete, jardineira ou jipe.

A seis quilômetros da Quinta Praia, a remota Garapuá abriga uma pequena vila de pescadores e encanta pelas piscinas naturais. Chega-se de jardineira (a partir da Segunda Praia), de charrete (se estiver na Quarta Praia) ou de barco, já que o lugar é uma das paradas do passeio para a Ilha de Boipeba. Se for caminhando, melhor contratar guia (a Rota Tropical faz o passeio).

Do outro lado da Primeira Praia, perto do centrinho, fica a Praia da Gamboa, também uma vila de pescadores, com alguns bares e restaurantes. Ali fica a sede do Clube de Vela de Morro de São Paulo, que aluga embarcações com instrutor para iniciantes e iniciados. É possível chegar lá a pé a partir da Primeira Praia (na maré baixa) ou de barco.  

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Passeios náuticos

Clássico local, o passeio de lancha Volta à Ilha dura o dia todo e parte da Terceira Praia, com chegada ao porto de Morro. As piscinas naturais da Praia Garapuá são o primeiro ponto para mergulho; depois o barco segue para as piscinas de Moreré, na Ilha de Boipeba (o roteiro pode variar de acordo com a maré).

O almoço é na Praia de Cueira ou em Boca da Barra. À tarde, a navegação segue pelo Rio do Inferno e faz pausa para degustação de ostras na comunidade de Canasvieiras e tour na cidade de Cairu (as refeições não estão incluídas). A agência Rota Tropical opera o passeio.

Para ficar mais tempo na paradisíaca Boipeba, é possível fretar uma lancha – vale lembrar que, para conhecer a ilha e sentir toda a paz do lugar, o ideal é se hospedar lá.

Outro roteiro, feito pela mesma empresa, explora o norte da Ilha de Tinharé, onde está Morro de São Paulo, com parada nas praias de Coroa do Meio e Ponta do Curral, além de almoço e banho de argila na Praia da Gamboa. 

Mirantes

Duas construções históricas proporcionam lindas panorâmicas de Morro de São Paulo: o Farol do Morro, de 1855, tem um belo pôr do sol (o acesso é por uma pequena caminhada a partir da vila). Dali também sai a tirolesa de 300 metros de extensão e 70 metros de altura que termina na Primeira Praia. A outra são as ruínas da Fortaleza, de 1630, com acesso a partir do cais.

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Mergulho

O mergulho com máscara e snorkel pode ser feito nos recifes da Primeira Praia à Quarta Praia e em Garapuá. Com cilindro (batismo ou certificado), a atividade é feita de dia e à noite, embarcada ou próxima à orla. Os meses de verão costumam ter melhor visibilidade (chegando a 20 metros). Peça indicação de agências nos hotéis e pousadas.

Como chegar

Partindo de Salvador, o jeito mais barato é atravessar de ferry boat do Terminal São Joaquim até o Terminal de Bom Despacho (1h), na Ilha de Itaparica, e de lá seguir de ônibus por mais 2h até o Terminal Marítimo de Valença, onde pega-se uma lancha que leva até Morro em 30 minutos. Você pode fazer tudo por conta, comprando os bilhetes na hora, ou pode deixar a cargo de uma agência que fica responsável por casar os horários dos modais de transporte; saiba mais.

Para fazer o trajeto entre Salvador e Morro de São Paulo, o catamarã é a melhor opção para quem não quer fazer várias trocas de transporte pelo caminho. As saídas da capital ocorrem no Terminal Marítimo, próximo ao Mercado Modelo, com a empresa Biotur e Ilha Bela. Ponto de atenção: não é raro ouvir relatos de pessoas que enjoaram muito com o sacolejar das ondas.

A alternativa mais descomplicada atualmente para quem chega no aeroporto de Salvador é embarcar no ônibus da Politur que vai direto para Valença sem passar pelo ferry (4h). O ônibus segue direto até o Atracadouro de Bom Jardim, de onde sai a lancha que faz a travessia até Morro em 10 minutos. As saídas do aeroporto de Salvador acontecem às 5h, 9h, 12h e 15h e o trecho sai por R$ 180, incluindo a travessia de lancha. Também há a opção de saídas de hotéis e do Terminal Marítimo. Saiba mais

Outra opção é seguir a bordo de um avião bimotor – a Abaeté faz o trajeto Salvador-Morro com saída do Aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães. 

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Como circular

Até existem carros na ilha, mas eles não podem circular na área do cais e no centrinho – os únicos veículos permitidos são os tratores de lixo, jardineiras e carros de pousadas e agências de turismo. Assim, a maioria dos deslocamentos em Morro é feita a pé.

Do cais até a praça Aureliano Lima, no Centro, há uma ladeira – a dica é viajar leve ou contratar um carregador (eles ficam a postos a cada chegada do catamarã). A partir da Vila, a caminhada até a Primeira Praia leva cinco minutos, até a Segunda, 15, a Terceira, 25, e a Quarta, uma hora. Outra alternativa é pegar um táxi no receptivo da Segunda Praia (ali também ficam os transfers das pousadas).

No canto esquerdo da Quarta Praia há charretes que levam à Quinta Praia e à Garapuá (o preço pode ser negociado). A bicicleta, que pode ser alugada em várias pousadas, é outro meio de transporte bastante usado.

Sugestão de roteiro

Principalmente se houver um trecho de avião, desconsidere os dias da ida e da volta. Assim, cinco dias são o ideal para conhecer Morro de São Paulo sem pressa (você vai aproveitar três inteiros).

Depois do check-in, se chegar a tempo do pôr do sol, siga até o Farol do Morro. De lá, comece a desbravar a vila e escolha um dos restaurantes para o jantar.

No dia seguinte, quem gosta da orla animada parte para a Segunda Praia – viajantes mais tranquilos podem seguir até a divisa entre a Terceira e a Quarta, onde se formam piscinas naturais na maré baixa (uma dica é levar ou alugar snorkel). A refeição pode ser em um dos restaurantes de pousadas, como o Chez Max e o Santa Villa. Quando a tarde cai, a noite começa a esquentar nos bares, segue nas barracas de bebida da Rua Caminho da Praia e da Praça Aureliano Lima e adentra a madrugada no luau da Segunda Praia.

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No dia seguinte, se a estada na Ilha de Boipeba não fizer parte da viagem, embarque no passeio de lancha Volta à Ilha. Como o retorno é no porto, você pode escolher entre voltar para a pousada ou emendar o jantar na vila – se tiver coragem e a tirolesa ainda estiver aberta, aproveite. 

No último dia de passeio, dá para escolher entre avançar até a Quinta Praia ou mais um passeio de barco, percorrendo o norte da Ilha de Tinharé. Se optar pelo mergulho com cilindro, atente ao horário do voo de volta (recomenda-se não voar cerca de 24h após a atividade). Para o jantar de despedida, o Andina Cozinha Latina é boa pedida (não esqueça de reservar).

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