Achados
Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
A rota das melhores tapas de Barcelona
O Tapaç 24, a quarta parada da rota
No sábado passado, ciceroneando alguns amigos ingleses, fiz uma peregrinação pelos melhores bares de tapas de Barcelona. Já conhecia quase todos eles. Mas nunca tinha feito uma degustação tão intensa e profissional (começamos às 2 da tarde e terminamos às 10 da noite). Isso porque o líder da excursão era o chef argentino Alfredo Marcus, que além de pilotar a cozinha de seu ótimo Sesamo, é um gourmet obsessivo. No grupo, ainda tínhamos outro cozinheiro recém chegado de um château na Provence e uma sommelier. Ou seja, rendeu.
Todo o caminho pode ser feito a pé tranquilamente. O que ainda é uma boa para ajudar na digestão.
A rota das tapas: tudo pode ser feito a pé
A — Taverna del Clinic (Calle Rosselló, 155, 93/410-4221)
Como é: Um botequinho que fica JUSTO embaixo da minha casa e que você jamais daria nada por ele se passasse na porta. Mas serve tapas extremamente elaboradas e perfeitas. O pão com tomate é crocante, o azeite de oliva de mesa é de primeiríssima e a cerveja da casa é a excelente Estrella Galícia, uma marca galega que não se encontra em qualquer esquina. Reservar é essencial para conseguir uma mesa.
Tapa estrela: As batatas bravas. Muita gente as considera as melhores da cidade. E, se não, no mínimo as mais criativas. Ao invés da tradicional batata cortada em cubinhos (e não em palitos) com molho apimentado, aqui ela vem em forma de crostinha de batata recheada com o molho. Sen-sa-cio-nal.
B — Paco Meralgo (Calle Muntaner, 171)
Como é: Um lindo bar moderninho com vários balcões e algumas mesas altas. Badaladíssimo e da moda. É impossível conseguir uma mesa sem reservar. Ligue pelo menos um dia antes e prepare o bolso (duas ou três tapinhas mais um copo de vinho por pessoa saem por 25 a 30 euros). Serve tapas tradicionais e também receitas criativas.
Tapa estrela: O steak tartar é sublime, e já vem “montado” sobre uma torradinha crocante. Os frutos do mar também são excelentes, como o polvo servido com um molhinho da casa.
C — Cervecería Catalana (Calle Malloca, 221)
Como é: Um típico bar de tapas com balcão e mesas que não faz reserva e vive lotado, lotadíssimo. Segredo é chegar e disputar espaço no balcão na base do cotovelo. Para esperar uma mesa, a fila costuma ser longa. Não tem nada de muito diferente dos bares tradicionais da cidade. Mas pode anotar: aqui tudo é super bem feito.
Tapa estrela: Caia matando nos pimientos del padrón, nos pescaditos fritos, nos croquetes e nas saladinhas.
O menu do Tapaç 24
D — Tapaç 24 (Calle Diputació, 269)
Como é: É o bar de tapas do chef estrela Carles Abellan, do Comerç 24. Não faz reservas e vive lotado. A grande vantagem é que funciona desde as 8 da manhã até a meia noite. Então se você for no meio da tarde, por exemplo, pode até evitar a muvuca. Serve tapas tradicionais preparadas com maestria e tem sobremesas alucinantes.
Tapa estrela: O Bikini Ç24, de jamón e foie gras. Foi a melhor tapa do dia. Quase chorei. De sobremesa, chocolate com azeite de oliva e sal. De novo, quase chorei.
E — Quarta parada: La Viblioteca (Calle Vallfogona, 12, 93/284-4202)
Como é: Uma vinoteca (como o nome sugere) moderna e minimalista, com poquíssimas mesas e atendimento profissionalíssimo. Pergunte tudo o que você quiser saber sobre os vinhos da casa. E eles saberão responder.
Tapa estrela: Queijos, queijos e mais queijos e embutidos artesanais. Que vêm em seleções personalizadas, de acordo com o vinho que você pedir, e acompanhado de geleias maravilhosas, como a de cebola caramelizada.
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