Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

As 3 situações mais bizarras que vivi em aviões

Situações estranhas (e inexplicáveis) que já testemunhei voando por aí

Por Adriana Setti
Atualizado em 23 out 2017, 15h34 - Publicado em 23 out 2017, 06h09
Passageiros mandando mal no @passengershaming e, abaixo, uma coletânea de alguns dos meus piores momentos de horror aéreo (@passengershaming/Reprodução)
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Dou risadas infinitas com as fotos do @passengershaming. Criado pela ex-comissária de bordo Shawn Kathleen, esse perfil no Instagram reúne imagens de passageiros mandando muito mal em aviões mundo afora, com uma farta coleções de pés hediondos invadindo o encosto de braço da poltrona da frente e outras obscenidades que só a classe econômica é capaz de fazer por você. Não tenho imagens para ilustrar as situações mais bizarras que já presenciei em aviões (algo que talvez você agradeça), mas aqui vai o relato do meu top 3 show de horror aéreo.

TOP 1 – Vômito premeditado

Em um voo interno nas Filipinas, a mocinha que sentou justo ao meu lado entrou no avião com um lanchinho do McDonald’s. No entanto, o conteúdo da caixinha não tinha nada a ver com Big Mac e afins. Talvez inspirado em alguma receita local, o “prato” impossível de identificar parecia uma lasanha, mas com um buquê adocicado. Após apertar o cinto, ela imediatamente começou a revirar no bolso da poltrona da frente, que tinha apenas as instruções de segurança. Gentilmente, ofereci minha revista de bordo. “Não, obrigada, mas aceito o seu saquinho de vômito se você não se importar”. Cedi o temido recipiente de papel pensando, com muito otimismo, que ela pretendia utilizá-lo como lixo – já que, corada e tranquila, não dava nenhum sinal de estar diante de uma urgência visceral.

Então ela abriu a mesinha e devorou a gororoba com gosto. Depois, serenamente, esperou o avião decolar, lançou mão do saquinho e, sem nenhum esforço ou constrangimento, regurgitou o Mc Lanche Infeliz até a última molécula. Ato contínuo, chamou a aeromoça, entregou a encomenda e passou o resto do voo lendo um livro.

TOP 2 – Surto aéreo

Era um voo de Lisboa para São Paulo e tudo corria dentro da normalidade. Até que começamos a ouvir urros vindos da parte da frente do avião. O barulho foi se intensificando até que, subitamente, um brutamontes que estava sentado perto de mim, em um dos assentos do meio da fila central do avião, praticamente foi ejetado da poltrona e, saltando sobre os passageiros ao seu lado, saiu correndo em direção à confusão – sabe aquela história de que sempre há seguranças a bordo à paisana?

Um clássico: fulano, que já havia tomado umas e outras, pediu mais uma bebida. Vendo que a língua do passageiro começava a enrolar, a aeromoça se recusou a servi-lo e o cara se transformou no Incrível Hulk. Mas, ao invés de deferir bofetadas em outrem, ele esmurrou o braço da poltrona a ponto de deformá-lo (realmente impressionante). Para contê-lo, o tal segurança amarrou o cidadão como uma múmia, dos pés até o tórax, com sobras de cintos de segurança que eram trazidos pelas aeromoças e – pasmem – tapou a boca do homem com silvertape. Ele passou a próxima hora grunhindo e se debatendo até que o avião fez um pouso de emergência em Fortaleza para desová-lo.

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TOP 3 – O guerreiro sonolento

Havia espaço de sobra no voo de Dar Es Salaam, na Tanzânia, para Doha no Qatar. Olhando ao redor para ver se encontrava mais poltronas vagas para me espichar, comecei a observar um passageiro com comportamento meio estranho. Ele puxou um tecido de uma mala e… razzz, rasgou um pedaço. Em seguida, amarrou o trapo como uma faixa na cabeça, estilo Rambo. “Amor, acho que ele vai explodir o avião”, disse eu, já entrando em paranoia. Então ele tirou os sapatos e razzzzz! Mais um pedaço de pano rasgado, com o qual ele começou a esfregar os pés minuciosamente. “Na falta de água ele está lavando os pés a seco em respeito a Alá para entrar no paraíso!”, teorizou Cassio, maridão, num nível ainda mais complexo de neurose. “Será que chamamos a aeromoça?”. A essas alturas, estávamos olhando para o cidadão fixamente. Daí ele começou a bocejar. Minutos depois, de faixa na cabeça e pés limpinhos, ele deitou e dormiu.

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