As melhores maneiras de estragar a sua viagem, parte 2: quando faz calor demais
A foto acima foi reproduzida da edição de hoje do jornal La Vanguardia. Legenda: “turistas se fotografam com um termômetro que indica uma temperatura de 50 graus no centro de Córdoba em plena onda de calor procedente de uma massa de ar africano”.
Admiro o senso de humor da criatura fotografada – ele sorri. Nas vezes em que passei por isso, soltei fogo pelas ventas, bufei e concluí que o mundo era um lugar cruel.
A mais traumática delas talvez tenha sido Foz do Iguaçu com 46 graus. A umidade gerada pelas cataratas transformava a selva num imenso banho turco. O ar era pastoso. Meu esqueleto adquiriu uma consistência gelatinosa. Em algum momento da caminhada pelo lado argentino do parque, se não me engano, desejei passar o resto da minha vida na Sibéria.
Por essas e outras, sou um pouco radical quando analiso as tabelas de temperatura de um potencial destino. E acho que os viajantes em geral deveriam levar isso mais a sério: nem o melhor lugar do mundo é legal quando os termômetros ultrapassam os 35, a menos que a ideia seja passar o dia na praia ou na piscina.
Subestimar o calor europeu é padecer no paraíso. A Espanha pode ser incrível no verão, em lugares como Barcelona, Ilhas Baleares, Galícia, País Basco, etc. Por outro lado, digo e repito: o interior da Andaluzia (principalmente Sevilha, Granada e Córdoba) é proibido para quem viaja entre o meio de junho e o meio de setembro, assim como Madri e arredores. Outras cidades grandes, como Roma e Istambul, também são contraindicadas para quem está circulando pelo Velho Mundo neste momento. Para que tudo dê certo, basta fazer um pouco de lição de casa.
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