As férias, ao meu ver, são um parênteses da vida normal. Trata-se de uma época do ano em que não só me vejo no direito de não fazer o que não quero, como assumo a obrigação moral de zelar para que assim seja. A política do “eu mereço” impera e, segundo minhas próprias normas, a solução para os efeitos colaterais de tudo isso – financeiros, adiposos, epiteliais e morais – deve ser empurrada com a barriga para a SEGUNDA segunda-feira pós férias, de maneira que eu possa aterrissar com mais suavidade na vida real.
De maneira geral, há certas coisas que não consigo fazer nas férias:
Regime (ou qualquer coisa parecida)
Engordo nas férias, eis a realidade. E o número de quilos é proporcional ao apelo (ou à gordice) da culinária local. Meu recorde foi de 6 quilos no México.
Fugir do sol
Branquela de dar dó, passo a vida besuntada em protetor solar por uma questão de sobrevivência. Mas patino na tentativa de usar chapéu o tempo todo (eu fico surda de chapéu, isso é normal?) e de ir à praia nos horários mais amenos. Volto sempre manchada como uma dálmata (mas feliz como um labrador).
Ficar superconectada
Nada me convence que o mundo todo precisa saber o que estou fazendo em tempo real, mesmo que eu seja uma blogueira de viagens. Eu vivo o momento e depois vou largando fotos aos poucos no Instagram, sempre com atraso. Faz alguma diferença pra você? Para o mundo? Para as galáxias? Não.
Jogar baralho
Você precisa de um passatempo nas férias? Eu quero mais é que o tempo pare!
Malhar
É o tal negócio de não fazer aquilo que não gosto…
Controlar os gastos
Urgh… Isso passa fatura. Mas simplesmente não consigo administrar bem os meus gastos e orçamentos. Admiro as pessoas que vão anotando as despesas do dia, fazendo estimativas, cumprindo metas. O meu normal é voltar de férias, fazer contas e GLUP.
Atualizar este blog em tempo real
Fiquei aliviada ao conversar com vários blogueiros num encontro promovido em Barcelona pela querida Cris do blog Sol de Barcelona e saber que quase todo mundo tem dificuldade para escrever enquanto viaja. Já até tentei, mas nunca consigo fazer deste blog um verdadeiro diário de viagem. São tantas coisas para contar que prefiro digerir com um pouco de calma para depois colocar no “papel”. Também sinto mais vontade de entrar em divagações como esta do que dar dicas concretas (coisa que prefiro fazer já em casa, tento tudo organizado na cabeça). Sabe como é, eu me permito…
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