Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Insisto: por que GRANDE parte dos hotéis e pousadas do Brasil não publicam suas tarifas no site?

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h41 - Publicado em 4 out 2013, 15h20

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Já vociferei contra isso dois anos atrás – clique aqui para ler o post. Posto que pouca coisa mudou, às vésperas da Copa do Mundo, volto a espumar de indignação e frustração, e dedico uma salva de palmas aos empresários que publicam suas respectivas tarifas de forma transparente e dispõem de sistemas de reserva compatíveis com os nossos tempos (e a nossa falta de tempo).

Barcelona, 4 de outubro de 2013.

 

Caro hoteleiro e/ou dono de pousada brasileiro,

 

Por que o senhor insiste, em pleno século 21, em não publicar as tarifas do seu estabelecimento no seu site? Por que você ignora, em pleno ano de 2013, a existência dos sistemas on-line de reserva (tanto através do seu próprio site quanto pelas incontáveis ferramentas de busca de hotéis existentes)?

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Ok, talvez essa modernidade toda de reservas on-line possa ser muito complicada e cara para o senhor. Mas por que não publicar a tarifa no site? O senhor ainda vive nas trevas da hiperinflação, quando os comerciantes remarcavam preços diariamente? Ou será que o senhor tem vergonha de publicar de maneira transparente as discrepâncias hediondas de preço entre feriado e dias “normais” e entre a baixa e a alta temporada? Pior: a ideia é cobrar o que dá na telha, conforme o dia? O que, afinal, o leva a esconder o ouro?

 

O senhor acha que está em algum bazar do mundo árabe, onde vendedor e cliente precisam tomar um chazinho de menta enquanto conversam sobre o preço das coisas?

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Senhor hoteleiro, tenho um segredinho para lhe contar: você está perdendo clientes. As milhões de pessoas que reservam hotéis através de ferramentas de busca estão ignorando o seu estabelecimento. Os gringos, meu caro, jamais baterão às suas postas. Os viajantes que estão acostumadas a resolver a questão hotel em poucos minutos (seja nos Estados Unidos, no Camboja ou no Burundi), e com um clique, não têm mais saco nem tempo para esperar a resposta de um e-mail.

 

Sabe o que é mais irritante ainda, senhor dono de pousada? É o fato de haver um item no menu de navegação do seu site chamado “tarifas”. Eu tentei clicar ali, senhor hoteleiro, e o link me levou a uma mensagem “entre em contato conosco pelo telefone X”. Então eu respirei fundo e liguei, via skype, para o seu estabelecimento. A recepcionista, de voz anasalada, pediu para que eu informasse as datas exatas em que eu pretendia viajar. Eu não sabia – afinal de contas, às vezes eu estou apenas divagando sobre uma viagem quando resolvo saber o preço de um hotel. Então ela ficou atônita  e disse que “iria estar enviando o preço por email”. Eu quis esbofeteá-la, senhor hoteleiro. Eu desejei o seu mal.

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O que acontece entre o meu  telefonema e o tão esperado e-mail (que às vezes nunca chega)? O senhor pesquisa no meu perfil do Facebook pra ver quanto eu supostamente deveria pagar, segundo a cor do meu cabelo ou o colégio onde eu estudei? O senhor acessa a minha conta no banco para ver se eu tô podendo? É isso?

 

Eu preciso de explicações, senhor hoteleiro.

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Aquele abraço.

 

 

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