Kotor, em Montenegro, começa no fiorde e termina em uma fortaleza no topo da montanha
Nenhuma foto que eu postar fará jus ao lugar. Kotor é uma pequena cidade medieval que ocupa o ponto mais profundo de um enorme fiorde que avança ao interior de Montenegro (um diminuto país ao sul da Croácia, que também integrou a antiga Iugoslávia).
O cenário é de arrepiar. As montanhas altíssimas e pedregosas são “manchadas” com o verde das árvores, e desabam vertiginosamente sobre o Adriático (naquele tom esmeralda que só ele tem). As casas se distribuem pela baía como pecinhas de lego: parecem minúsculas diante da grandeza da montanha. A cidade foi fundada como parte do Império Romano, integrou a República de Veneza e conserva um pouco de tudo isso em seus palácios, ruas de pedras multicoloridas (avermelhadas, acinzentadas, brancas…) e muralhas.
Coroada pelas cúpulas de incontáveis igrejas, Kotor lança suas garras montanha acima através de sua muralha que serpenteia até culminar nas ruínas de uma fortaleza.
A subida até a fortaleza é um martírio que dura mais de uma hora, por escadas de pedras irregulares (dizem que são quase 1500 degraus) alternadas com ladeiras. Preguiçosa convicta (e estupidamente de Havaianas!), resfoleguei, suei em jatos e hesitei em vários momentos (principalmente quando nuvens de mosquitos e abelhas apareciam pelo caminho). Mas, uma vez lá no alto, a parte de trás da montanha foi o melhor dos troféus. Ainda mais grandiosa, ela é cortada por antigos caminhos por onde pastores da velha guarda ainda conduzem as suas cabras. Valeu a viagem — e ela acabou de começar.
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