Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Lituânia: a viagem mais emotiva da minha vida

Nossa blogueira vai em busca de suas origens

Por Adriana Setti
Atualizado em 28 set 2017, 20h31 - Publicado em 5 jul 2011, 08h06
Centro Histórico de Vilnius, Lituânia
Adorável tarde no Centro Histórico de Vilnius (iStock/iStock)
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Vikonis, o vilarejo onde nasceu a minha avó, na Lituânia profunda: longe é um lugar que existe

Quem já teve paciência de ler as duas linhas de apresentação que aparecem abaixo do nome deste blog  já tem uma ideia: sou neta de lituanos (litu… quê?) por parte de mãe. Lituanos de verdade: meus avós vieram adolescentes ao Brasil, jamais se naturalizaram e comeram kugelis e sopa de beterraba a vida inteira.

Litu.. quê?Ela existe, e fica à beira do mar Báltico

Foi por isso que, antes mesmo que o país entrasse para União Europeia, em 2004, eu já tinha essa dupla nacionalidade que, até então, era apenas um detalhe exótico da minha biografia.

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Aqui na Espanha, sou lituana para todos os efeitos legais. É muito estranho ter a nacionalidade de um país onde você nunca esteve. E mais estranho ainda ter a nacionalidade de um país que muita gente não sabe que existe. Embarcar com um passaporte que leva na capa a inscrição Lietuvos Respublika, fora da Europa, é uma aventura que sempre começa com  uma cara de espanto e termina com alguém consultando um catálogo para ver se eu existo mesmo e, em caso afirmativo, confirmar se aquele papel me dá direito a entrar no país que seja sem um visto.

Estradinha que leva até Vikonis: viagem às origens
A volta dos que não foram
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Até um mês atrás, e sem contar a minha família, eu havia topado com apenas quatro seres lituanos em toda a minha vida — o país tem apenas 3 milhões de habitantes, a população de um bairro de São Paulo.  O jeito daquela gente, a fonética da língua, os hábitos, a expressão corporal… tudo era um grande mistério para mim. A verdade é que não sei porque demorei tanto para ir até lá.

Veja também o Manual do Viajante: vistos para a Europa

Minha brava mãe foi a primeira da família a fazer a viagem da “volta dos que não foram”. Depois, minha querida tia-avó Amélia aventurou-se na companhia da minha prima Anita, que por sua vez repetiu a dose mais tarde. As lembranças da minha tia foram cruciais para que todas nós chegássemos até Vikonis, o vilarejo onde ela e a minha avó nasceram.

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“Foi um tipo muito especial de viagem, retornar às origens 78 anos depois foi uma das experiência mais marcantes da vida dela.  Seu olhar voltado para o passado, enquanto remexia com as mãos a terra onde morou, me passava uma emoção como eu nunca senti”, contou a minha prima.

Não é muito lindo?

As minhas emoções, aventuras e também descobertas mundanas – a Lituânia é o filé da Europa off the beaten track – eu conto aqui nos próximos posts.

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