Os espanhóis, assim como outros povos mediterrâneos, AMAM uma mesa na calçada, as famosas terrazas. Basta caminhar pelas ruas de Barcelona, Bilbao ou Valência, para constatar que é lá que eles passam boa parte da vida, seja tomando um café, beliscando, almoçando ou bebendo. Com a pandemia, e a necessidade de evitar espaços abertos, essa paixão ficou ainda mais exacerbada e muitos estabelecimentos praticamente foram salvos da falência pela ampliação da quantidade de mesas ao ar livre — assim como aconteceu no Brasil e em outras partes do mundo.
Mas a pandemia também trouxe uma outra tendência: regular o tempo que o cliente pode passar em uma mesa na calçada, segundo o que consome. Alguns cartazes fixados em bares chegaram a viralizar por aqui, estabelecendo 15 minutos para um cafezinho, 35 minutos para um drink, 40 minutos para um sanduíche e 1h30 para uma refeição. Em alguns lugares, também há um mínimo de pessoas por mesa (geralmente três), como forma de otimizar o espaço mais disputado. O objetivo é evitar aquele cliente que pede um café, lê todo o jornal e vai embora deixando duas moedas.
A medida é compreensível em um contexto pós restrições, nas quais bares e restaurantes — parte de um dos setores mais afetados pela pandemia — batalham pra se recuperar e continuar existindo. Mas, obviamente, não foi bem recebida pela maioria de clientes e já existe quem boicote os lugares com cronômetros. Se estiver por aqui, fique atento aos cartazes ou aos selinhos na mesa que indicam quanto tempo você pode ficar.