Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Museus importantes devem devolver artigos roubados?

Smithsonian Institution começa a repatriar obras de arte e artefatos que foram roubados de seus países de origem

Por Adriana Setti
Atualizado em 9 jun 2022, 12h46 - Publicado em 13 Maio 2022, 13h12
O Louvre, de Paris: Itália que a Monalisa de volta e Grécia luta pela Vênus de Milos
O Louvre, de Paris: Itália quer a Monalisa de volta e a Grécia luta pela Vênus de Milo. (Pixabay/Reprodução)
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Como você se sentiria se o Cristo Redentor fosse roubado por invasores estrangeiros e, anos depois, acabasse exposto em um museu, tornando-se uma grande atração de outro país? A situação parece totalmente absurda, mas não é muito diferente do que acontece em instituições renomadíssimas, como o Louvre de Paris, o British Museum de Londres, o Pergamon de Berlim, o Metropolitan de Nova York, entre muitos outros.

Ao longo do tempo, nos acostumamos a ver múmias egípcias em Nova York e esculturas gregas, como a famosíssima Vênus de Milo, em Paris. E mal paramos pra pensar que várias dessas peças foram simplesmente roubadas por aventureiros, exploradores e colonizadores. Verdade seja dita, foi graças a isso que muitos desses objetos e obras de arte sobreviveram à passagem do tempo e puderam ser estudados. Mas, em pleno século 21, com a “reparação histórica” sendo um dos temas mais relevantes em tantos setores da sociedade, fica cada vez mais difícil ignorar a batalha dos países que, há anos, lutam para fazer acordos e reaver parte de seu patrimônio do qual, hoje em dia, têm condições de cuidar. Você sabia que os moradores da ilha de Milos estão lutando para reaver sua deusa de mármore? E que a Itália reivindica a volta da Monalisa para Florença? O Louvre continua se fingindo de morto.

British Museum, em Londres: o bastião do colonialismo britânico
British Museum, em Londres: o bastião do colonialismo britânico. (Pixabay/Reprodução)

Um passo importantíssimo nesse sentido foi dado há poucos dias. Maior grupo de museus e centros de pesquisa do mundo, com sede nos Estados Unidos, o Smithsonian acaba de lançar uma nova política de “retornos éticos” para repatriar obras de arte e artefatos que foram roubados de seus países de origem ou adquiridos de forma antiética pelos padrões modernos. Em breve, a instituição deve enviar mais de 39 esculturas de bronze de volta para a Nigéria, assim como museus alemães fizeram recentemente.

E não só em um passado distante reside a origem desse tipo de conflito. Em março, um especialista acusou o Museu Getty de Los Angeles de ter comprado um fragmento de um afresco de Pompeia de um famoso traficante de antiguidades. O mesmo que, nos anos 1970, vendeu um vaso grego milenar ao Metropolitan de Nova York nos anos 1970, que foi finalmente devolvido à Grécia em 2008. Ou seja, em pleno século 21, os roubos e as compras antiéticas ainda acontecem.

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A decisão do Smithsonian deve dar ainda mais armas e fôlego para os ativistas que lutam por essa reparação histórica há anos. E, em breve, mais museus devem começar a pensar no que fazer com seus pedestais vazios.

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