Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Nova Zelândia de norte a sul: o imperdível parte 4

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h14 - Publicado em 17 fev 2008, 11h02

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Não é fácil chegar a Milford Sound, a terra dos fiordes neozelandeses. Mas o lugar vale cada estômago embrulhado nas infinitas curvas da estrada que leva até o porto onde finalmente se embarca em um cruzeiro de uma hora e meia a duas horas. Não há acomodação para turistas por ali. Então o negócio é fazer um bate e volta saindo de Queenstown, ou do vilarejo sem graça de Te Anau. Para quem está em Queenstown, a viagem de ida e volta dura de oito a nove horas. Saindo de Te Anau, o percurso pode ser feito em 5 horas. Para tornar tudo mais emocionante, trata-se da região mais chuvosa da Nova Zelândia, o que significa praticamente garantia de pista molhada.

 

Se você tiver um carro alugado, ou uma camper van, pode chegar lá sozinho. Mas haja disposição para dirigir. Fora isso, tudo deve ser calculado para que você chegue a tempo de pegar um cruzeiro (a única maneira de se embrenhar nos fiordes) – os últimos saem por volta das três da tarde. A melhor maneira de fazer com que essa epopéia seja mais light, portanto, é enfiar a mão no bolso. Ou seja, contratar uma excursão, entrar no busão e relaxar olhando as incríveis paisagens da estrada. São lagos, montanhas e picos nevados, intercalados com campos cheios de ovelhas, para não perder o costume neozelandês.

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Os fiordes de Milford Sound são, provavelmente, os segundos mais famosos do mundo, depois dos noruegueses. Mesmo assim, há quem diga que são tão ou mais bonitos. “Um norueguês veio aqui esta semana e disse que os nossos são muito melhores”, me disse o assistente do comandante do barco.

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A paisagem é, pra variar, surreal. Ao redor de um braço de mar azul de doer, montanhas pontudas e altíssimas se alinham até chegarem ao mar da Tasmânia. De cada canto possível e imaginável, cachoeiras brotam e desabam em direção ao fiorde, fazendo com que tudo seja envolvido por uma bruma que confere um ar ainda mais mágico ao lugar.

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Todas as excursões cobram mais ou menos o mesmo preço (em torno de 175 dólares neozelandeses, ou 87 euros). Mas a grande sacada é escolher as excursões menores, que embarcam em barcos menores. Se o horário de saída for um pouco mais tarde – tipo 8 – melhor ainda, já que a grande maioria sai, bovina e pontualmente, às 7. Além de se uma maneira de fugir da muvuca (os barcos maiores levam até 400 pessoas, enquanto os barcos menores comportam umas 60 pessoas e raramente lotam), os barcos menores praticamente entram embaixo das cachoeiras, podem desligar o motor de vez em quando para que se “ouça” o silêncio e, o principal, chegam mais perto das focaaassss (sim, F-O-C-A-S). Elas estão por todos os lados, nadando, tomando sol e até brigando. Ver um quebra-pau entre duas focas, para mim, valeu a viagem.

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Quem tem muuuuita disposição e preparo físico pode embarcar nos trekking de dois ou três dias pela região. Diz a lenda que é um dos percursos mais lindos do planeta. Nosso ônibus parou no caminho para resgatar alguns franceses que tinham feito essa odisséia embaixo de uma chuva torrencial que caiu no dia anterior (aquela que foi a responsável pelo cancelamento do meu rafting). Eles estavam exauridos, cheiravam a cachorro molhado e me disseram que, por causa das nuvens baixas, as vistas eram simplesmente inexistentes. Mas, claro, você sempre pode ter mais sorte que esses pobres coitados…

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