Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

O que você precisa saber sobre a invasão de sargaço nas praias de Cancún e do Caribe

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h16 - Publicado em 4 ago 2015, 15h05
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O post com o alerta sobre as praias cobertas de sargaço em Cancún e na Riviera Maia na semana passada bateu todos os recordes de audiência aqui no site da Viagem e Turismo e rodou as redes sociais em fóruns de viajantes (clique aqui para ler, caso tenha perdido). Desde então, recebi mensagens aflitas de leitores que já tinham viagem marcada e até de agentes de turismo em busca de informações para orientar clientes. Achei que valia a pena, portanto, pesquisar mais a fundo sobre o tema.

 

O que é o sargaço?

O sargaço é um tipo de alga flutuante que faz parte do ecossistema marinho e é uma importante fonte de alimento para tartarugas, peixes, mamíferos marinhos e até pássaros. Há relatos de grande circulação e acúmulo de sargaço entre o Golfo do México e o Atlântico Norte (numa região denominada “Mar de Sargaço”) desde os tempos de Cristóvão Colombo. Durante a primavera e o verão, é normal que essas algas cheguem às praias do Caribe e dos Estados Unidos em maior ou menor quantidade. Anos atrás, estive em Tulum e Playa del Carmen e me lembro dos funcionários do hotel enterrando pequenos montinhos de sargaço a cada manhã. A porção variava a cada dia, mas não era feia e nem incômoda.

 

O que mudou?

Desde 2011, a quantidade de sargaço que vem chegando até as praias do Caribe e dos Estados Unidos começou a aumentar progressivamente, tendo atingido índices nunca antes registrados entre 2014 e 2015. Desde Trinidad e Tobago, perto da costa da Venezuela, até a ilha de Galveston, no Texas, várias praias e ilhas caribenhas estão sendo afetadas em maior ou menor grau, dependendo da direção em que o vento sopre e das correntes marítimas. Nos últimos meses, a costa do estado de Quinta Roo, no México – onde ficam Cancún, Playa del Carmen, Tulum e mais uma lista enorme de praias da região conhecida como Riviera Maia – está entre os pontos mais afetados. Bonaire e Barbados são outros dois pontos críticos. Punta Cana também está sendo atingida, mas a situação está longe de ser alarmante e é possível nadar no mar.

 

Este vídeo, publicado em 27 de julho, mostra a situação em Cancún:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=3nNKkral7Vg?feature=oembed%5D

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Este vídeo, do mês de maio, mostra a situação em Lac Bay, em Bonaire:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=dZfnEsli9Co?feature=oembed%5D

 

Este outro, de junho, mostra um panorama ainda mais crítico em Barbados:

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[youtube https://www.youtube.com/watch?v=D5q-6mmZiWA?feature=oembed%5D

 

O sargaço é prejudicial à saúde?

O sargaço, em si, é inofensivo. Mas algas acabam retendo sujeita e as pulgas do mar, cujas picadas não são doloridas mas podem provocar alergia em peles sensíveis. O principal problema, no entanto, é que é bastante desagradável nadar em meio a uma massa de algas, o que acaba por prejudicar ou impedir o banho de mar quando a situação atinge níveis críticos (como em Barbados ou em Tulum, na Riviera Maia).

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Qual a explicação para o fenômeno?

Ainda não se sabe ao certo. Mas tudo indica que se trata de uma soma de fatores que vai do aquecimento global às decorrentes alterações de correntes marítimas. Indícios apontam, ainda, que o desmatamento nas margens do rio Amazonas pode estar permitindo que os fertilizantes das áreas cultivadas escoem para as águas fluviais e, uma vez na corrente marítima, estejam “alimentando” o sargaço e estimulando a sua reprodução.

 

O que está sendo feito?

Longe de ter em mãos uma solução efetiva para o problema (ou pelo menos um diagnóstico preciso), os governos dos países afetados estão empreendendo campanhas para a limpeza das praias, que amenizam o problema. Em Cancún por exemplo, a operação de retirada de algas está envolvendo grande parte do staff dos resorts. É um pouco como enxugar gelo? Sim. Mas é definitivamente melhor do que nada.

 

Vale a pena ir para o Caribe?

É recomendável ter cautela. Neste exato momento, por exemplo, leitores relataram que as praias de Cuba, Aruba e das Bahamas estão totalmente limpas. Também é bom lembrar que, em geral, no caso de ilhas, é sempre provável que uma das costas esteja livre do problema (é o que me foi relatado sobre Punta Cana, por exemplo, onde há várias praias livres de algas). Em Cancún, muitos leitores comentaram que a praia do hotel Riu está ok. E também é possível fazer passeios de barco, nadar nos cenotes e aproveitar as muitas atrações da região, como as ruínas maias e os parques temáticos.

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Para quem quiser saber mais:

A reportagem mais completa e bem fundamentada que encontrei foi a da revista americana Newsweek (CLIQUE para ler na íntegra), publicada no final de junho, de onde tirei grande parte das informações para este post.

 

O autor do blog 101 Lugares Increíbles, em espanhol, está viajando pelo Caribe e fez ESTE POST, super completo e ilustrado.

 

O Viaje na Viagem também levantou a bola NESTE POST. A caixa de comentários traz depoimentos de vários leitores que estiveram lá.

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O vídeo abaixo, em inglês, foi produzido logo quando o problema começou a afetar Barbados. O vídeo é de 2011 e, como podemos constatar, nem os estudos nem as providências para amenizar o estrago evoluíram muito desde então. A explicação está bem detalhada:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=4H7mFBZBXwA?feature=oembed%5D

 

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