A área de Sultanahmet é onde se concentra grande parte das atrações obrigatórias da cidade, dos hotéis e, claro, dos turistas. Assim como quem mora em Barcelona não bate ponto nas Ramblas, não é lá que o cidadão descolado de Istambul faz as suas refeições especiais. Consequentemente, a região não prima por sua culinária.
Ao mesmo tempo, depois de um dia camelando, pode bater a preguiça de pegar um táxi e cruzar a ponte em direção a Beyoglu ou Ortakoy (mais longe ainda) para jantar em algum lugar mais bacana. Vítima do cansaço, nossa trupe acabou fazendo uma listinha de achados:
House of Medusa (Yerebatan street, 19): Nosso favorito fica bem na rua da cisterna da Santa Sofia (aliás, não percam!). O lugar me chamou a atenção por causa do lindo jardim arborizado sempre bem movimentado. Para quem for no inverno, o restaurante também tem uma parte interna linda, que ocupa um casarão tradicional. No cardápio, ótimos meze (entradinhas variadas como pasta de berinjela, iogurte com alho, favas, charutinhos de folha de uva e infinitas possibilidades), kebaps (especialmente o com iogurte e molho de tomate) e cerveja geladinha. Os garçons (principalmente meu querido Ismail, que fala espanhol e arranha um português) são simpáticos e atentos (eles trarão uma mantinha para cobrir os seus ombros ao menos sinal de frio) e, à noite, rola uma musiquinha ao vivo gostosa.
Tarihi Sultanahmet Köftecisi Selim Usta (Divan Yolu Caddesi, 12): Já que o nome é impossível de decorar, guarde pelo menos que ele fica no numero 12 da Divan Yolu, uma avenida fácil de encontrar porque é por onde passa o tram. O restaurante está cercado de concorrentes-clones, mas é único que não conta com um cidadão na porta implorando pelo seu apetite. Isso porque… se garante. O lugar tem duas especialidades, cordeiro assado em pedacinhos e köft (que no Brasil a gente chama de kafta no espeto). Ambas são excelentes. O lugar tem jeito de botecão, muitos locais ocupando as mesas e um pequeno problema: não serve bebidas alcoólicas. Por essas e outras, é mais indicado para um almocinho rápido do que para um jantar romântico.
Hamdi: Esse foi dica da supersolícita leitora Helô. Pertinho do mercado de especiarias, numa zona meio caótica, este restaurante tem um grande trunfo: uma belíssima vista para o mar, as pontes sobre o Golden Horn e a torre Galata, lá do outro lado. Grupos de excursão podem pintar na área, mas também é um lugar onde os turcos celebram jantares especiais (pelo que observei, os grupos vão mais cedo – cruzei com vários que vinham saído – e o lugar fica mais tranqüilo depois das 9 da noite). Convém reservar, principalmente na hora do jantar.
Botecos de dürüm e outras comidas rápidas: Conhecido como doner kebap, gyro (na Grécia) ou o bom e velho churrasquinho grego, aqueles pedacinhos (suspeitos) de cordeiro ou frango enrolados num pita fininho e recheado com salada e molhos são o fast food oficial na Turquia. Bom, gostoso e ultracalórico, pode ser a pedida para um almoço agilizado. Outras opções de comidinhas incluem as deliciosas pide (que eles chamam de “pizza árabe”, mas nada mais é do que uma esfiha aberta gigante), gözleme (uma panqueca fina, deliciosa) e lahmacun (uma espécie de pizza com massa bem fininha).
Comidinhas de rua: Por toda a cidade, e especialmente em Sultanahmet, barraquinhas vendem milho verde cozido e assado (meu deus, como eu gosto disso!), rosquinhas cobertas de gergelim (simit) e outras iguarias mais complexas como arroz com marisco servido dentro da casquinha de um mexilhão (só para aparelhos digestivos mais resistentes).
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