Puglia, Itália: roteiros de 4, 7 e 10 dias
Dicas para você não se perder entre tanta "coisinha" bonita

A Puglia (ou Apúlia, aportuguesando) não tem uma cidade que seja absurdamente famosa – uma Florença da vida, digamos. Também não rola uma estrada cinematográfica que marque uma rota “obrigatória” pela região (como a 222 Chiantigiana, já que começamos a comparar com a Toscana). Ocupando o salto e o calcanhar da bota que forma o mapa da Itália, esse pedacinho rústico do sul do país é uma terra de grandes prazeres pulverizados em doses homeopáticas. O encanto vai gotejando em forma de cidadezinhas, povoados, campos infinitos de oliveiras, praias, pequenos parques naturais… Ritmo pausado, estilo de vida simples, comida divina (além de absurdamente farta) e um povo cheio de amor pra dar completam a cena. Diante de tantas coisinhas – e na ausência de uma “coisona” – muita gente acaba ficando perdida. Então vamos lá:



Puglia em 4 dias
Aceite: não dá para conhecer toda a região em tão pouco tempo. Se você tem só quatro dias, recomendo focar no Valle D’Itria, o pedacinho mais charmoso e singular da Puglia. Sem fazer grandes deslocamentos, eis as cidadezinhas esplêndidas que merecem ser vistas: Polignano a Mare, Monopoli, Ostuni, Cisternino, Locorotondo e Alberobello.
Daria pra fazer isso em dois dias? No modo turista-maluco, sim. Mas pense que as refeições na Puglia merecem durar várias horas, que você vai querer dar um relax à beira do mar Adriático e que o jeitinho da Puglia não combina com pressa.
Onde ficar: qualquer uma dessas cidadezinhas é boa base para esse rolê. Mas talvez a melhor pedida seja ficar em uma masseria (antiga fazenda) ou casa de campo entre uma coisa e outra, para mergulhar na vidinha rural pugliese. Na minha última viagem, fiquei na magnífica Masseria Spetterrata, perto de Cisternino. A Masseria Mozzone, onde aconteceu o casamento de um primo meu, também é divina.

Puglia em 7 dias
Ao roteiro anterior, acrescente três dias com base em Lecce (ou arredores). Além de ser linda de doer, a cidade também é estratégica porque fica bem no meio da Puglia, conectando as estradas mais decentes da região (onde o nível do asfalto está mais para Brasil do que para Europa). Tire um dia para conhecer Lecce com calma. Reserve o segundo para ir até Otranto, na costa do Adriático e, depois, ver onde este mar encontra o seu vizinho Jônico, na simpática Leuca. Na terceira jornada, siga rumo a Galipoli. De lá, você pode embalar nas praias mais bonitas do Salento. Ao norte estão Punta Prosciutto e Torre Colimena. Ao sul, as melhores pedidas são a Punta della Suina e as areias intermináveis de Pescoluse, conhecidas como Maldivas do Salento, Papeete Salentino e outros nomes que fazem jus ao mar morno e cristalino.
Onde ficar: Lecce tem hotéis de todo tipo, incluindo algumas opções boutique bem bacanas, como o La Fiermotina. Já na costa do Jônico, o esquema é mais roots. Nas duas vezes em que estive por ali, preferi alugar uma casinha pelo AirBnb.


Puglia em 10 dias
Você pode aproveitar esses dias extras para explorar as praias da península do Salento com mais calma (além das já citadas, vale muito ver o parque natural de Porto Selvaggio, por exemplo). Ou então, acrescentar o Parque Nacional do Gargano ao roteiro. A parte menos explorada pelo turismo da Puglia, e também a mais verde, tem encostas impressionantes de pedra calcária branquíssima, lindas cavernas para conhecer de barco e praias virgens. É um prato cheio para quem adora caminhadas, sossego e natureza.
Onde ficar: há várias cidadezinhas minúsculas e fofas no Gargano onde há hotéis e B&B’s. Também rolam várias opções de hotéis rurais como o La Chiusa Delle More.
