Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Que saudades dos borrachudos do Litoral Norte paulista…

Picada de borrachudo é uma merda. Coça enlouquecedoramente e deixa aquelas lindas placas amarelas (muitas vezes no seu traseiro, compondo um conjunto extremamente sexy com celulites e afins). Mas, ao fim e ao cabo, a picada do borrachudo é honesta. Não é o caso da sand fly (“mosca de areia”, traduzindo ao pé da letra), […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h59 - Publicado em 1 abr 2010, 12h50

sand

Picada de borrachudo é uma merda. Coça enlouquecedoramente e deixa aquelas lindas placas amarelas (muitas vezes no seu traseiro, compondo um conjunto extremamente sexy com celulites e afins). Mas, ao fim e ao cabo, a picada do borrachudo é honesta.

Não é o caso da sand fly (“mosca de areia”, traduzindo ao pé da letra), um inseto comum nas praias da Ásia e também na Austrália e na Nova Zelândia.

Me explico. O grande drama da sand fly é que a maioria das pessoas (eu inclusive, afortunadamente) não sente a picada na hora. Sendo assim, a vítima continua bela e formosa na praia sem ter consciência de que está fazendo papel de boi de piranha. Nefasto, muito nefasto.

Era véspera de réveillon na Tailândia. Depois de 8 anos amargando a virada do ano no frio europeu, estava feliz da vida por sentir os raios de sol na minha pele cor de palmito no fim de dezembro. Pularia as sete ondas, tomaria champanhe no gargalo na praia, daria demonstrações exageradas de afeto à meia-noite…

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Meu bom-humor era tanto que, ao ver que um mosquito (idêntico a uma inofensiva mosquinha-bebê) estava picando a minha perna, cheguei a comentar: “nossa, olha que mosquitinho gente boa, ele pica mas nem coça e nem fica a marca”.

Foi assim que tomei SESSENTA (contadas cientificamente) picadas do inseto mais medonho do planeta Terra.

A picada da sand fly só piora. Em cerca de 12 horas, ela se transforma em algo parecido com uma picada de mosquito básica. Depois, incha, cresce, fica vermelha (muito vermelha) e, quando você já acha que já está ferrado o suficiente, ela enche de bolhinhas pequenas cheias de gosminha. Coçam, coçam muito, coçam no âmago do seu ser. E, acredite, demoram duas semanas para sarar totalmente, na melhor das hipóteses.

SESSENTA picadas de sand fly fazem você chorar de saudades dos borrachudos do Canto do Moreira de Maresias. Fazem, também, você se sentir extremamente sexy quando está branca como um palmito enfiada num vestidinho de réveillon.

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