Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Tailândia de norte a sul: Comer na rua

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h13 - Publicado em 22 fev 2008, 10h02

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Você que, por zelo ao seu sistema digestivo, nunca se entregou à volúpia de um hot dog (com purê) de fim de balada, que resiste como um bravo aos encantos incertos de um churrasquinho de porta de estádio, que bate no peito e orgulha-se de jamais haver sucumbido às adiposas delícias de um pastel de feira … está na hora de rever os seus conceitos.

Na Tailândia, comer na rua é parte do dia-a-dia, uma confraternização coletiva. É, também, delicioso, baratíssimo e – pasmem – seguro. Meu estômago de lady é a prova científica disso. Até o presente momento, não tive que lançar mão de um sal de frutas ou imosec sequer.

A comida tailandesa tem fama de gostosa nos quatro cantos do mundo. Para quem nunca provou, e resumindo muito toscamente, ela é parecida com a chinesa, mas é muito mais delicada, utiliza um décimo da gordura, valoriza os peixe e frutos do mar em relação à carne e salpica tudo isso com especiarias diferentes, frutas (principalmente coco e abacaxi), gengibre, curry, pimenta (de tirar a pele da língua) coentro e limão. As verduras estão sempre al dente e são capazes de converter um bárbaro huno a vegetariano.

Nas cidades grandes, como a capital Bangkok e a animada Chiang Mai (ao norte do país), é impossível andar um quarteirão sem cruzar com uma banquinha de comida. E elas vendem desde as coisas mais simples, como milho verde cozido, a complexas refeições com direito a arroz, um prato principal, prato, faca, garfo, bebida e até mesinha improvisada na calçada ou no meio da rua mesmo. A maioria dos turistas adere aos costumes locais que, quando não jantam na rua, levam o rango em saquinhos de plástico para traçar junto aos seus familiares em casa.

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Jamais me esquecerei de ter pago 40 euros por um mísero “red snapper” (um peixe delicioso cuja pele é avermelhada e talvez seja o equivalente ao “vermelho” que se come no Brasil) em Santorini, na Grécia. Pois aqui o mesmo peixe custa 2 euros (cerca de 6 reais) em qualquer calçada, com direito a arroz e salada de acompanhamento. Curte um rolinho primavera? Eles são vendidos por unidade por cerca de 1 real, acompanhados por saladinha e molho agridoce. Prefere noodles? Um pratão com camarão e vegetais sai por 50 centavos de euro (1,50 real)! Juro que comi como uma louca de barraquinha e barraquinha e, tirando um caranguejo meio suspeito do mercadão de fim de semana, tudo estava absolutamente delicioso. Dispa-se de seus preconceitos e caia de boca.

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