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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Viagens de última hora, classe executiva acessível e outras tendências

Estudo publicado pela plataforma Skyscanner revela como o coronavírus está mudando o jeito de viajar

Por Adriana Setti
Atualizado em 1 out 2020, 15h03 - Publicado em 29 set 2020, 13h17

Nos últimos meses, a grande tendência no setor do turismo parece ser justamente falar sobre as tendências no setor do turismo. Se você se interessa pelo tema e acompanhou milhões de lives, debates e entrevistas com especialistas da área, já deve saber que viagens de proximidade, aluguel de casas isoladas e imersões na natureza estão em alta, não é mesmo? Mas, além de confirmar o que já sabíamos, um estudo recém-publicado pelo Skyscanner revela outras facetas do universo das viagens na era da pandemia. Intitulada New World of Travel (“O Novo Mundo da Viagem”), a análise enfoca o novo normal das viagens dos pontos de vistas psicológico e econômico, e aponta tendências em alta. Eis aqui alguns aspectos interessantes:

De última hora é mais seguro

Planejar as férias com meses de antecedência virou comportamento de risco. Com restrições que vêm e vão, fronteiras que abrem e fecham e muitos outros elementos que tornaram o mundo imprevisível, a grande maioria das pessoas tem planejado suas escapadinhas com, no máximo, um mês de antecedência, sendo que boa parte dessas pessoas prefere reservar passagem e hotel uma semana (ou menos!) antes da data de partida.

Faz sentido, uma vez que tomar decisões em cima da hora reduz o risco de ser pego de surpresa por um confinamento ou até um caso de covid-19 na família (bate na madeira!). Ainda assim, um outro estudo, da plataforma Vrbo (antigo HomeAway), revela que 77% dos viajantes condiciona sua reserva a uma política flexível de cancelamento. Não à toa, muitas companhias aéreas liberaram geral nesse sentido, permitindo mudar a data do voo sem custo.

Vai, mas não volta

O estudo do Skyscanner aponta que, em março, a plataforma teve um aumento brusco em buscas por passagens só de ida. Fácil de entender: àquela altura, estávamos no começo da “quarentena” e muita gente estava dando um jeito ou de voltar pra casa, ou de fugir dela para ficar confinado em um lugar mais cômodo. O mais curioso, no entanto, é que o número de buscas por passagens só de ida continua sendo significantemente mais alto agora do que em anos anteriores. Isso mostra que muita gente continua procurando um refúgio seguro, ao constatar que ainda temos muito chão pela frente até a normalidade. As estatísticas também podem querer dizer que muitas pessoas resolveram mudar de vida definitivamente (eu, pessoalmente, conheço muita gente que decidiu sair da cidade grande para sempre).

Classe executiva mais acessível

Ao constatar que uma reunião de Zoom pode substituir uma viagem de São Paulo a Tóquio, a indústria das viagens de negócio pode ter enveredado por um caminho sem volta. Obviamente, conferências e congressos devem ser retomados, mas tudo indica que é improvável que o vai e vem de executivos volte ao ritmo pré-pandemia a curto prazo. Uma vez que os viajantes de negócios eram responsáveis por ocupar a maior parte dos assentos de primeira classe e classe executiva – e que, em muitos voos, esses passageiros chegavam a representar 75% do lucro da companhia aérea –, a tendência é que as empresas passem a dar um jeito de atrair outros públicos para a área VIP dos aviões. Nesse cenário, é provável que a econômica premium ganhe força e outras variáveis, proporcionando mais conforto a um maior número de viajantes, por preços mais acessíveis que os da executiva.

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Novas rotas e produtos em companhias aéreas low cost

O estudo do Skyscanner indica que as companhias aéreas low cost serão as primeiras a se recuperar. Em primeiro lugar, porque elas sempre estiveram focadas em voos nacionais e/ou de curta distância (principalmente na Europa e na Ásia, onde essas empresas têm mais abrangência), o que combina com as tendências de viagem do momento. Mas o relatório também explica que o modelo de negócio dessas empresas permite muito mais flexibilidade para lançar novas rotas e experimentar novos produtos. Com a necessidade de desviar o fluxo de cidades já muito castigadas pelo turismo de massa, é provável que as companhias aéreas low cost tenham um papel importante no sentido de expandir horizontes, lançando novos voos para lugares menos explorados.

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