Viena: o que fazer em 1, 2, 3 ou 4 dias
Os museus, cafés, bares e monumentos antológicos de uma das cidades mais clássicas da Europa
De antemão, um aviso: a apoteótica capital da Áustria não cabe em 4 dias. Foi o tempo que eu tive, e que muita gente acaba tendo no tradicional roteiro Praga-Viena-Budapeste. Mas demandou um descomunal esforço de estabelecer prioridades e controlar os surtos de ansiedade.
1o Dia
Para entrar no clima, sinta o poder vienense flanando pelo Innere Stadt, o 1o distrito, declarado Patrimônio da Humanidade. É a parte mais antiga e monumental de Viena, onde estão a Ópera, a Stephansdom (catedral de São Estevão), o Hofburg (o Palácio Imperial), a Spanische Hofreitschule (Escola Espanhola de Equitação), o Albertina e os parques Volksgarten e Burggarten, além de vários outros museus.
Em um dia, caminhando freneticamente, dá para passar na frente de tudo isso e ainda sobra tempo para uma olhadinha de canto de olho nas principais ruas comerciais, relaxar nos parques e almoçar no Palmenhaus (que eu descrevo em detalhes neste post). Também dá para fazer alguns pit stops aqui e acolá para um melange, o típico café vienense, porque ninguém é de ferro.
Para jantar, já que o lance é entrar no clima, vale ir no Figlmüller, tradicionalíssimo (e mega turístico, é verdade), famoso por seu schnitzel tiranossáurico (um escalope à típico de Viena) e bons vinhos brancos locais (óóótimos).
Se for esticar a noite – e já que estamos no clima “clássicos de Viena” –, vá até o Bermuda Dreieck (o Triangulo das Bermudas), perto do canal do Danúbio, onde os turistas se encontram para deglutir baldes de cerveja.
2o Dia
Você começará a sofrer com o dilema: em quais daquelas trocentas atrações do Innere Stadt vale a pena entrar? Depois de muito pensar e ponderar, fui de cabeça no que é realmente obrigatório e delirei nos três museus do Hofburg: os apartamentos imperiais, a ala dedicada à imperatriz Sissi (uma das figuras mais encantadoras e carismáticas da história austríaca) e as salas que guardam o nababesco tesouro imperial. Definitivamente, imperdível. Com isso, “mata-se” pelo menos meio dia (sendo meio rapidinho).
Vale entrar em mais algum museu? Ô se vale. Todos valem! Viena não dá ponto sem nó, para nosso desespero! Socorro! Socorro!
Respire fundo e ouça o seu coração (assim de profundo). Nesse momento, tudo passa a depender dos interesses de cada um. Para os fãs da música, principalmente a clássica, a Haus der Musik é um museu encantador e interativo, que promove uma viagem pelo universo das ondas sonoras. Já o Albertina, com seu meio milhão de obras de arte (Socorro! socorro!), tem de Picasso a Rafael. E ainda há os museus judaicos, as igrejas…
Surtou? Desistiu de entrar em mais algum lugar? Então pegue o tram (linha 1 ou 2) e percorra o trecho entre a Rathaus e a Schwedenplatz, que corre paralelo ao Ring (a avenida que delimita o primeiro distrito), babando em seus palácios, casarões, jardins, monumentos e no Stadtpark. Desça perto do terminal de barcos que fazem o link com Bratislava (calma, não precisa fugir para a Eslováquia só porque Viena é demais para a sua cabeça), onde está o café do momento, o Motto & Fluss e também a praia à beira do canal do Danúbio. Se tiver forças, volte caminhando pelo próprio Ring, a avenida mais monumental da cidade.
À noite, assista a algum espetáculo na Staatsoper (a Ópera de Viena: clique aqui para ler o post detalhado) e depois jante o melhor cachorro-quente da cidade com uma taça de champanhe no Bitzinger’s Würstelstand e termine a noite no lendário American Bar, ou Loos, uma instituição.
3o Dia
Hora de dar um tempo da Viena aristocrática. Tome um bom café da manhã em algum lugar do 6o distrito, como o Phil, e depois explore o Museumsquartier. Nem que seja só pelo social nas espreguiçadeiras do páteo interno. Almoce no Naschmarkt e depois conheça a Secesion, o templo do movimento artístico que rompeu com a academia no fim do século 19 (o edifício tem uma cúpula dourada incrível!). Depois perca-se pela Gumpendorfer Strasse e seus arredores, onde estão lojas de design e roupas de jovens estilistas, cafés badalados e ótimos “lugarzinhos”. A noite pode acontecer por ali, ou no vizinho Spittelberg, no 7o distrito, que consegue ser ainda mais in e menos turístico que o 6o.
Alternativa: Você não está nem aí para o lado cool de Viena? Então aproveite para conhecer o maior museu da cidade, o Kunsthistorisches Museum (Museu de História da Arte) e o Naturhistorisches Museum (Museu de História Natural, que fica logo em frente). Depois vá esfriar a cabeça no Prater, o maior parque da cidade, e sua famosa roda-gigante.
4o Dia
Você definitivamente não pode sair de Viena sem conhecer o Schloss Schönbrunn, o palácio imperial mais impressionante da cidade, cercado por jardins à altura. Tome forças para a caminhada traçando a perfeita apfelstrudel (torta de maça) do café do museu.
Agora comece a chorar: é seu último dia de Viena e você ainda não viu os palácios barrocos de Schloss Belvedere, onde está exposta o famoso quado O Beijo, de Gustav Klimt. Você também não foi ao Palais Liechtenstein, onde está a coleção privada do príncipe Hans-Adam II. Você tampouco circulou pelos verdejantes arredores da cidade para provar um belo vinho branco num autêntico heuringen (bar de vinho, alguns anexos a vinícolas)! Não assistiu a uma apresentação na Escola de Equitação Espanhola! E agora? Aproveite o tempo que resta com o que lhe parecer mais interessante e comece a planejar a volta.
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