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Como encarar as 284 curvas da estrada da Serra do Rio do Rastro

Na serra de Santa Catarina, a estrada entre Lauro Müller e Bom Jardim da Serra tem 284 curvas - veja como aproveitar ao máximo o percurso (e suas paisagens)

Por Fernando Leite
Atualizado em 20 dez 2018, 15h58 - Publicado em 8 ago 2017, 20h12
Serra do Rio do Rastro em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina
Vista geral das curvas da Serra do Rio do Rastro em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina (Lauro Muller/)
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Prepare o seu coraçãozinho! Ele será bem exigido na travessia da Serra do Rio do Rastro, mais bela – e desafiadora –  ligação entre o litoral e a serra catarinense. O trecho em si da SC-390, entre Lauro Müller e o fim da serra, em Bom Jardim da Serra – nem é tão longo, são apenas 25 km. Mas pode reservar uma hora da sua viagem para percorrê-lo. Afinal, serão 284 curvas. Isso mesmo, mais de 11 curvas por quilômetro.

Sempre recomendo para quem trafega pela primeira vez na estrada que prefira a rota de subida. As razões aparecerão com o desenrolar do relato, mas uma delas falo já: a dificuldade vai seguindo um ritmo ascendente.

Apesar de não ser a principal travessia de serra do estado, há algum tráfego de caminhões e, sim, eles podem atrapalhar a viagem, colocando até certo medo no trecho mais íngreme e estreito da rodovia.

Serra do Rio do Rastro, em Bom Jardim da Serra (SC)
O impressionante visual da serra (Otávio Nogueira/Flickr/Creative Commons)

Saindo do centrinho de Lauro Müller, o começo é bem tranquilo. A estrada já é sinuosa, mas ainda de forma amena. Ao longe, vemos as montanhas que serão rasgadas dentro em breve.

Após Guatá, inicia-se a subida e a primeira coisa a notar é que o acostamento foi-se embora. Esse início é semelhante a qualquer estrada serrana brasileira em pista única. À direita, já forma-se um belo visual.

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Serra_do_Rio_do_Rastro-SC_-_panoramio
Começou a subida! (Antônio João/Wikimedia Commons)

A “coisa” pega mesmo quando encontramos duas lanchonetes no meio da serra, uma em cada lado da pista, com diferença de quinhentos metros entre elas. O show vai começar! A pista se estreita, muretas e postes de iluminação aparecem e o que era asfalto, vira concreto. Os próximos 7 km serão de puro êxtase.

As curvas – muitas vezes, autênticos cotovelos – brotam de tudo quanto é lado. Esquerda, direita, esquerda, direita, primeira, segunda, primeira, segunda… Seus membros são muito exigidos. Recuos aparecem do lado direito (mais uma razão para você subir a serra) para descanso e fotos que farão seu perfil no Facebook se encher de likes.

Se um caminhão surgir na frente, saiba que não irá ultrapassá-lo. Se pintar do lado oposto e em um cotovelo, talvez alguém tenha que dar uma ré para seguir adiante.

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Serra_do_Rio_do_Rastro_SC_-_panoramio_(7) caetano051068 wikimedia commons
As curvas da estrada da Serra do Rio do Rastro (caetano051068/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Ao chegar cansado no alto da serra, é comum soltar um: “ah, já acabou”. Calma, tem um chorinho a 1,5 km do fim da subida.

Um lindo mirante, a 1421 m de altitude, com lanchonete e lojinha de artesanato para repor as energias e ainda ter a vista mais abrangente da Serra do Rio do Rastro e ver com mais nitidez todo seu trabalho de subida.

Na minha opinião, esse é o principal motivo da preferência pela subida: ao descer, tenho certeza que você passaria primeiro no mirante e perderia um pouco do encanto.

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Como a estrada é iluminada, percorrê-la durante a noite também vale a pena. Ou então, vá ao mirante para vê-la brilhante.

Serra do Rio do Rastro, Santa Catarina
Serra do Rio do Rastro iluminada: um show à parte (Raphael Sombrio/Sua Foto)

Só evite a rodovia em dias de muita serração e possíveis nevascas. Porém, nesses casos, a estrada pode ser fechada.

Muitos associam à estrada com a cidade de São Joaquim. Mas ainda há 55 km a serem percorridos.

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