Imagem Blog Comer & Beber em São Paulo Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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Castelões: a saborosa história da mais longeva pizzaria paulistana

Nascida no bairro do Brás em 1924, nas contas do proprietário Fabio Donato, é a mais antiga representante de sua categoria em funcionamento na capital

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 1 out 2024, 09h23 - Publicado em 30 set 2024, 16h00
Castelões, Sao Paulo, Brasil
Castelões: pizzaria centenária em São Paulo (Ricardo Dangelo/Veja SP)
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As paredes repletas de fotos antigas e as toalhas das mesas bem desgastadas são sinais de que o tempo passou por ali. Mas a chama da Castelões, pizzaria paulistana mais longeva de São Paulo, que deve completar 100 anos em 1º de outubro, nos cálculos do atual proprietário Fabio Donato, segue firme e forte na mesma ruazinha onde nasceu, uma travessa da Rua do Gasômetro, no Brás, bairro que concentrou parte dos imigrantes italianos na capital paulista e onde antigamente havia um gerador de gás. 

Teria sido em 1924 que Ettore Siniscalchi, de origem italiana e cuja família era dona da lendária Confeitaria Guarany, abriu primeiro um botequim para tomar vinhos e comer affettati, como são chamados os frios fatiados. O nome Castelões teria derivado de um time de futebol de várzea formado por imigrantes que moravam nas redondezas. Não por acaso, afinal o imóvel era onde a equipe se reunia depois das partidas para a típica resenha pós-jogo. Era o embrião do misto de cantina e pizzaria batizada de Castelões, surgido mais tarde.

Naquela época, as pizzas ainda não eram difundidas na cidade e nem um orgulho paulistano como hoje. A Castelões foi um dos endereços que ajudou a propagar o gosto por uma das mais famosas receitas italianas. Num primeiro momento, a estratégia era usar um ambulante, que levava uma lata com pizzas empilhadas e ia nas portas das fábricas da vizinhança vender para os operários. 

Vicente Donato, um dos garçons que estava na casa desde a fundação, arrematou a pizzaria na década de 1950 das mãos de Emilio, filho de Siniscalchi. Vicente passou o bastão para o filho, João, que por sua vez passou o bastão para o neto, Fábio. Terceiro da linha sucessória da família Donato, ele gosta de exibir o livro de ouro onde estão registrados nomes ilustres que já passaram por lá atraídos pela pizzas, como a apresentadora Hebe Camargo (1929 – 2012), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o automobilista argentino Juan Fangio (1911 – 1995).

Castelões 

Rua Jairo Góis, 126 – Brás – (11) 94721-3355 – Instagram: @cantina_casteloes

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Do forno a lenha da Castelões, saem redondas de massa elástica no melhor estilo napolitano, com fermentação natural e bordas altas, só que em tamanho grande. Entre as coberturas, há sabores clássicos como margherita, calabresa e aliche. Uma das mais pedidas leva o nome da casa. Na montagem peculiar, primeiro o disco de massa recebe uma camada de muçarela especial, sobre o queijo é espalhado o molho de tomate fresco e, em seguida, fatias de calabresa de fabricação própria com toque picante e de erva-doce. Para finalizar a refeição, se estiver disponível, vale pedir a panacota com calda azedinha de morango.

Pizza Castelões, Sao Paulo, Brasil
Pizza Castelões, de muçarela, molho de tomate e calabresa (Ricardo Dangelo/Veja SP)
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