No voo de volta para Nova York, após quase um mês em São Paulo, fiquei pensando nas dicas que dei para os amigos que querem me visitar e que deveria compartilhar aqui. Talvez as mais úteis sejam sobre o que eu não faria na cidade. Ou até mesmo o que acho “obrigatório”, desde que as expectativas sejam baixas, bem baixas.
1. Inverno e alto verão em Nova York
Após morar na cidade durante todas as estações, não recomendo que ninguém me visite em janeiro ou fevereiro, os meses mais desesperadamente cinzas.
Neve é legal só no primeiro dia, depois pode atrapalhar bastante os seus passeios, por isso, vale a pena colocar na balança se não é melhor vê-la em uma estação de esqui do que em uma capital como Nova York.
Em compensação, meus meses favoritos são: maio, junho, início de julho, final de setembro, outubro e início de novembro. Clima mais ameno, dias mais longos, pessoas felizes nas ruas e uma programação cultural intensa.
Eu vou tentar fugir da cidade em agosto também, quando os termômetros batem até 40 graus e o clima úmido parece te deixar o tempo todo sujo e grudento. Pegar metrô nessa época é uma prova de resistência ou uma forma de tortura, você escolhe.
2. Times Square
Um alerta que sempre faço aos amigos é quanto a roubada de ficar hospedado na região da Times Square. Sim, eu sei, é sonho, é filme e é também um caos. Sair e chegar nessa vizinhança pode ser bem chato, já que o fluxo de carros e pessoas é muito grande sempre.
Outro problema é a poluição, visual e auditiva principalmente, mas não só. Sério, parece frescura, mas esse tipo de coisa te faz ficar mais cansado e mal humorado. E pra fechar, as opções gastronômicas dessa região não são das melhores e as chances de você cair em uma armadilha de turista são enormes.
Visite a Times Square um ou dois dias, mas se permita viver os bairros “de verdade” da cidade, garanto que você terá excelentes surpresas.
3. Táxi
Outra coisa que os filmes nos influenciam muito é a romantizar os táxis amarelinhos de NY. Eles ficam lindos nas fotos, é verdade, mas para mim é só isso.
Ainda é complicado se comunicar de forma eficiente e rápida com alguns motoristas, que são quase sempre estrangeiros – assim como nós, então, imagina a confusão! O trânsito imprevisível de NY não ajuda e a corrida sai quase sempre mais cara que em aplicativos como o Uber e o Via.
Eu já fiz um post todinho sobre os melhores meios de transporte em Nova York, onde você pode conferir como se locomover na cidade de forma mais barata e rápida.
4. Pizza por US$ 1
Sinceramente, não vejo como isso pode dar certo e as poucas experiências que tive com fatias de pizza muito baratas foram desastrosas – resultaram em horas de azia.
A história por trás do surgimento desses lugares, porém, é muito interessante e remete ao período da Grande Depressão, quando os norte-americanos não tinham dinheiro para comprar comida. Por isso foram criadas opções superbaratas de alimentação, como essa.
Eu sei que o Brasil está passando por uma crise, porém, se você embarca para Nova York nas suas férias, provavelmente, é porque conseguiu juntar um dinheirinho.
Logo, aconselho que invista um pouquinho mais e experimente apenas as pizzas em pedaço no clássico Joe’s Pizza ou na maravilhosa Artichoke Basille’s Pizza. Você não vai se arrepender e, mais que isso, dificilmente gastará mais de US$ 10 em uma refeição.
Ah! Se quiser ver outras comidinhas boas e baratas, dê uma olhada nos posts do #nyc10orless no Instagram.
5. A Estátua da Liberdade
Acho que ela compete com a Torre de Pisa o prêmio de atração mais broxante que eu já vi. A estátua é muito menor que os filmes – sempre eles -, fazem parecer, além de ser sem graça.
Mais que isso, os passeios de barco até ela, normalmente, demoram tempo o suficiente para você ficar entediado.
Ao optar por descer na ilhota da Estátua – que fica em New Jersey, não em Manhattan -, você vai perceber que, apesar da história bacana por trás da construção, que só existe graças a um financiamento coletivo encabeçado por Joseph Pulitzer em 1884, não há nada realmente muito interessante pra fazer lá. E provavelmente rolará mais tédio.
Meu conselho para os amigos é claro: vá lá ver, tire as fotos clichês (que eu amo), mas não gaste nada para isso, já que há uma balsa gratuita, para Staten Island, que passa bem pertinho da Estátua e ainda te permite ver um lindo skyline de Manhattan.
6. Central Park aos finais de semana
Essa é a menos roubada da lista, visto que é lindo ver o parque tão vivo e cheio de pessoas diferentes aos sábados e domingos. Porém, esse não é o melhor período, se você quiser tirar fotos com mais verde e menos gente ao redor.
Uma opção é seguir para a ponta norte do parque, no Harlem, frequentada mais por locais e com atrações bem interessantes, como o Conservatório.
7. Grandes redes de comida
Termino com essa polêmica, porque acho triste vir à Nova York e só tomar Starbucks ou passar boa parte do tempo comendo McDonald’s, Dominos ou outros restaurantes fast-food.
Não seja um turista preguiçoso nem avarento, é possível comer bem gastando menos, inclusive os clássicos americanos, como pizza e hambúrguer. E eu também já escrevi sobre isso, para você nem precisar ter o trabalho de procurar alternativas 😉
Falando muito sério, há todo um movimento na cidade para a valorização dos negócios locais, ou seja, que foram criados aqui e, normalmente, utilizam ingredientes mais frescos e de comércio justo – que não explora o trabalho das pessoas e é mais sustentável financeiramente e ambientalmente.
Conhecer esse outro lado de Nova York, através de seus restaurantes, mercados e pequenas cafeterias, pode ser muito divertido e saboroso, mais que isso, te fará ver um lado pouco conhecido pelas maiorias dos turistas.
Um luxo em uma cidade que recebe mais de 60 milhões de visitantes por ano!
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