Parece um tema bobo para um post, mas não são poucos os amigos que reclamam disso e ficam surpresos ao saber que, em Nova York, é possível tomar cafés excelentes.
Se você ainda não veio para os Estados Unidos, deixa eu explicar: normalmente, o café aqui é servido em grande quantidade, porém, é aguado que só, sem falar que, muitas vezes, também é insuportavelmente doce.
Eu, que não lido bem com a combinação cafeína + açúcar, costumava passar longe deles quando vinha para cá a turismo, até descobrir onde estão as cafeterias bacanas e a história por trás do “cháfé” americano.
Senta que lá vem história
Em uma aula de inglês, na biblioteca pública pertinho da minha casa, o professor contou sobre a tradição americana de beber muito café. Ela começou em um evento que ficou conhecido como Tea Party, quando os EUA ainda eram colônia da Inglaterra, em 1773.
Revoltados com os tributos cobrados pelos ingleses sobre o chá – entre outras coisas -, um grupo invadiu os navios que aportavam em Boston com o produto e jogaram 45 toneladas dele no mar.
Mais que isso, a partir desse momento, as pessoas que queriam a independência dos EUA começaram a boicotar o consumo da bebida inglesa e a substituir por café, que era feito e consumido como se fosse… chá! Entendeu porque é tão aguado?
Aulas grátis de inglês
Acho que aqui vale um parênteses: em Nova York, quase todas as bibliotecas públicas oferecem cursos gratuitos de inglês, eles normalmente têm duração de três meses e ocupam 4 horas da sua semana. Se você quiser saber mais, é só entrar no site da New York Public Library. Essa também é uma boa forma de conhecer um pouquinho sobre a cultura e a história americana.
Voltando ao café
Felizmente, esse é um país de imigrantes que enriquecem muito a cultura e a economia americana. E eles trouxeram para cá novos hábitos relacionados ao café, como os espressos e os capuccinos italianos, os diferentes e deliciosos grãos porto riquenhos… Com isso, o país aprendeu que era possível consumir a bebida, que foi um dos símbolos da independência, de outras formas. E viveu feliz para sempre.rs
Brincadeiras a parte, um novo mercado de cafeterias se abriu, distante das grandes redes, de bebidas aguadas e doces, com pequenos estabelecimentos e até mesmo marcas que receberam aporte financeiro de capital de risco, como os que investem em startups de tecnologia.
As melhores cafeterias de Nova York
Essa lista é pessoal e passível de críticas, mas, no mínimo, você vai me agradecer por conhecer lugares diferentes das populares cafeterias americanas.
- Blue Bottle – é da Califórnia, já recebeu milhões em investimentos e está presente em Nova York, Los Angeles, San Francisco (e outras cidades da Bay Area) e até Tóquio! O mais importante, porém, é que o cuidado na seleção e na torra dos grãos faz com que o café deles seja sempre saboroso. Ah! E as cafeterias da marca não costumam ser muito grandes, o que as deixa mais acolhedoras e simpáticas.
- Ninth Street Espresso – presente em cinco endereços na cidade, ela oferece um cardápio bem enxuto e sem frescura, com apenas quatro opções da bebida: café gelado ou quente e espresso puro ou com leite. Simples e delicioso.
- Coffee Project NY – em um único endereço no East Village, esse charmoso espaço é famoso pelas experiências que oferece, como um coffee latte desconstruído – em três etapas, que é para você sentir melhor o sabor de cada uma. Além disso, eles servem também um cremoso café gelado, que lembra a cerveja Guinness, mas sem álcool.
- Abraço – é o lugar ideal para se sentir em casa, seja pela trilha sonora, quase sempre brasileira, foto de Gal Costa mergulhando na parede ou com o ótimo cortado da casa. O café aqui é forte e pode ser acompanhado por um bolinho simples – o de limão com caramelo de sal é incrível -, ou os pesados muffins americanos. Seja qual for a sua escolha, vale a pena sentar nas mesinhas e aproveitar o ambiente alegre da cafeteria.
- Stumptown Coffee Roasters – de Portland, ele está presente em dois endereços em Nova York – a unidade do Greenwich Village é linda e super acolhedora. Além disso, eles fornecem o café para outras bakeries e restaurantes. Essa prática é comum aqui, é possível encontrar em vários lugares o café La Colombe, por exemplo, marca bem cotada entre os novaiorquinos, mas que eu só acho ok.
Que tal se programar para experimentar esses cafés durante a primavera?
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