Afinal, por que os italianos gesticulam?
Quando os italianos conversam, as mãos podem dizer mais do que as palavras. Entenda as possíveis origens desse hábito e alguns dos gestos mais usados
A gesticulação dos italianos não é mero estereótipo. O costume de falar com as mãos já foi objeto de estudo em pelo menos duas universidades do país: a Roma Tre, que estima que existem 250 gestos usados cotidianamente na Itália, e a Ca’ Foscari Venezia, que elaborou um dicionário audiovisual com 172 deles.
Em um primeiro momento, a movimentação frenética durante a fala pode parecer um tanto rude, mas não se engane! Esse é só o jeitinho de eles se expressarem e não indica falta de educação do seu interlocutor.
Não há uma explicação histórica única para esse fenômeno. Há quem diga que gesticular é simplesmente um reflexo da personalidade extrovertida dos italianos. Outros, que os gestos foram sendo criados pelos oradores da Roma Antiga e imitados pelo povo. A linha de pensamento que me parece mais verossímil, no entanto, está relacionada à necessidade de se fazer entender em uma terra que demorou a ter uma língua única.
O idioma italiano como o conhecemos só foi estabelecido após a Unificação Italiana, em 1870, e ainda assim levou tempo para ser difundido. Até hoje, cada região da terra da bota possui um dialeto, e uma das teorias sobre a origem dos gestos defende que eles eram uma forma dos próprios italianos se comunicarem entre si.
Outros estudiosos acreditam que, como o Império Romano era formado por vários povos diferentes, o uso das mãos era necessário para que eles se entendessem minimamente. E há ainda uma terceira hipótese, de que os gestos eram uma espécie de linguagem codificada, utilizada apenas pelos italianos – justamente para que seus invasores não os compreendessem.
Ou talvez tenha sido uma mistura de tudo isso. O fato é que, com as ondas imigratórias, muitos gestos italianos se espalharam pelo mundo: o famoso dedo do meio e as mãos que balançam para dar tchau teriam vindo de lá. Mas há uma série de outros sinais, usados em contextos bastante específicos, que são difíceis de um estrangeiro identificar. Esse vídeo, em inglês, mostra alguns deles:
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