Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, mais de dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
Continua após publicidade

Castella: a saborosa mistura de Portugal com o Japão

Acabo de constatar: é impossível viver sem o pão de ló improvisado pelos portugueses do outro lado do mundo

Por Rachel Verano
Atualizado em 6 mar 2020, 14h19 - Publicado em 7 jul 2018, 17h05
Chá da tarde luso-nipônico: delicioso
O meu chá da tarde luso-nipônico: bela descoberta (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Acabo de chegar em casa emocionada com uma descoberta. Um tempinho atrás eu conheci o impecável restaurante japonês Kanasawa, em Algés (leia mais neste post aqui), e fiquei encantada com um mimo dado de presente pelo chef Paulo Morais no final: uma fatia de um bolinho de chá verde macia, molhadinha, leve, no ponto. Morri de amores. Nos dias que se seguiram não parei de pensar nele e ficava sempre com água na boca. Eis que hoje descobri a fábrica de castella no coração do centro histórico de Lisboa.

A embalagem linda de morrer: belo presente
A embalagem linda de morrer: belo presente (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Na verdade, descobri muito mais coisa. E fiquei ainda mais apaixonada. Castella é o nome de uma versão do pão de ló que os portugueses improvisaram no Japão logo que chegaram por lá, no século 16 (e Kasutera, o nome da loja, é mais ou menos como os japoneses pronunciam o nome Portugal: restaurante Ó Balcão vale a viagem até Santarém). A delícia virou tradição – o bolinho é normalmente oferecido de presente do outro lado do mundo.

A loja – que é também a fábrica – fica numa portinha simpática da Rua do Poço dos Negros, uma bifurcação da Calçada do Combro, que contorna o Bairro Alto. Abriu no final do ano passado e só fabrica a especialidade, em três sabores: tradicional, cacau e matcha. Sou suspeita porque AMO tudo feito à base de matcha Portugal: restaurante Ó Balcão vale a viagem até Santarém. Segundo me confessou o confeiteiro Bruno, em breve deve ser lançado mais um sabor, que já está em fase de testes: saquê. Ansiedade define.

Continua após a publicidade
Detalhe da sacolinha que revela a história do doce: desde o século 16
Detalhe da sacolinha que revela a história do doce: desde o século 16 (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

O castella atinge a perfeição depois de passar por um rigoroso processo de fabricação, que inclui fornadas em grandes tabuleiros de madeira, com mexidas metódicas da massa durante o processo de cozimento e, ao final, um repouso de horas até que possa ser cortado. Na loja, é vendido em embalagens (lindas de morrer!) de 300g e 600g.

Cantinho do balcão: delicadezas
Cantinho do balcão: delicadezas (Rachel Verano/Arquivo pessoal)
Continua após a publicidade

Corri pra casa com a sacolinha que me dei de presente, ansiosa para experimentar a delícia de novo. Preciso confessar: quase acabei sozinha com a caixa daquele bolo alto, aerado e úmido ao mesmo tempo, com capinhas melosas em cima e embaixo e um saboroso gostinho de mel no final. Já não vivo sem. Portugal: restaurante Ó Balcão vale a viagem até Santarém

Reserve a sua hospedagem em Lisboa com o Booking.

Publicidade
Publicidade