Conheci La Boulangerie no dia em que me despedia de Lisboa em meados de setembro de 2016. Tinha a companhia de duas amigas queridas e o coração partido de deixar uma paixão arrebatadora em solos lusitanos e voltar pra casa em São Paulo sem saber o que seria de mim.
Talvez tenha sido isso (a necessidade de um confortinho), talvez tenha sido mérito das camadas crocantes e amanteigadas dos croissants que se desfaziam ao simples toque. O fato foi que voltei, casei e nunca mais deixei de amar começar os dias por aqui.
Nunca mudo o meu pedido – afinal, ser sagitariana é ser supersticiosa. Mentira, sou é gulosa mesmo. E aproveito sempre para ir quando acordo tarde, cheia de fome.
A opção mais completa, chamada Brunch!!! (assim mesmo, com três pontos de exclamação) vem com pães rústicos, croissant, pan au chocolat, Nutella, compotas, geleias, ovos, tábua de queijos, salmão defumado, uma bebida quente e, ufa, suco natural (o de laranja com framboesa é sensacional).
Há também combos mais comedidos, outros mais light e opções a la carte avulsas que incluem pães sem glúten e leite de soja. Mas atenção: é o sotaque francês o grande trunfo do lugar.
O bom humor também. Naquele dia de setembro me apaixonei pelo clima dali ao ler uma plaquinha escrita em um quadro negro ao lado da playlist ao alcance dos clientes: “É evidentemente proibido por: Justin Bieber, Grupo Revelação, Il Divo, Anastacia, Rihanna, Metallica. Thanks!” Ao que a atendente, rindo, acrescentou: “obviamente a lista é muito maior.”
Pertinho do Museu Nacional de Arte Antiga, na região das Janelas Verdes, a pâtisserie tem gostosas mesinhas ao ar livre debruçadas sobre uma praça com fonte. Passar as manhãs ali é sinônimo de esquecer do relógio – e acumular as mais saborosas calorias possivelmente disponíveis ao começo do dia em Lisboa.