Portugal: restaurante Ó Balcão vale a viagem até Santarém
Ou: a crônica de um almoço que, de tão bom, acabou em jantar e uma noite a mais na escapada do fim de semana
Quando fomos passar um despretensioso fim de semana prolongado num hotel em Fátima, fui logo pensando no que poderíamos fazer no caminho de volta. Meu inconsciente me dizia que havia um restaurante que merecia o desvio rumo a Santarém. Dois segundos de Google e lá estava ele: Ó Balcão. Fizemos logo uma reserva para garantir o almoço da segunda-feira, quando quase todos os restaurantes fecham no interior. Atrasamos, remarcamos e quase não chegamos. Que risco!
Entramos n’Ó Balcão já depois das 14h30. Aceitamos o espumante de boas-vindas e fomos guiados pelo menu do chef Rodrigo Castelo pelas mãos do simpático Nelson. Começamos com dois snacks: uma tartelete de algas com truta salmonada e um macaron de iscas de cebolada que mereceu bis – um suspiro crocante que derretia à primeira mordida, coroado por um pozinho suave com sabor de cebola caramelizada e um creme de fígado aveludado que me fez escapar da minha dieta sem carne sem culpa nenhuma. Viajei rumo à casa da minha avó e da querida Zulmira, que na minha infância preparavam um genial patê de fígado que jamais vou esquecer.
Já munidos de taças refrescantes do branco Falcoaria 2020, outra surpresa, provamos o cremoso de caranguejo e lagostim do rio que estava… cremosíssimo e delicioso. Àquela altura já estávamos rendidos, mas ainda não imaginávamos que pudéssemos ir tão longe. Dois pratos depois, já estávamos pedindo ao Nelson uma dica de hotel para voltarmos naquela mesma noite ao jantar. E ainda nem tínhamos provado o siluro com açorda de algas e berbigão e nem o café das velhas, uma espécie de rabanada com um creme reconfortante com cheirinho de canela.
Já eram quase 17h quando fizemos nosso check-in para dar uma descansadinha e ir de novo ao Balcão provar o resto que tinha ficado à espera. Já passava das 21h quando o Nelson novamente nos recebeu, nos serviu mais espumante e praticamente escolheu tudo por nós.
Voilà: charuto de abóbora com escabeche de coelho (olha eu aí de novo!) e coscorão do rio até o mar entre os snacks. Uma salada de ovas que nem estava no menu. E uma falsa cabidela de cevada e enguia defumada divinamente coroada por coentros e pistaches.
Poderíamos ter ficado por aí, mas nesta altura já não havia cerimônias. Um chiffon de nozes, por favor. E uma cama antes de chegar a Lisboa.
Em tempo: esqueci de mencionar o couvert do almoço, com pão de massa mãe morno com a casca crocante, azeite, manteiga de alho assado e camarinhas estaladiças (pequenos camarõezinhos de rio super crocantes e salgadinhos, para comer igual pipoca). Pensando bem, a culpa bem pode ter sido das camarinhas…
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