Vem pra Nova York
Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square
Nova York transforma o antigo Pier 57 em parque e mercado gastronômico
À beira do rio Hudson, o novo complexo tem área verde no terraço, um dos melhores conjuntos de restaurantes e vista imbatível para o parque Little Island
Que Nova York está sempre se transformando, todo mundo já sabe. É igreja que vira balada, linha férrea que vira parque suspenso, galpão que vira galeria. Agora, é hora de falar de um píer que virou centro de lazer e gastronomia.
Parte significativa do passado marítimo da cidade, o Pier 57 foi construído em 1907 como um terminal de embarque e armazenamento no Hudson River. Hoje, ele é considerado uma maravilha da engenharia devido ao uso inovador de três caixões ocos de concreto (no lugar de pilares tradicionais) para apoiar a estrutura principal e integra o Registro Nacional de Lugares Históricos.
O espaço virou terminal marítimo em 1954 e passou a abrigar ônibus municipais em 1969. Em 2003, a organização Hudson River Park passou a alugar a estrutura como um píer de uso misto: essa era uma forma ajudar a sustentar a entidade, que não recebe financiamento público e chegou a ganhar prêmios em reconhecimento pelo seu trabalho de preservação.
Até que alguém teve a ideia de dar um novo propósito ao Pier 57. Através de um contrato de arrendamento com o Hudson River Park, foram investidos cerca de US$ 410 milhões para restaurar o edifício, mantendo suas características originais. Ah, e lembrando que a localização é imbatível, em uma das regiões mais interessantes de Manhattan: a um pulo do Whitney Museum, do High Line, do Chelsea Market e a uma mirada de distância do novo e lindo parque Little Island.
O principal inquilino do projeto foi o Google, que mantém escritórios por ali. Mas o novo espaço também abriga atividades culturais e recreativas, um parque inovador e um mercado público.
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A cobertura do prédio histórico, o Rooftop Park, foi inaugurado em abril de 2022. São mais de sete mil metros quadrados de gramados, áreas livres sombreadas e arquibancadas. Ali acontece uma série de atividades ao ar livre, como as exibições de filmes do Tribeca Film Festival. O design é inovador e criativo e confesso que fiquei surpresa com a ideia desse parque ao visitá-lo pela primeira vez.
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Já o andar térreo do Pier 57, pensado para atender a comunidade, abriga escritórios do Google, um espaço interativo de educação chamado Discovery Tank e salas de aula altamente tecnológicas que podem ser reservadas gratuitamente. Mas também ficam ali o food hall Market 57 e o restaurante City Winery.
Inaugurado no início de abril de 2023, o Market 57 é o novo destino gastronômico de Nova York, comprometido em celebrar a cultura gastronômica local e independente. A curadoria do projeto é da The James Beard Foundation, instituição criada para levar adiante o legado de James Beard, o primeiro cozinheiro a preparar uma receita em um programa de televisão e que abriu caminho para todos os masterchefs e cozinheiros midiatizados que temos hoje. A fundação selecionou criteriosamente 16 estabelecimentos de diferentes culinárias, incluindo indiana, tailandesa, caribenha, mexicana, japonesa e chinesa.
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Três deles merecem destaque. O Nom Wah, que abriu as portas em 1920 em Chinatown, é o primeiro e mais antigo restaurante de dim sum da cidade — e agora possui uma filial dentro do Market 57. Também há uma unidade do Zaab Zaab, eleito um dos melhores tailandeses. E o Platform by JBF , cozinha idealizada pela James Beard Foundation com paredes de vidro para que os visitantes possam acompanhar a elaboração dos pratos: chefs residentes em esquema rotativo comandam este espaço educacional que oferece demonstrações e aulas de culinária mediante a compra prévia de ingresso.
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Anexo ao Market 57 fica o City Winery, que é ao mesmo tempo restaurante, casa de show e também uma vinícola, hoje a única de Manhattan. O lugar perfeito para os apaixonados por vinho ou fãs de música ao vivo, como eu. O cardápio inclui tap wines (vinhos servidos em torneiras) desenvolvidos pelo enólogo da casa, além de cervejas artesanais, pratos deliciosos e uma ótima programação de shows. Você ainda pode visitar a sala de degustação e a área onde é produzido o vinho.
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A cereja do bolo do Pier 57 é a vista incrível para os arranha-céus de Lower Manhattan, o Hudson River e o Little Island Park, que fica logo ao lado e que você deve aproveitar para incluir no roteiro. Mais uma vez, Nova York se reinventa, cria e surpreende. A gente só tem a agradecer.
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Serviço
Endereço: 25 11th Avenue
Como chegar de metrô: Linha A, C, E ou L, estação 14th Street (8th Avenue)
Em outras duas reportagens eu falei dos melhores food halls de Manhattan e também dos melhores food halls do Brooklyn. E contei também sobre o lindo complexo gastronômico de Jean-Georges, no Tin Building.
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