Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square

Vai visitar a Estátua da Liberdade? Então dê uma parada em Ellis Island

A segunda parada do passeio de ferry permite conhecer a ilha onde milhões de imigrantes desembarcavam em Nova York

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 17 mar 2023, 18h44 - Publicado em 17 mar 2023, 12h12
Estátua da Liberdade, Ellis Island, Nova York, Estados Unidos
A Estátua da Liberdade e, ao fundo, a Ellis Island.  (OlegAlbinsky/Getty Images)
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Meus seguidores no Instagram sempre me questionam se vale a pena ir até a Estátua da Liberdade. Ou seja, fazer o passeio de barco até a Liberty Island, onde fica a famosa escultura. E a minha resposta é sempre a mesma: sim. Acho que essa é uma experiência que quem procura conhecer mesmo Nova York deve ter pelo menos uma vez. Não há zoom em câmera de celular ou máquina fotográfica que ofereça os ângulos que você terá lá pertinho da Lady Liberty.

Mas uma das partes mais interessantes, e talvez a mais negligenciada, do passeio à Estátua da Liberdade é a parada em Ellis Island. O ferry que vai até a Liberty Island também para por lá e a visita, além de ser totalmente gratuita (já que está incluída na passagem), pode te surpreender.

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De 1892 a 1954, Ellis Island foi a maior e mais ativa estação de imigração da América, por onde mais de 12 milhões de imigrantes chegaram aos Estados Unidos. Lá era feito o registro de entrada no país, em um processo que podia levar de três a sete horas. Para a grande maioria dos imigrantes, Ellis Island era uma Island of Hope (Ilha da Esperança) a primeira parada a caminho de um mundo de oportunidades e uma vida nova. Para outros (cerca de 2% deles), foi uma Island of Tears (Ilha das Lágrimas) ali, muitas pessoas foram impedidas de entrar no país e famílias, separadas.

Depois que a ilha deixou de ser utilizada para esse fim, o edifício que recebia os imigrantes foi transformado no National Museum of Immigration (Museu Nacional da Imigração), onde podemos entender como era o processo de chegada dessas pessoas a um novo país. 

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Em suas salas, você vai encontrar histórias dos povos que vieram para o Estados Unidos, as regiões para as quais rumaram, as influências que deram origem aos gêneros musicais americanos, a etimologia das palavras em inglês e muito mais.

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Na exibição, há ainda fotos, documentos e objetos trazidos nas bagagens, como brinquedos, peças de vestuário e acessórios. É muito interessante ver tudo isso e imaginar o estilo de vida daquelas pessoas.

Nos tours gratuitos, que tem 40 minutos de duração, os guias narram a história da ilha durante os anos de 1892 a 1924, que foram os mais movimentados. Os visitantes aprendem sobre as experiências que os imigrantes viviam durante a viagem de sete a dez dias pelo Oceano Atlântico e também sobre o processo de inspeção que ocorria na chegada. Um dos principais pontos do edifício é o Great Hall, imenso salão onde eram feitos os registros que se tornou o ícone de Ellis Island.

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Quem quiser conhecer a história mais profundamente pode embarcar em um tour especial pago à parte, o Hard Hat. Durante 90 minutos, os visitantes conhecem o complexo hospitalar de Ellis Island, que no auge de sua operação no início do século 20 foi a maior instalação de serviço de saúde pública nos Estados Unidos.

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A visita passa pelo prédio da lavanderia, onde mais de três mil peças de roupa eram lavadas e higienizadas diariamente em equipamentos que ainda estão em funcionamento, pelas enfermarias de doenças infecciosas e contagiosas, pela cozinha, pelos alojamentos e pela sala de autópsia. Também é possível apreciar uma exposição especial do artista francês JR, que apresenta fotos históricas em tamanho real de imigrantes de Ellis Island instalados em 22 paredes internas. 

O museu disponibiliza ainda um serviço especial no The Family History Center, pelo qual as pessoas podem rastrear suas raízes genealógicas e descobrir como, de onde e quando seus ancestrais vieram para a América.

Independente do tipo de passeio escolhido, visitar Ellis Island é uma viagem no tempo que remete a sentimentos que até hoje movem todos nós, imigrantes: o sonho de uma vida melhor.

Serviço

Ellis Island está aberta para visitação todos os dias, exceto no Thanksgiving Day (Dia de Ação de Graças) e no Natal (25 de dezembro). A saída dos ferries está sujeita a alterações por causa do tempo.

Para aproveitar a Liberty Island e a Ellis Island com tempo suficiente, o ideal é embarcar em um dos ferries da Statue City Cruises que saia do Battery Park, em Nova York, ou do Liberty State Park, em Jersey City, antes das 13h. Não esqueça de levar algum lanche porque a oferta de comidas por lá não é muito interessante.

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Uma observação importante: a Statue City Cruises é o único serviço de ferry autorizado pelo National Park Service para venda de bilhetes e transporte para Liberty Island e Ellis Island. Inúmeros vendedores terceirizados vendem ingressos a preços mais altos ou para barcos que não param nas ilhas, apenas passam em frente delas.

É possível comprar os ingressos oficiais com antecedência pelo site ou no próprio dia da visita, mas prepare-se para filas. As bilheterias físicas da Statue City Cruises ficam no Castle Clinton em Battery Park, em Nova York, e no histórico terminal ferroviário no Liberty State Park, em Jersey City.

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