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Passar dias embaixo de chuva, topar com um furacão ou ser barrado por falta de vacina: essas e outras roubadas podem ser evitadas se você fizer a lição de casa...
Quando ir
Os países do Sudeste Asiático vivem basicamente duas estações: a úmida e a seca. Parece simples, mas é altamente complexo. O clima é regido pelas monções, ventos sazonais cuja intensidade varia conforme a região, mas que, de maneira geral, trazem muita chuva, calor abafado, mar agitado e até consequências graves, como enchentes e furacões.
Por essas e outras, montar o roteiro driblando o intrincado calendário das monções é a providência mais fundamental para o sucesso da sua viagem. A seguir, você encontrará informações específicas sobre o clima de cada país e a melhor época para visitá-los.
Quanto tempo
Por mais destemido e bem disposto que você seja, cruzar oceanos para uma viagem de menos de duas semanas é um pouco insano. Coloque nessa conta pelo menos 24h de viagem na ida e na volta, vários dias de adaptação ao fuso e um inevitável jet lag. Some pelo menos meio dia para qualquer deslocamento ou um dia inteiro se o processo incluir mais de um meio de transporte (avião e barco, por exemplo).
O Sudeste Asiático pede um espírito slow travel para curtir as praias com calma, visitar templos no modo zen, contemplar e absorver o turbilhão de novas informações. Duas semanas? Dá pra conhecer Bangkok, duas ilhas tailandesas e, com pressa, fazer um bate e volta de avião até Siem Reap, no Camboja.
Em três semanas, rola conhecer a Tailândia um pouco melhor. Um mês? Aí já dá até para pensar em uma esticada no Vietnã. E assim por diante. Lembre-se: menos é mais.
Visto
Basta um passaporte com validade mínima de seis meses para viajar para Tailândia, Malásia, Indonésia, Singapura e Filipinas (que também requer uma passagem de volta), onde brasileiros podem transitar livremente por períodos de 30 a 90 dias, dependendo do país.
O Camboja e o Mianmar exigem visto, mas contam com sistemas de emissão online através dos sites evisa.gov.kh (com taxa) e evisa.moip.gov.mm (com taxa), respectivamente. Já o Laos oferece a modalidade “visa on arrival”. Ou seja, você tira o visto no aeroporto ou nas principais fronteiras, na chegada, mediante o pagamento de uma taxa (tenha dólar em espécie em mãos) e apresentação de uma foto 3×4.
Para o Vietnã, também existe essa possibilidade, mas com uma complicação adicional: é necessária uma aprovação prévia para que o documento possa ser tramitado no aeroporto.
E aqui entra a pegadinha. Muitos sites que oferecem o serviço não são confiáveis – portanto, o Ministério de Relações Exteriores do país não recomenda essa opção! Para evitar problemas, o melhor é pedir o visto em um consulado ou embaixada vietnamitas, no Brasil ou no exterior.
Saúde
Em teoria, todos os países do Sudeste Asiático exigem o certificado internacional de vacinação contra febre amarela de brasileiros. Na prática, nem todos acabam pedindo, mas não vale a pena correr o risco.
A vacina precisa ser tomada pelo menos dez dias antes da viagem e o documento, que deixou de ter validade (antes precisava ser renovado a cada dez anos), deve ser emitido em um posto da Anvisa ou pela internet. Ela é a única obrigatória, porém, como proteção extra, os especialistas recomendam a vacinação contra encefalite japonesa, febre tifóide e hepatite A.
Dinheiro
A moeda estrangeira mais aceita no Sudeste Asiático é o dólar: tenha sempre alguns no bolso para trocas emergenciais, pagamento de vistos e para se virar em lugares remotos, onde nem sempre há um caixa eletrônico (ATM, na sigla em inglês) por perto.
Mas, com exceção do Camboja, em que o dinheiro americano circula sistematicamente (assim como o riel), cada país tem a sua própria moeda. Os cartões de crédito e débito são aceitos, mas quase sempre apenas em hotéis e restaurantes mais “internacionais”.
Em lugares remotos, agências de viagens, operadoras de mergulho e até hotéis costumam cobrar taxas para pagamento no crédito (e você ainda arcará com o IOF de 6,32%, que incide sobre qualquer operação em “dinheiro de plástico” no exterior).
Outra prática comum nos serviços turísticos é o “cash advance” – o vendedor passa o seu cartão de crédito e entrega o valor em espécie, mediante o pagamento de uma taxa que pode ser de até 10%.
Transporte
Viajar ao lado dos locais em lotações, ônibus, trens, balsas, barcos, tuk-tuks e afins faz parte da dor e da delícia de vivenciar o Sudeste Asiático. Mas isso requer tempo, paciência e espírito de aventura.
Contra o perrengue e a lentidão, o melhor antídoto é voar. Não faltam companhias aéreas confiáveis e econômicas no Sudeste Asiático, assim como aeroportos instalados até em ilhas com jeito de fim de mundo.
Uma dica de ouro para quem vai fazer vários voos é comprar o Air Asia Asean Pass, da Air Asia, a companhia aérea low cost mais abrangente da região. Cada voo corresponde a um certo número de créditos.
Hospedagem
O Sudeste Asiático é, provavelmente, o lugar mais barato do mundo em termos de hospedagem (a exceção é Singapura, onde as diárias têm preços de Europa). Você encontrará acomodação superbásica por menos de US$ 10; pousadas ajeitadinhas por cerca de US$ 30; e hotéis bacaninhas, com ar-condicionado, na faixa dos US$ 50.
Mas duvide dos milagres – aquele que cobra US$ 3 tem grandes chances de ser uma roubada. Use o bom senso e, dentro do possível, prefira ver o quarto antes de fechar negócio, especialmente se estiver transitando na faixa mais econômica.