Enquanto as fronteiras dos Estados Unidos estavam fechadas por causa da pandemia, o serviço de renovação e emissão de vistos foi interrompido. As entrevistas foram retomadas em novembro de 2021, mas devido à alta demanda os horários ainda estão se esgotando rapidamente. Em março de 2023, o tempo de espera para fazer o agendamento em São Paulo era de 547 dias (veja as informações atualizadas da cidade mais próxima a você aqui).
Em uma reunião realizada em março com operadores de turismo, o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, David Hodge, aconselhou abrir o site de agendamento e atualizar a página várias vezes ao dia para garantir uma das novas vagas que eventualmente são colocadas à disposição. “Por exemplo, há dias em que 50 vagas são destinadas aos estudantes e, quando apenas 30 são agendadas, as 20 vagas restantes voltam para o sistema para o público em geral”, explica.
No caso da estudante de administração Nina Wang, de 20 anos, foi necessário contratar um despachante e voar até outra capital brasileira para renovar o documento. “Eu já tinha feito um agendamento para renovar o visto em São Paulo em abril de 2021, mas como o consulado ainda estava fechado naquela época, minha entrevista foi adiada para junho de 2022″, relata. O problema é que ela precisava embarcar em uma viagem a trabalho para Miami antes disso, no início de abril de 2022.
A única solução era justamente a que o cônsul apontou: entrar no site do consulado e atualizar a página várias vezes ao dia até conseguir uma brecha. Na falta de tempo para fazer isso, Nina contratou o serviço de uma despachante e abriu a possibilidade de comparecer à entrevista em outra cidade. “O que a despachante fez foi ficar verificando de tempos em tempos se abria uma vaga em qualquer cidade – e ela conseguiu agendar uma entrevista para mim em Recife”, conta a estudante de administração, que conseguiu estar com o visto em mãos bem a tempo da viagem.
A procura pelos Estados Unidos como destino de viagem está grande. Em fevereiro de 2022, 73 mil brasileiros visitaram o país, o que fez do Brasil o quarto maior emissor no período, atrás apenas do Canadá, México e Reino Unido.
Por isso, a US Travel Association, organização nacional sem fins lucrativos que representa todos os componentes da indústria de viagens dos Estados Unidos, lançou a campanha “Eles esperam, nós perdemos”. O objetivo é pressionar o governo norte-americano a agilizar o processo de emissão de novos vistos. A entidade estima que o país perderá quase sete milhões de visitantes em potencial e US$ 12 bilhões em gastos projetados apenas em 2023 devido ao tempo de espera prolongado.
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