Quando é melhor levar real, dólar, euro ou moeda local na viagem?

Na Zona do Euro, euro. Nos EUA, dólar. Na Inglaterra, libra. E nos outros países, que dinheiro eu levo? Aprenda a aproveitar situações e a fazer as contas

Por Patrícia Figueiredo
Atualizado em 13 jul 2021, 12h42 - Publicado em 9 fev 2017, 15h06
Moedas e cédulas de vários países dispostas de forma desorganizada
Entenda que tipo de moeda é a ideal para a sua viagem internacional (epSos.de/Wikimedia commons/)
Continua após publicidade

Diante das oscilações do dólar, os viajantes andam mais esperançosos, mas ainda muito temerosos de tomar prejuízo na hora de comprar moeda estrangeira.

Para se proteger das variações cambiais, os economistas aconselham a compra da moeda de tempos em tempos, o que, no final das contas, proporciona ao turista uma cotação média – nem a pior, nem a melhor.

Também é consenso de que não se deve levar todo o dinheiro da viagem em espécie, por questões de segurança. Para não ficar à mercê das cédulas, balanceie as formas de pagamento no destino entre grana viva e os cartões de crédito e débito, que têm IOF mais alto (6,38%), mas são mais seguros.

Antes de seguir essas regras, porém, você precisa saber QUAL moeda levar.

Para os Estados Unidos, os países da Zona do Euro e a Inglaterra, é simples: dólar nos States, euro no Velho Mundo e libra na terra da rainha – ou seja, as moedas locais.

Levar reais para destinos como esses, com moeda forte, é um erro. Se o nosso dinheiro está valendo pouco aqui, imagine lá!

Também não vale a pena, por exemplo, adquirir dólar para ir à Inglaterra nem euro para os EUA, já que você terá de fazer a compra aqui, perdendo um pouco na transação, e realizar uma troca lá, tomando outra mordida.

Continua após a publicidade

Essa situação só é aconselhada para quem já tiver o numerário de uma moeda forte em casa e necessitará fazer apenas um câmbio, no destino.

No entanto, em lugares em que a moeda corrente não é forte, a resposta não é tão óbvia.

Numa espécie de círculo vicioso, essas moedas fracas acabam tendo menos procura e, por conseguinte, menos oferta, aumentando a margem de ganho das poucas operadoras que trabalham com elas.

“No caso dessas moedas não conversíveis, ou seja, que não têm livre trânsito internacional, a diferença entre o valor que a casa de câmbio paga e aquele pela qual ela vende é muito maior do que entre a taxa de compra e venda de uma moeda forte, como o dólar”, explica o economista Newton Machado, coautor do livro Passaporte para Viajar Mais.

Continua após a publicidade

Um exemplo é o peso colombiano, negociado por poucas casas de câmbio brasileiras. Quem compra essa moeda aqui, com reais, acaba pagando até 20% mais do que pagaria se comprasse dólares no Brasil e os trocasse por pesos na Colômbia.

Muitas vezes, portanto, comprar dólar e fazer dois câmbios, contrariando o senso comum, é o melhor negócio.

Basicamente, a regra é válida para Bolívia, México, Peru e praticamente qualquer país com moeda fraca onde não há procura por reais, como aqueles do Sudeste Asiático (Tailândia, Indonésia, etc), da África Subsaariana (todo o centro-sul do continente) e da América Central.

Apesar de o dólar manter a primazia de moeda internacional, há exceções à regra: por questões políticas ou geográficas, em certos países a conversão é mais vantajosa com euros do que com dólares.

Continua após a publicidade

É o caso de Cuba, onde o dólar americano é taxado em pelo menos 10% na conversão para o CUC, o que não acontece com o euro. Se você vai para Cuba, o melhor é trocar o real por euro antes de chegar lá, porque a taxa de conversão para o CUC é menor.

Também vale mais a pena viajar com euros do que dólares para destinos do Leste Europeu, como Hungria, República Tcheca e Polônia, e do norte da África.

Já em Bogotá, Buenos Aires, Santiago e Montevidéu, destinos vizinhos onde há mercado para a moeda brasileira, pode compensar viajar com reais e trocar só na chegada.

Mas fique atento: em cidades menores desses países, ainda que seja possível vender reais, a cotação costuma não ser vantajosa, então faça o câmbio nas capitais mencionadas ou leve dólares.

Continua após a publicidade

E para não ficar refém de levantamentos do que é melhor ou não levar, aprenda a fazer as contas.

Compare, por exemplo, a quantia que R$ 1 000 compram:

  • Da moeda do seu destino aqui no Brasil
  • O quanto você conseguiria se trocasse os R$ 1 000 só no destino
  • E, ainda, o montante de dólares que você obteria pelos mesmos R$ 1 000 no Brasil, e o valor em moeda local que lhe pagariam por esses dólares na viagem

Para saber as cotações no destino, consulte, por email e na semana da viagem, as casas de câmbio locais (mas fuja daquelas de aeroporto, quase sempre mais caras).

Continua após a publicidade

Mesmo que a cotação do dia da viagem não seja a mesma, a tendência do que vale ou não a pena fazer acaba se repetindo num intervalo tão curto de dias.

Se a diferença entre as cotações for ínfima, prefira levar a moeda local, para não ter trabalho no destino, depois o dólar, sempre uma moeda forte, e, por último, o real.

Compare quanto R$ 100 compram em moeda estrangeira em São Paulo; no destino indicado; ou quando trocados por dólares no Brasil, depois pela moeda local na viagem.

Publicidade