Tudo que você precisa saber para viajar de avião com pets

Passagem, documentação, dicas de preparo e outras informações para considerar antes de embarcar nessa

Por Da Redação
Atualizado em 30 jan 2023, 16h47 - Publicado em 28 jul 2021, 16h13
Cachorro
São permitidos apenas o transporte de gato e cachorros. E o que define se ele vai na cabine ou no porão são as medidas da caixa e o peso do animal. Crédito: (PETZ/Reprodução)
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A decisão de levar o seu animal de estimação com você em uma viagem nem sempre é a mais sábia, mas vem se tornando cada vez mais comum com o aumento no número de hotéis e restaurantes pet-friendly. O deslocamento, por outro lado, continua sendo um entrave, especialmente no caso de viagens de avião. As companhias já reconhecem que alguns cães e gatos são como verdadeiros membros da família, mas ainda impõem uma série de requisitos a serem cumpridos – por questão de segurança e conforto dos demais passageiros.

Para complicar ainda mais a situação, cada aérea tem suas próprias regras e cada bicho tem o seu próprio temperamento. Daí nascem as dúvidas. As viagens de avião são seguras para os animais? Quais documentos devo providenciar? O pet vai no bagageiro ou na cabine junto com o seu dono? Essas perguntas foram respondidas durante um episódio do podcast “Bichos na Escuta”, que teve a participação da consultora veterinária Rita Ericson e do especialista em manutenção de aeronaves Lito Souza, além da repórter Giuliana Girardi no comando. Confira as dicas a seguir:

Passagem

O dono deve comprar a sua própria passagem e na sequência ligar para a companhia em questão para reservar também o lugar do seu pet. É importante fazer isso com antecedência porque a cada voo são transportados no máximo três animais. 

A taxa cobrada varia de acordo com a aérea. A Gol transporta bichos de no mínimo seis meses de idade. Os de até 10kg na cabine e os de até 30kg no porão, por valores que variam entre R$ 250 nas viagens nacionais e R$ 800 nas internacionais.

A Latam permite que animais de até 7kg viajem junto com os seus donos, mas os de até 45kg devem obrigatoriamente ir no bagageiro. Os preços ficam em torno de R$ 200 a R$ 900 nas rotas domésticas e de US$ 150 a US$ 300 nas com destino ao exterior. 

A Azul, por fim, só faz o transporte de pets dentro da cabine. A somatória do peso do animal e da caixa de transporte não pode passar de 7kg. Custa R$ 250 o trecho para viagens nacionais e US$ 100 para quem vai embarcar com a companhia rumo à Lisboa, em Portugal. O novo serviço também é oferecido em viagens dos Estados Unidos e da Europa para o Brasil.

Em todos os casos, é importante saber que só podem viajar de avião gatos e cachorros, sendo que algumas raças são proibidas. Os cães que são popularmente conhecidos pelos seus focinhos achatados – como pugs, bulldogs e boston terriers – não são aceitos pelas companhias aéreas, assim como os gatos do tipo burmês, exótico, himalaio e persa.

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A consultora veterinária Rita Ericson explica que estes animais, que já não respiram bem quando estão no solo, podem até asfixiar quando são colocados dentro do avião, onde há pressurização e menor concentração de oxigênio. 

Documentação 

Em voos nacionais, as companhias aéreas exigem os seguintes documentos: 

  • Certificado de vacinação antirrábica para animais com mais de 3 meses de idade, aplicada de 30 dias a um ano antes da data do embarque
  • Atestado de saúde do animal comprovando que ele está apto a realizar a viagem, emitido por um médico veterinário no máximo 10 dias antes do voo

Em voos ao exterior, o passageiro pode ter que apresentar ainda outros documentos, como o Certificado Zoossanitário internacional (CVI), expedido pela Vigilância Agropecuária Internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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A documentação também está condicionada à companhia escolhida e ao país de destino, que pode considerar perigosas algumas raças de cachorro. O fila brasileiro, por exemplo, não pode ser criado no Reino Unido. 

Cabine ou porão?

Segundo o especialista em manutenção de aeronaves Lito Souza, é sempre preferível que o animal fique junto com o seu dono na cabine, onde ele certamente se sentirá menos estressado. Porém, nem sempre é possível fazer essa escolha. Além do peso, o que vai determinar onde o cão ou gato viajará é a dimensão do kennel onde ele está sendo transportado.

A Gol pede que, para viajar na cabine, os animais sejam acomodados em caixas rígidas (dimensões máximas de 22cm de altura x 32cm de largura x 43cm de comprimento) ou em bolsas flexíveis (24cm x 32xm x 43cm), sendo que o peso somado não deve ultrapassar os 10kg. Para viajar no porão, a caixa pode ter até 82cm x 114cm x 142cm.

Na Latam, as dimensões máximas para transporte na cabine são de 19cm x 33cm x 36cm para caixas rígidas e 23cm x 33cm x 36cm para bolsas flexíveis, com peso total máximo de 7kg. No bagageiro, o tamanho aumenta para até 115cm de altura e 300cm lineares (soma da altura, largura e comprimento).

A Azul, por fim, só transporta animais na cabine. Eles devem estar acomodados em caixas ou bolsas com peso máximo de 10kg e dimensões de até 20cm x 31,5cm x 43cm.

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Preparo

Para tornar a experiência mais tranquila para o pet, independente de onde ele viajará, a consultora veterinária Rita Ericson aconselha os donos a fazerem com que o cão ou gato se acostume com a caixa onde ele será transportado – um processo que deve começar bem antes da data do embarque.

No dia da viagem em si, é importante forrar a caixinha com tapete higiênico. Mesmo os animais acostumados a fazerem suas necessidades sempre no mesmo lugar podem acabar deixando escapar xixi ou cocô devido ao estresse.

Rita também alerta que as companhias aéreas proíbem que sejam administrados calmantes e tranquilizantes, que podem causar efeitos colaterais nos bichos. Ela alerta que os antidepressivos e os ansiolíticos podem até ser uma alternativa, mas devem ser avaliados junto com um veterinário, que levará em conta a saúde do pet e pesará os prós e contras. “Não é uma receita de bolo, precisa estudar o animal”, ressalta.  

Embarque e desembarque

Os cães e gatos menorzinhos fazem todo o percurso dentro do aeroporto junto com os seus donos, como se fossem parte da bagagem de mão. A diferença é que eles não passam pelo raio-X: ao invés disso, é feita uma inspeção do kennel no momento do check-in. Os pets não podem ser retirados de suas bolsas ou caixinhas em nenhuma circunstância e, dentro do avião, eles devem ser acomodados abaixo do assento.

Já os animais de grande porte, que serão transportados no porão do avião, devem ser admitidos no check-in. Eles também não passam pelo raio-X e nem são levados até a aeronave pela esteira de bagagens. Um funcionário da companhia aérea será designado para fazer a inspeção do kennel e levá-lo até uma parte específica do aeroporto, onde o bicho será mantido até o momento do embarque. Para poupá-los do barulho, os animais são os últimos a entrar no compartimento de carga.

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Eles viajam na parte da frente de aviões maiores e na de trás em aeronaves menores. O piloto fica responsável por ligar o aparelho que vai ventilar o porão e mantê-lo sempre a 22°C. No momento do desembarque, os pets serão levados para a mesma área onde serão retiradas as bagagens. Mais uma vez, isso será feito manualmente por um funcionário, e não pela esteira.

Segurança

A consultora veterinária Rita Ericson, alerta que é necessário avaliar se o cachorro ou gato de estimação tem condições de viajar, sendo que fatores como temperamento, peso e raça devem ser sempre levados em consideração.

Já o especialista em manutenção de aeronaves Lito Souza garante que as viagens de avião são seguras, mas ressalta que eventos inesperados sempre podem acontecer durante o voo. “Eu viajaria com um animal como última opção porque o estresse que o bichinho passa é muito alto”, opina.

O podcast ‘Bichos na Escuta’ publica novos episódios todas as quintas-feiras no Globoplay e no Spotify. Ouça:

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