Brasiloche
Bariloche: os novos hotéis, os restaurantes, os passeios por montanhas e lagos, a estação de esqui brasileira
“Vocês precisam ver isto em julho, só se ouve português. As cores mudam, o verde-amarelo toma conta da cidade”, dizia o guia Jorge Batica, enquanto fazia o transfer de um grupo de brasileiros do aeroporto aos hotéis de Bariloche. O sotaque arrastado, as montanhas nevadas e o frio rigoroso não pareciam nada familiares e, por isso mesmo, chamavam a atenção dos passageiros, que, diferentemente do que Jorge imaginava, estavam animadíssimos para viver um mundo novo, azul e branco que fosse, e, se possível, rechea- do de floquinhos de neve. Mas Jorge tinha razão: Bariloche não está no Brasil, mas é a estação de esqui mais brasileira que existe. Tanto que agora tem até esquibunda em Cerro Catedral, como se o lugar fosse uma Natal do frio. Jorge não puxou o coro, mas bem que poderia, como nos estádios de futebol: “U-hu, a Argentina é nossa!”
Depois da temporada terrível de 2009, com gripe A e os transtornos causados pela erupção de um vulcão no Chile, que fechou o aeroporto de Bariloche durante dias, a cidade trabalhou duro para fazer deste inverno a temporada da redenção. Em 2009, foram a Bariloche 9 mil brasileiros; em 2010, são esperados 35 mil. Melhorar Bariloche significa melhorar a estrutura – atrações, hotéis, centros de esqui – para os brasileiros, que são oito em cada dez visitantes.
Começando por Cerro Catedral, a 19 quilômetros do centro da cidade. A principal estação de esqui da Patagônia estreia neste ano duas pistas: uma de snow tubing, que lembra o rafting e no qual um grupo desce a montanha em botes infláveis; e outra, customizada para os brasileiros, de esquibunda, com 600 metros de extensão. Aqui, desce-se em minitrenós que lembram carros de rolimã sem rodinhas. “Percebemos que boa parte dos viajantes não vinha aqui para esquiar, mas sim para ter contato com a neve”, conta Paula Gómez, gerente comercial do Cerro. “Então resolvemos criar outras opções na montanha”, diz.
Demorou.
Se essa dificuldade com o esqui e a vontade de aproveitar a neve lhe parece familiar, é porque você não é exatamente íntimo de uma estação de esqui. Mas Bariloche não é só para os calouros. Para quem prefere os clássicos esqui e snowboard, Cerro Catedral também não desaponta, afinal tem 120 quilômetros de área esquiável, com 53 pistas, bosques e um espaço dedicado ao snowboard. E há ainda os trenós, as motos e as raquetes para andar na neve. Neste ano também foram inaugurados novos meios de elevação, somando agora 38, que transportam até 36 mil passageiros por hora. E, nos intervalos entre uma pista e outra, esportistas e turistas podem descansar em 20 abrigos na montanha, com lareira e comidinhas (tudo pago à parte). Ou então aproveitar a base da estação, que é a mais completa da Argentina. Dá para fazer compras, experimentar a culinária regional e os deliciosos chocolates, inscrever-se nas aulas de esqui, alugar uma roupa mais quentinha…
Há muitos hotéis na região do Cerro, totalizando 5 mil quartos. Mas é mais próximo da área central de Bariloche que vêm as grandes novidades hoteleiras da temporada. Na Playa Bonita – a playa é lacustre, bem entendido, à beira do Lago Nahuel Huapi –, foi inaugurado em dezembro o Charming Luxury Lodge e Private Spa, que, como o nome sugere, é para poucos: a diária mais barata custa US$ 520 (para casal). Construídos sobre uma rocha ornada com um dos braços do lago, os chalés de madeira e pedra abrigam apenas cinco suítes, dois apartamentos para até cinco pessoas e cinco residências, estas para famílias mais numerosas. A mobília é de madeira maciça, as TVs são de LCD (de 26 e 32 polegadas), e o edredom é de algodão egípcio. Mas o melhor mesmo é o spa privativo à disposição de cada hóspede, com duchas finlandesa e escocesa com cromoterapia, hidromassagem e sauna seca. Alguns contam ainda com minipiscina e deque para o Nahuel Huapi, um luxo só. Nas áreas comuns há restaurante, piscina climatizada, sauna com vista para o lago, spa (para massagens e tratamentos de pele) e salão de cabeleireiro.
Mas não é só. Colado ao centro, será inaugurado em agosto o elegante Alma del Lago, cinco-estrelas de frente para o Nahuel Huapi, com prainha particular, 96 quartos, spa, dois restaurantes e wine bar. Com perfil mais executivo, o hotel também tem um centro de negócios com quatro salas. “Bariloche continuará expandindo suas opções de hospedagem, já que bandeiras como Hilton e Hyatt estudam vir para a cidade”, diz Héctor Barberis, presidente da Emprotur, órgão de promoção turística local. Para os próximos anos, a grande expectativa está em torno da construção de mais um hotel Llao Llao. Um dos símbolos da cidade, o resort idealizado em 1934 por Ezequiel Bustillo, primeiro presidente da Comissão de Parques Nacionais da Argentina, deve ganhar um “irmão” em 2013, com 200 quartos e a 3 quilômetros do primogênito.
Enquanto o novo Llao Llao não vem, o septuagenário mantém sua imagem de lugar superconfortável intocada. É o único resort da cidade a fazer parte da rede The Leading Hotels of the World por causa de seu atendimento personalizado e sua localização privilegiada, entre os Andes e braços de dois lagos, o Moreno e o Nahuel Huapi. “O hotel é muito acolhedor, parece uma casa de campo, mas com uma estrutura de lazer impressionante, com campo de golfe e piscina aquecida”, diz o corretor de seguros paulistano Mário Gasparini, que desde 1999 vai todo inverno para Bariloche e há seis anos se hospeda apenas no Llao Llao.
Para quem procura algo mais simples – e barato –, a cidade também reserva boas novidades. A maioria dos hotéis de categoria turística do centro passou por reformas e trocou o velho carpete por piso de madeira, TVs antigas por LCD e agora dispõe de conexão wi-fi para os clientes. Só o tamanho dos quartos continua igual, pequeno demais para os padrões brasileiros. “Isso acontece porque esses hotéis eram estudantis e foram comprados por grandes redes na crise de 2001”, disse-me Hugo Segui, um guia local. “Os novos donos, porém, não quiseram derrubar paredes para deixar os espaços mais amplos.” Na hora de escolher onde ficar, é bom prestar atenção também na localização. Se quiser ir a restaurantes, lojas e baladas a pé, escolha um hotel entre as calles Mitre e Moreno (que se transforma na Avenida San Martin depois do Centro Cívico) e a Avenida 12 de Outubro. Se preferir algo mais reservado e não se importar em gastar dinheiro com táxi, escolha os resorts da Avenida Bustillo e da Villa Llao Llao (na região do hotel de mesmo nome).
Independentemente de onde estiver hospedado, separe pelo menos um dia para bater pernas nas lojinhas da Calle Mitre, a principal rua comercial de Bariloche. O real já pôde um pouquinho mais perante o peso, mas a relação 2 para 1 ainda nos é muitíssimo favorável. Se isso fosse possível, dom Carlos Wiederhold ficaria orgulhoso (e surpreso) de ver tantos brasileiros comprando na cidade. O chileno descendente de alemães foi, em 1895, o primeiro comerciante da então Vuriloche, o nome original de Bariloche. Seu armazém, que na época se chamava A Alemã, jogava nas 11 e servia também de agência de correio. Era Wiederhold quem distribuía as cartas que chegavam à vila. Foi assim que ele recebeu uma correspondência remetida a “San Carlos de Vuriloche”, em vez de a “Don Carlos”, erro imediatamente adotado pelos locais, que a partir daí renomearam o armazém e o vilarejo. A cidade só seria fundada oficialmente em 1902, quando, para manter a tradição, outros erros de grafia transformaram Vuriloche em Bariloche.
Esse parêntese histórico é bom para introduzir outro personagem-chave de Bariloche. Mais um pioneiro, Francisco Pascasio Moreno, também conhecido como Perito Moreno – hoje nome da geleira mais famosa da América do Sul. As razões de sua perícia proverbial têm a ver com a decisão, correta e pouco trivial, de definir as fronteiras da Argentina com o Chile pelas montanhas, e não pelo curso dos rios. Perito foi o homem responsável pela transformação de toda aquela região no Parque Nacional Nahuel Huapi, o primeiro da América do Sul e o terceiro do mundo. Foi muito graças a Perito que hoje você pode visitar bosques, lagos ilhas e cerros preservados por Bariloche e pelas cidades vizinhas.
E são justamente esses passeios, muitos deles incluídos nos pacotes vendidos pelas operadoras brasileiras, que eu, se fosse você, faria sem piscar.
Um deles é o Circuito Chico, normalmente o primeiro para quem embarca de pacote. Você sai do centro da cidade e percorre 65 quilômetros até a Villa Llao Llao. No caminho há uma parada no Cerro Campanário, onde está uma das sete melhores vistas do mundo de acordo com a revista NATIONAL GEOGRAPHIC. Você dificilmente irá discordar disso se pagar AR$ 30 e subir de teleférico até o cume do cerro, onde há oito belíssimos mirantes. Se alguém te explicar para que lado fica o oeste, você talvez aviste o Chile, uma cadeia de montanhas nevadas por trás de outra cadeia de montanhas com lagos entre elas.
De volta à estrada, algumas agências de turismo, como a TIP, param em uma loja de produtos da marca Rosa Mosqueta, que fica no meio do nada e cobra mais caro que as lojinhas do centro. Aproveite para experimentar gratuitamente o chá dessa flor – a rosa mosqueta –, que cresce como praga na Patagônia e tem propriedades regenerativas, mas não gaste seus pesos com os cremes e óleos, que podem ser adquiridos em melhores condições na cidade. A próxima parada é num ponto panorâmico de onde se veem a Península Llao Llao e o hotel famoso. Ali há cães são-bernardo e seus bauzinhos de bebida fazendo figuração para quem quiser uma foto do tipo “perdido na neve”. Clicá-los, dizemos já, custa outros AR$ 20.
Normalmente o Circuito Chico é combinado com uma visita ao Cerro Catedral, atividade que acontece à tarde, depois do almoço (pago à parte). Os passes para os meios de elevação, porém, não estão incluídos no passeio, ou seja, reserve mais AR$ 60. “Não tem graça ir até a base da estação e não subir. Eu não estava preparada para a neve, mas consegui alugar um casaco”, disse à VT a paulistana Andrea Moreira. Se valeu a pena? “Eu nunca tinha visto neve na vida!” Os visitantes ficam em média uma hora e meia na estação antes de começar a volta para a cidade. Nesse tempo curtinho não é possível esquiar, mas já dá para apreciar os mirantes da montanha.
Outro passeio imperdível para ver a cidade do alto é ir ao Cerro Otto, no qual o passe para o teleférico custa AR$ 55 e dá direito a traslado a partir do Centro Cívico, onde está o quiosque de venda. No cume do Cerro há uma confeitaria giratória, um mirante lindo e um breguíssimo museu de cópias de obras-primas da arte ocidental, como o Davi, de Michelangelo. Prefira ir pela manhã, quando as filas são bem menores e não é preciso brigar pelas mesas mais próximas da janela na confeitaria.
Todos esses picos parecem aperitivos quando comparados ao mais alto deles, o Cerro Tronador, 3 554 metros acima do nível do mar e a 90 quilômetros de Bariloche, já na fronteira com o Chile. Para conhecê-lo é necessário um dia inteiro, pois boa parte do trajeto é em estrada precária. Não é preciso nem dizer que a paisagem vale o esforço, mas dizemos: vale o esforço. No caminho há dois belos lagos, o Mascardi e o Gutierrez, além de outro pico, o Cerro dos Emparedados. O ponto alto é a parada aos pés do Tronador, onde se tem ideia de sua grandiosidade e, se der sorte, é possível ver o degelo de um dos quatro glaciares existentes na Argentina. Se não quiser se sentir espoliado, leve seu próprio lanche, pois as paradas no caminho não valem o que cobram.
Outra forma de chegar ao Cerro Tronador e conhecer Bariloche é navegando pelos muitos lagos da região, sempre partindo do pequeno porto próximo ao Hotel Llao Llao. O roteiro clássico vai até a Isla Victoria e ao Bosque Arrayanes, com duração de meio dia ou um dia inteiro. No caminho, a atração são as gaivotas, que vêm comer biscoitos nas mãos dos turistas e acompanham o barco durante toda a viagem. Na Isla Victoria, além de pinheiros imensos, há um pequeno museu com desenhos rupestres que datam de mais de 500 anos atrás. Já o Bosque Arrayanes é único no mundo com árvores de tom canela e, dizem os argentinos, teria inspirado Walt Disney a criar o bosque do Bambi. Não se tem notícia de que Walt Disney tenha andado pela região, mas tudo bem.
Feitos esses passeios, vale a pena dar um pulinho nas cidades vizinhas, começando pela charmosa Villa La Angostura e sua estação de esqui, Cerro Bayo, que é bem menor e intimista que Cerro Catedral e onde é possível esquiar em todos os lados da montanha. Como o centro da cidade é pequeno, em uma hora você já viu todo o lugar e está de volta à Ruta Nacional 231, entrando na Rota dos Sete Lagos, que leva até San Martín de los Andes. Se puder, sente-se do lado esquerdo da van (ou do carro) para ver melhor os belos lagos do caminho: Espejo, Correntoso, Escondido, Cillarino, Falkner e Machonico. Em San Martín de los Andes, cidade bem menos turística, os preços e o câmbio são mais favoráveis e vale a pena gastar um tempinho batendo pernas nas lojas das ruas centrais. Outra opção é embarcar naquele ônibus turístico vermelho de dois andares, como os de Londres e de Salvador. O double decker percorre a cidade em passeio de uma hora e meia.
No lado sul do Nahuel Huapi há mais uma cidadezinha que vale a visita – e os 129 quilômetros percorridos: El Bolsón. No passeio, que dura o dia inteiro, o que não falta são paradas saborosas: a primeira é em um criadouro de trutas. Depois é a vez de uma chácara de frutas finas, com morangos, framboesas e outras pequenas delícias, vendidas ao natural ou em compotas. Para quem prefere cervejas encorpadas (ou não), há em El Bolsón a visita a uma cervejaria artesanal, com direito a degustação e garrafas a preços bem mais camaradas que na Calle Mitre. Além dessas paradas, no roteiro estão incluídas visitas ao Parque Nacional del Puelo, cujo lago, homônimo, surpreende pela tonalidade turquesa de suas águas.
De volta a Bariloche, não há como não se deixar seduzir pela gastronomia – e as calorias a mais. A influência dos imigrantes é notável. E, melhor, saborosa. Há a famosa fondue dos suíços, o delicioso strudel dos alemães (obrigatório no restaurante Família Weiss), as massas caseiras dos italianos e, claro, a carne argentina e o cordeiro patagônico. Para os notívagos, a boa notícia é que agora existem mais lanchonetes e restaurantes que ficam abertos até de madrugada, como o Frawen’s, inaugurado no ano passado, que serve desde pratos tradicionais, como truta, até sanduíches. E o aconchegante Friends, que tem churros, tortas, pizzas e cerveja artesanal.
E, já que é hora de se aquietar em Bariloche, à noite o movimento passa da Mitre para a Avenida San Martín e a Calle España, onde se concentram as principais casas noturnas e pubs. Para quem quer apenas tomar uma copita e ver o movimento, a moderninha Dusk é boa pedida, assim como o pub Wilkenny. Para dançar, há o Roxy Club, o Rocket e a Pachá. Mas, se você quiser viver uma experiência diferente vendo como os locais se divertem, há o Pub Diversion, na Calle Panozzi, com mesas de sinuca, cumbia nas caixas de som e frequentadores que não entendem português mas falam com fluência alguma língua indígena mapuche ancestral. Mas, se por algum motivo der saudade dos compatriotas, dirija-se ao cassino do Hotel Panamericano, onde, além da jogatina, acontecem shows e apresentações de dança e a entrada é gratuita. A presença de brasileiros é garantidíssima. Mas não vale se animar demais e cruzar a madrugada atrás do pano verde. Na região de Bariloche há sempre muito que fazer logo que o sol se levanta.
Outra forma de chegar ao Cerro Tronador e conhecer Bariloche é navegando pelos muitos lagos da região, sempre partindo do pequeno porto próximo ao Hotel Llao Llao. O roteiro clássico vai até a Isla Victoria e ao Bosque Arrayanes, com duração de meio dia ou um dia inteiro. No caminho, a atração são as gaivotas, que vêm comer biscoitos nas mãos dos turistas e acompanham o barco durante toda a viagem. Na Isla Victoria, além de pinheiros imensos, há um pequeno museu com desenhos rupestres que datam de mais de 500 anos atrás. Já o Bosque Arrayanes é único no mundo com árvores de tom canela e, dizem os argentinos, teria inspirado Walt Disney a criar o bosque do Bambi. Não se tem notícia de que Walt Disney tenha andado pela região, mas tudo bem.
Feitos esses passeios, vale a pena dar um pulinho nas cidades vizinhas, começando pela charmosa Villa La Angostura e sua estação de esqui, Cerro Bayo, que é bem menor e intimista que Cerro Catedral e onde é possível esquiar em todos os lados da montanha. Como o centro da cidade é pequeno, em uma hora você já viu todo o lugar e está de volta à Ruta Nacional 231, entrando na Rota dos Sete Lagos, que leva até San Martín de los Andes. Se puder, sente-se do lado esquerdo da van (ou do carro) para ver melhor os belos lagos do caminho: Espejo, Correntoso, Escondido, Cillarino, Falkner e Machonico. Em San Martín de los Andes, cidade bem menos turística, os preços e o câmbio são mais favoráveis e vale a pena gastar um tempinho batendo pernas nas lojas das ruas centrais. Outra opção é embarcar naquele ônibus turístico vermelho de dois andares, como os de Londres e de Salvador. O double decker percorre a cidade em passeio de uma hora e meia.
No lado sul do Nahuel Huapi há mais uma cidadezinha que vale a visita – e os 129 quilômetros percorridos: El Bolsón. No passeio, que dura o dia inteiro, o que não falta são paradas saborosas: a primeira é em um criadouro de trutas. Depois é a vez de uma chácara de frutas finas, com morangos, framboesas e outras pequenas delícias, vendidas ao natural ou em compotas. Para quem prefere cervejas encorpadas (ou não), há em El Bolsón a visita a uma cervejaria artesanal, com direito a degustação e garrafas a preços bem mais camaradas que na Calle Mitre. Além dessas paradas, no roteiro estão incluídas visitas ao Parque Nacional del Puelo, cujo lago, homônimo, surpreende pela tonalidade turquesa de suas águas.
De volta a Bariloche, não há como não se deixar seduzir pela gastronomia – e as calorias a mais. A influência dos imigrantes é notável. E, melhor, saborosa. Há a famosa fondue dos suíços, o delicioso strudel dos alemães (obrigatório no restaurante Família Weiss), as massas caseiras dos italianos e, claro, a carne argentina e o cordeiro patagônico. Para os notívagos, a boa notícia é que agora existem mais lanchonetes e restaurantes que ficam abertos até de madrugada, como o Frawen’s, inaugurado no ano passado, que serve desde pratos tradicionais, como truta, até sanduíches. E o aconchegante Friends, que tem churros, tortas, pizzas e cerveja artesanal.
E, já que é hora de se aquietar em Bariloche, à noite o movimento passa da Mitre para a Avenida San Martín e a Calle España, onde se concentram as principais casas noturnas e pubs. Para quem quer apenas tomar uma copita e ver o movimento, a moderninha Dusk é boa pedida, assim como o pub Wilkenny. Para dançar, há o Roxy Club, o Rocket e a Pachá. Mas, se você quiser viver uma experiência diferente vendo como os locais se divertem, há o Pub Diversion, na Calle Panozzi, com mesas de sinuca, cumbia nas caixas de som e frequentadores que não entendem português mas falam com fluência alguma língua indígena mapuche ancestral. Mas, se por algum motivo der saudade dos compatriotas, dirija-se ao cassino do Hotel Panamericano, onde, além da jogatina, acontecem shows e apresentações de dança e a entrada é gratuita. A presença de brasileiros é garantidíssima. Mas não vale se animar demais e cruzar a madrugada atrás do pano verde. Na região de Bariloche há sempre muito que fazer logo que o sol se levanta.
De tudo um pouco na Calle Mitre, o endereço certo das lembrancinhas
Comece pelo Centro Cívico. Logo na primeira quadra você pode trocar dinheiro na casa de câmbio Sudamerica (no número 63). Do outro lado da rua há a Sprint Desportes (no 60), com tênis a bons preços e, ainda do lado par, a tradicionalíssima chocolateria Fenoglio (no 76). Para vinhos, compotas ou embutidos, entre na loja da Família Weiss (no 131) ou no Supermercado Todo (no 281). Mas, antes disso, dê-se o prazer de entrar nas chocolaterias Rapa Nui (no 202), Del Turista (no 239), Abuela Goy (no 258) e Mamuschka (no 298) nem que seja só para experimentar os pedacinhos de chocolate que eles distribuem. Na Rapa Nui, veja a sala de chá que fica no fundo da loja, que, além de tortas, guarda uma surpresa: a entrada do Shop Gallery (no 214), que lembra duty-free de aeroporto. Para lembrancinhas, visite a Bariloche Silvestre (no 317), a Duende del Bosque (no 401) e a Galeria del Sol (no 340). Para casacos, a Verde Sur e a Fox (ambas no no 382) têm diversos modelos a bons preços. As marcas que conquistam os brasileiros também estão na Mitre: Puma (no 422), Adidas (no 458) e Lacoste (no 506).
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