Coronavírus deixa o mundo e turistas em alerta

Novo vírus com epicentro na China infectou mais de 400 pessoas e provocou 17 mortes. No Brasil, houve um alarme falso. Conheça os sintomas

Por Luca Occhialini
Atualizado em 27 fev 2020, 15h30 - Publicado em 22 jan 2020, 18h41
Guanghzou, na China
Funcionário do aeroporto de Guangzhou mede febre de passageiros que chegam de Wuhan, na China (Anadolu Agency/Getty Images)
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O mundo está em alerta com o surgimento de um novo vírus na China. Foram computados 444 casos e 17 mortes em decorrência de infecção pelo coronavírus. O primeiro óbito foi registrado em 11 de janeiro.

Até o momento a hipótese mais forte é que o surto tenha começado em um mercado de peixe na cidade de Wuhan, leste da China, a 840 quilômetros de Xangai. Inicialmente, pensava-se que a transmissão se daria apenas por animais infectados, mas o governo chinês admitiu que a transmissão também se dá pelo ar, de pessoa pra pessoa. O vírus que provoca a doença é da família Coronaviridae, a mesma que causa enfermidades como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitido de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), vinda de felinos para humanos. A SARS matou 349 pessoas na China continental e outras 299 em Hong Kong no ano de 2002.

Quase 100% dos diagnósticos do coronavírus até o momento aconteceram no continente asiático, porém um caso nos Estados Unidos foi confirmado na última semana. Taiwan, Japão, Tailândia e Coréia do Sul registraram casos.

Sintomas

As pessoas infectadas apresentam sintomas parecidos com os da gripe comum: febre, coriza, dificuldade para respirar, tosse e dor de garganta. Há um período de incubação de 2 a 14 dias após contrair o vírus.

Em pessoas com complicações de saúde ou em grupos de risco mais elevado, como idosos e grávidas, pode haver complicações como pneumonia, falha renal ou até a morte. Por isso, medidas de prevenção vêm sendo tomadas nos aeroportos ao redor do mundo com o intuito de evitar uma epidemia. 

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Cancelamento de voos

Algumas companhias aéreas e agências de viagens têm feito a reprogramação ou cancelamento de pacotes e voos, seguido de reembolso. 

A ação mais drástica aconteceu na Coréia do Norte, que fechou as fronteiras para turistas, mesmo sem ter registrado nenhum caso da doença até o momento. 

Nos Estados Unidos, o governo Trump implementou o rastreio de passageiros que chegam da China. As perguntas e testes preventivos estão acontecendo nos aeroportos de cinco grandes centros: Los Angeles, San Francisco, Nova York, Atlanta e Chicago.

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Outros países também adotaram a prática, que inclui a medição da febre e busca por sintomas como tosse e dificuldade de respirar. Coréia do Sul, Singapura, Japão e Índia estão entre eles. Na Inglaterra e na Austrália, além das medidas preventivas, são feitos anúncios e entregues panfletos explicando os sintomas para conscientizar as pessoas que chegam da China e que porventura apresentem sintomas.

Aviso sobre o coronavírus, em Narita, Japão
Cartaz no aeroporto de Narita, no Japão, alerta passageiros sobre situação em Wuhan, na China (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

Em Hong Kong, o cuidado com a limpeza de aeronaves e trens foi redobrado. Funcionários da Cathay Pacific, aérea com base no país, foram autorizados a usar máscaras durante os voos. O aparato também é distribuído aos passageiros vindos de Wuhan, junto com lenços antissépticos.

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A preocupação aumenta com a chegada do Ano Novo Chinês, que acontece no dia 25 de janeiro, que deve resultar em um fluxo intenso de chineses, principalmente no interior do país. Em 2018, quase três bilhões de viagens foram feitas de carro, trem, avião e barco durante a comemoração. O receio do governo chinês é perder o controle com a dispersão de pessoas pelo país e a propagação da doença.

Coronavírus no Brasil?

O alarme soou na tarde desta quarta-feira por aqui. Um comunicado oficial da Secretaria da Saúde de Minas Gerais levantou a hipótese de que uma brasileira que havia estado na China teria contraído o vírus. O Ministério da Saúde, em nota, desmentiu: “O caso noticiado não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus”, disse o comunicado da entidade.

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