Estive em Dubai esta semana e me surpreendi positivamente com muitos aspectos. A grandeza e organização da cidade já eram esperadas, mas me surpreendi com a diversidade do que encontrei por ali, seja na arquitetura, culinária e jeito de viver das pessoas. Pelo menos para quem visita a cidade, o dia a dia é tranquilo e enriquecedor.
Mas o que mais me encantou está fora do circuito mais turístico, onde estão os grandes hoteis, praias e arranha-céus. Estou falando do que chamam de Old Souks ou mercados populares da cidade. É um outro lado que segue paralelo a toda essa grandiosidade e luxo conhecidos pelo resto do mundo. E para chegar lá você já passa por uma boa experiência, embarcando em um barquinho de madeira, chamado de “abra”, que é bem simples, mas que proporciona um visual muito bom em sua breve trajetória e que rende boas fotos.
Vista para uma das margens do Creek, canal que corta a cidade e onde você embarca rumo aos Souks ou mercados antigos (Crédito: Flickr/ World Around Trip)
É com um desses barquinhos que você atravessa o Creek para ir de um grupo de Souks a outro (Crédito: Flickr/ Lam Chihang)
Bom, antes você pode ir até a estação de metrô de Al Ras e a 450 metros dali já estará em uma parte dos Souks. Uma parte porque eles estão a margem do Creek, um canal ou um braço do mar que divide a cidade ao meio, entre Deira e Bur Dubai. Assim, você pode visitar os Souks que estão daquele lado, depois pegar uma dessas embarcações e ir visitar os Souks que estão do outro lado. Para experimentar basta pagar 1 AED ou Dirham, moeda local que tem valor atualmente parecido com o Real. A travessia dura em torno de cinco minutos apenas.
Os mercados podem ter horários diferentes de funcionamento, mas em geral das 9h às 22h. Quinta e sexta são os dias de maior movimento, já que esse é considerado o final de semana dos moradores locais, que trabalham normalmente em qualquer função durante os sábados e domingos.
Um dos acessos ao Souk de Deira (Crédito: Flickr/ Neil Woodhead)
Os Souks têm uma atmosfera interessante, com uma grande variedade de material, vendedores animados e dispostos a negociarem. Aliás, a palavra de ordem é pechincha para que possa fazer bons negócios. Por ali, tem de tudo um pouco que é ligado à cultura árabe. Mas eles estão mais focados em ouro, especiarias, roupas e artesanato.
O mercado de ouro é um dos mais famosos e para públicos como nós, do Brasil, é de cair o queixo ver tantas jóias gigantes espalhadas em vitrines e mais vitrines de um mercado popular. Por ali também estão os “caixas eletrônicos” de ouro. É isso mesmo, ao invés de sacar dinheiro, você saca ouro. Inshallah!
Uma das vitrines do Gold Souk (Crédito: Flickr/ Susanne Nilsson)
O mercado de especiarias, ou Spice Souk, ao que dizem não é comparável com alguns mais imponentes em outras cidades, como o de Istambul, mas para quem está passando pelo Oriente Médio pela primeira vez é uma visita muito interessante. Só de andar pelos corredores você já é arrastado pelo olfato de todos aqueles temperos. Ali você pode encontrar o açafrão vermelho, por exemplo, tido como um ponto de requinte da gastronomia e por um preço bem abaixo de outros países.
Especiarias vendidas no Spice Souk (Crédito: Flickr/ Guilhem Vellut)
Tem lugar também para o mercado têxtil, onde burcas dividem espaço com outras peças de roupa relacionadas ao universo árabe. Pashminas e lenços fazem a alegria das turistas.
Entrada do Souk de Deira (Crédito: Flickr/ Lam Chihang)
Visite as partes mais luxuosas e estrategicamente construídas de Dubai, mas reserve um espaço na agenda para essa programação alternativa também. Tenho certeza que não vai se arrepender e se sentirá muito mais próximo da vida real dos moradores locais.
