O que um guia VIP faz por você?
Basicamente, fura todas as filas. Você não espera absolutamente nada para nenhuma atração. Ele também reserva restaurantes (mas não fura a fila), compra comidinhas ao longo do dia (com o seu dinheiro), dá dicas de como aproveitar melhor cada brinquedo, aponta o momento em que as câmeras te fotografam dentro da atração, indica os pontos com as melhores vistas e conta histórias de bastidores. E, o melhor, você pode contratar um guia brasileiro.
Por que um guia vip se eu posso ter um Fast Pass?
Ainda que um FastPass+ tire você da fila comum, você ainda assim enfrenta uma fila até chegar a sua vez. O guia vip dribla isso tudo. O grupo guiado corta qualquer muvuca, muitas vezes passando pelos corredores de serviço, de uso exclusivo dos funcionários (perdão, “cast members”) e chega na boca do gol.
Como funciona?
O serviço está disponível para grupos de até 10 pessoas. Você pode enviar uma lista prévia de coisas que quer ver e fazer e a Disney monta uma programação, que é bem flexível, vai do gosto do freguês. Aí, é só decidir quais parques quer visitar, por quantos dias, e o guia busca a turma na porta do hotel e depois leva de volta (mais abaixo, deixamos uma sugestão de roteiro).
É preciso estar hospedado dentro do complexo Disney?
Não, qualquer estabelecimento na região de Orlando serve. Você vai em carro privado, entra pelos bastidores dos parques e é recebido com quitutes. Um combo de mimos.
Quanto custa?
A partir de US$ 425 por hora, por no mínimo sete horas, o que dá quase US$ 3 mil por um único dia! Em um grupo de dez pessoas o valor dói menos: US$ 297 por cabeça. O serviço de guia VIP não inclui as entradas para os parques nem refeições.
Ter guia VIP vale a pena pra quem?
Pode valer muito a pena para turmas com pessoas de mobilidade reduzida, gente que já conhece a Disney e não quer perder tanto tempo em fila e quem está a fim de novas experiências, como conhecer determinado restaurante ou ver uma atração por outro ângulo. Vai levar a família, dos filhos pequenos à vovó, quer um sossego e está com dinheiro sobrando para isso? É um bom investimento. Se não for o caso, talvez não seja tão vantajoso.
O serviço é vantajoso mesmo?
Por exemplo, no simulador Avatar Flight of Passage, no Animal Kingdom, talvez a melhor atração da Disney atualmente, a fila comum costuma demorar mais de três horas e a do FastPass+, quando eu passei por lá, levava uns 40 minutos. Quem estiver acompanhado de um guia VIP entra em menos de 5 minutos. É tempo de sobra para você repetir a dose quantas vezes quiser e voltar nos brinquedos preferidos.
Alguma desvantagem?
Digamos que há dois “problemas”: perde-se um pouco da magia da expectativa, criada com esmero na decoração e na arquitetura das filas. São aqueles detalhes que fazem a diferença e ajudam a compor a narrativa da atração, como os “achados arqueológicos” e as pistas do Yeti na montanha-russa Expedition Everest, no Animal Kingdom, ou os abajures cobertos de teias de aranha e a música de elevador fantasmagórica na fila do clássico Twilight Zone Tower of Terror, no Hollywood Studios. Em vez disso, o que se vê são corredores cinzas, caixas de luz e fiações expostas, corrimãos pintados em cores banais, paredes insossas. Zero magia.
O outro porém é que é comum receber olhares consternados de “como assim, quem é essa galera!?” daqueles do começo da fila ao verem seu grupo entrando na frente de todo mundo. Pode ser um pouco constrangedor. Mas, paciência, você pagou – e muito bem – pelo serviço.
E o que mais?
Existem também as áreas VIP, como não poderia deixar de ter. Em alguns casos, é só um simples cordão de isolamento na calçada para ver os fogos de artifício do Happily Ever After, o show diário de encerramento do Magic Kingdom. Mas o guia pode também reservar uma lancha privada para ver o mesmo espetáculo, só que de um ponto de vista especial, a lagoa Seven Seas. Perdem-se as incríveis projeções 3D no castelo da Cinderela, mas, graças ao sistema de som do barco, sincronizado com o do show, você ouve tudinho, sentado, curtindo a vista, com vinho e sem muvuca.
Esse serviço, aliás, não é exclusividade do pacote VIP. Para adquiri-lo, é só ligar para reservar e se dirigir à marina de um dos cinco resorts de onde parte o passeio, cujo preço varia de acordo com o tamanho do barco. Mais informações aqui.
Sugestão de roteiro para um dia VIP
Sugerimos investir nas atrações com filas exorbitantes, assim a relação entre o tempo que você ganha e o tempo que você gastaria sem um guia VIP fica mais condizente com o valor do serviço. Comece pelo Animal Kingdom e mire na área de Avatar, onde fica o Flight of Passage. Depois, dê seus gritos na montanha-russa Expedition Everest. No Magic Kingdom, invista na montanha-russa dos Sete Anões, a Seven Dwarfs Mine Train, ou na tradicional Space Mountain. No Epcot, relaxe nos voos do simulador Soarin’. Por fim, no Hollywood Studios, na incrível área dedicada a Toy Story, aproveite e vá em dois brinquedos: a montanha-russa Slinky Dog Dash e o tiro ao alvo Toy Story Mania!, antes de terminar na Rock ‘n’ Roller Coaster (a montanha-russa do Aerosmith) ou, se não aguentar mais montanhas-russas, a Twilight Zone Tower of Terror, a torre que despenca de uma altura de 61 m e há 25 anos é uma das mais queridas atrações da Disney.
É um roteiro puxado, sem tempo para enrolações ou um almoço mais longo. Dá para fazer porque você vai de carro de um parque ao outro e não passa horas nas filas, esperando, o que deixa qualquer um exausto.
Um lembrete: é preciso ter o ingresso Park Hopper, que permite visitar vários parques no mesmo dia (US$ 169, ante US$ 109 do ingresso comum).
Um pouco mais minha experiência de ter um guia VIP na Disney
Eu fiz tudo isso acima e mais um pouco, mas em dois dias, porque parei para ver shows, almoçar e fazer outras atividades. Ter um guia VIP na Disney é ter mordomia a todo momento. Além de furar todas as filas e fazer as reservas para você nos melhores restaurantes do complexo, ele garante lugares na primeira fileira dos espetáculos. E sentar na cara do gol de uma peça significa o grande medo dos tímidos em um teatro: ser convocado para interagir com o público. Sobrou para mim.
Sentei na primeira fila do Festival of the Lion King, musical inspirado no mundo de Simba, Timão, Pumba e cia., no Animal Kingdom. Mal me acomodei e um dos atores principais gentilmente me convidou para ir ao centro do picadeiro e imitar, sob sua direção, um elefante para o público sentado atrás de mim.
Imitar um cachorro ou até um macaco até que é fácil. Mas elefante? Como? Tive que me virar, fiz do braço uma tromba e tentei emitir um bramido. Nem tive tempo de me constranger quando o ator falou no microfone que foi uma atuação “inesquecível”, para a risada de todos. Mais tarde, enquanto almoçava, um gentil senhor de bengala se aproximou da mesa e me parabenizou pela performance.
Essa foi apenas uma das mordomias que a Jéssica, nossa guia VIP, nos proporcionou.
Caso você não esteja com bala na agulha para contratar um guia VIP na Disney, dá para ser bem feliz usufruindo de alguns upgrades inclusos no valor ingresso básico e de algumas experiências gratuitas. Confira:
– O FastPass+ está incluso no ingresso do parque. Aproveite. Você pode cadastrar até três atrações por dia para agendar o horário e evitar filas quilométricas. Saiu do primeiro brinquedo? Cadastre um novo em um quiosque FastPass+. Assim, é possível curtir mais atrações na fila expressa no mesmo dia.
– Dá para começar a reservar pelo FastPass+ com um mês de antecedência. A vantagem de se hospedar nos hotéis do complexo é que esse período de antecedência é de até dois meses. Mas 30 dias já é uma boa vantagem.
– O Boardwalk é uma bela área da Disney gratuita, não é preciso estar hospedado nem ter ingresso para um parque para chegar lá, dar uma volta, tomar um café, andar de bicicleta, ver shows, jogar um fliperama, fazer yoga…
– No Wilderness Lodge, dá para participar de uma fogueira com Tico e Teco, assar marshmallows e ver filmes sob o luar. Você só paga o que consumir.
– Dentro dos parques, a internet é grátis e rápida.
Saiba mais sobre o serviço de guia VIP da Disney