Prioridades na quarentena: holandeses correm para comprar maconha

Filas de dobrar quarteirões e o surgimento de um mercado paralelo fez as autoridades de Amsterdã permitirem que os coffee shops fiquem abertos

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 19 mar 2020, 13h22 - Publicado em 19 mar 2020, 12h35
Coronavírus, Holanda
Enquanto outros países se desesperavam para comprar papel higiênico, a Holanda tinha filas para comprar maconha (@ESLJaap (via Twitter)/Reprodução)
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No último domingo (15), um pouco antes das 17h, o governo da Holanda decretou que, para controlar a pandemia de coronavírus, todos os restaurantes e bares deverão permanecer fechados até o dia 6 de abril. A ordem começaria a valer dali a uma hora e incluía os famosos coffee shops, onde a venda de maconha é legalizada.

Poucos minutos após o anúncio, as filas em frente a esses estabelecimentos davam a volta nos quarteirões: todos queriam garantir o seu estoque de maconha para as próximas semanas de quarentena. Ao mesmo tempo, começaram a surgir vendedores ilegais da erva, que entregavam cartões com seus telefones e prometiam entregas à domicílio. Porém, o preço da maconha nesse mercado “paralelo” era três vezes mais alto.

O vídeos a seguir mostram as filas e o trabalho de “divulgação” de comerciantes ilegais:

Diante desse cenário, na segunda-feira (16) pela manhã o governo holandês decidiu que seria melhor abrir uma exceção para as coffee shops como forma de impedir o aumento da venda ilegal. Assim, ficou determinado que esses estabelecimentos poderiam continuar funcionando, desde que os clientes mantivessem uma distância entre si dentro das lojas.

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O mercado da maconha é uma parte significativa do apelo turístico da Holanda e estima-se que as vendas legalizadas gerem quase um bilhão de euros por ano. Em fevereiro, foi divulgado que Amsterdã está considerando proibir a venda de maconha para turistas, como forma de diminuir o alto número de visitantes na cidade. Essa seria mais uma das medidas para conter o turismo de massa: a cidade já proibiu tours guiados pelo Red Light District, bairro conhecido pela prostituição.

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