Escalamos o Monte Everest… através da Realidade Virtual!

Por Bárbara Ligero
19 ago 2016, 12h50
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Nunca tive medo de altura. Mas a 5 486 metros de altitude, em pleno Monte Everest, confesso que minhas pernas tremeram. Essa era só a primeira etapa da minha longa jornada ao topo da montanha, o sonho de alpinistas do mundo inteiro.

Eu estava na Khumbu Icefall, porta de acesso ao teto do planeta e um verdadeiro labirinto de fendas de gelo. Para atravessá-las, é preciso caminhar por escadas de ferro, que fazem as vezes de pontes. O problema das escadas é que, quando colocadas na horizontal, elas deixam ver o que espera por você no primeiro sinal de escorregão.

Khumbyuu

As travessias na Khumbu Icefall l Fonte: National Geographic / Bobby Model

Mas não foi preciso arranjar muita coragem. Bastou lembrar que, na verdade, meus pés estavam bem colados no carpete da sala. A imersão no Everest VR, considerado pioneiro no turismo virtual interativo, é absurda assim. Um mapa 3D e cerca de 300 mil imagens em alta definição foram usadas pela Sólfar Studios para recriar a montanha mais alta do mundo.

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O resultado beira a perfeição: as paisagens são belíssimas e os sons constantes do vento e da neve te transportam direto para o Nepal. O game também é fiel à trajetória real dos alpinistas rumo ao topo. Durante a experiência, que dura entre 20 e 30 minutos, você conhece os pontos mais famosos e desafiadores da viagem: Khumbu Icefalls, Lhotse Face, Hillary Step…

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E é aí que você deixa de ser um telespectador passivo. Munido dos óculos de realidade virtual da HTC Vive, você pode girar a cabeça em todas as direções imagináveis para observar a paisagem, o céu, o chão ou o precipício ali do seu lado.

Ao mesmo tempo, dois sensores instalados nos cantos da sala captam todos os movimentos do corpo, permitindo que você caminhe – ou se abaixe. Em certa etapa da escalada, era preciso passar a noite em um acampamento no meio da montanha. Então eu tive que rastejar no chão (real) para entrar dentro da minha barraca (virtual).

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HTC

O “kit” completo custa cerca de US$ 800 l Foto: Divulgação

Outro grande diferencial são os controles de mão: com eles, eu podia “tocar” e “segurar” alguns objetos. Para avançar a Lhotse Face, um paredão de 1 125 metros de puro gelo, era preciso subir uma escada fazendo todo o movimento com as mãos (veja em 9:28 do vídeo abaixo). Já na Hillary Step, paredão quase vertical onde o caminho é perigosamente estreito, tive que prender meu mosquetão a uma corda (veja em 17:07 do vídeo).

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Nessa etapa da escalada, me senti tentada a andar em direção ao abismo. Afinal, nada poderia me acontecer – diferente dos 200 cadáveres que permanecem congelados pelo caminho. Mas quem disse que eu conseguia? Lançar o corpo no precipício era extremamente contra-intuitivo, por mais que nada daquilo fosse real.

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Só faltou sentir o vento e o frio na pele, o que um ar condicionado potente resolveria facilmente. Graças ao processamento das placas de vídeo da Nvidia, os flocos de neve seguem as correntes de ar de forma natural, o que torna a experiência ainda mais autêntica. Ao final, finquei minha bandeira no topo do Monte Everest, uma tradição entre os poucos que conseguem chegar ali.

Aplicada ao turismo, a realidade virtual é uma oportunidade de conhecer os locais mais remotos do planeta – sem os altos custos da viagem, sem precisar de condicionamento físico e, claro, sem qualquer risco de vida. Por enquanto, nada substitui estar no lugar, mas a expectativa é que, no futuro, essa tecnologia entregue ainda mais sensações.

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