Gol descarta rever demissões e extinção da Webjet

Com a aquisição da nova empresa, a expectativa da Gol é ampliar a capacidade de 70% para 76%

Por Pedro Peduzzi, da Agência Brasil
Atualizado em 16 dez 2016, 08h17 - Publicado em 28 nov 2012, 17h13

A Gol Linhas Aéreas descartou a possibilidade de reverter as demissões de trabalhadores e a extinção da Webjet, empresa adquirida recentemente pelo grupo. Apesar disso, o presidente da companhia aérea, Paulo Sérgio Kakinoff, disse não haver previsão de novas demisões, além das já anunciadas. Ele se reuniu hoje (28) com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wagner Bittencourt, para discutir o assunto.

Durante a reunião, Kakinoff apresentou ao ministro as justificativas para a redução do quadro de funcionários e do encerramento da empresa adquirida. “Com aviões 737-300, que consumem em média 28% a mais de combustível em relação aos 737-800 que operam pela Gol, a Webjet tinha aeronaves inviáveis do ponto de vista econômico, considerando que o atual preço do combustível representa 45% dos custos da aviação. Por isso, tomamos a decisão de não mais operar com esses equipamentos que compunham majoritariamente a frota da Webjet”, disse Kakinoff.

Segundo ele, a Gol opera atualmente com 70% de sua capacidade. Com a aquisição da nova empresa, a expectativa é ampliar a capacidade para 76%. “Isso nos permite absorver a malha da Webjet, com a nossa estrutura e frota, e mitigar parte dos custos excessivos que estão fazendo com que, em 2012, o setor tenha seu pior ano em resultado operacional e financeiro”, disse Kakinoff ao informar o prejuízo de R$ 1 bilhão no ano, registrado pela empresa.

Apesar disso, garantiu, “temos condições de, com a estrutura da gol e sem qualquer tipo de transtorno, absorver os voos, os passageiros e também os colaboradores que eram responsáveis pelas atividades de aeroportos”, acrescentou. Segundo ele, a Gol trabalhará com uma margem de 14 pontos percentuais de capacidade ociosa a ser ocupada, para chegar a 90% da capacidade disponível.

“Não há a possibilidade de revertermos essa decisão de encerramento, uma vez que ela está ligada ao aspecto técnico de não trabalharmos com aviões com 21 anos de uso e que – comparados aos da frota da Gol que têm, em média, seis anos de utilização – consomem 30% a mais de combustível”, acrescentou. Ele explicou que esse tipo de gasto é “o principal fator da composição de custo” da empresa.

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Kakinoff informou que a desoneração da folha de pagamento não foi pauta da reunião com o ministro Bittencourt. “O governo sabe do atual cenário do setor aeronáutico. São dados públicos. Essa desoneração, no caso da Gol, teria impacto positivo de aproximadamente R$ 90 milhões no ano. Simultanemamente, só os reajustes nas tarifas aeroportuárias representam aumento de R$ 140 milhões nos custos” .

O efeito das duas ações combinadas, acrescentou, adiciona um custo de R$ 50 milhões para a companhia, em relação à operação deste ano.

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